Agenda cultural



Lançamento dia 29 de outubro a partir das 19:30 horas no Instituto Internacional Juarez Machado, localizado na rua Lages, 994, no bairro América em Joinville (SC).

Autores:

Ana Elizabeth Simões
Ana Janete Pedri
David Gonçalves
Dieine Carolina Silva
Elizabeth A C M F Fontes
George Postai de Souza
Inês Pozagnollo
José Fernandes
José Klemann
Maria de Fátima Joaquim
Mariane E. de Figueiredo
Mykaela Brun
Norma Elisa Rathunde
Odenilde Nogueira
Onévio Zabot
Reinoldo João Corrêa
Rita de Cássia Alves
Romualdo Vicente de Ramos
Salustiano Souza
Salvador Neto
Silmar Boeher
Silvio Vieira
Sônia Pillon
Urda Kluger
William Wollinger Brenuvida

Vamos ler, criançada?

Agende-se!

PARA CELEBRAR A PRIMAVERA, UM POEMA DE JOSÉ FERNANDES - GOIÁS

NATUREZA VIVA COM PONTOS

O sangue do crepúsculo se deita no leito
do rio para amar os peixes na brancura das águas
e espalhar o viver pelas beiradas limosas
do encanto e do húmus burburinhando alevinos.

A manhã arrasta o sol e se debruça sobre o verde
para o fervor da ventania nas folhas e nos ramos
que bebem água pelos barrancos emprumados
de sua altivez de pedras mergulhadas no tempo.

Nas escamas dos dourados o sol se enfeita de brilho
e aguarda o lusco-fusco para se despedir da lua
com as mãos estendidas pela abóbada celeste
a fim de saciar a sede do dragão de São Jorge.

Cada tuiuiú que pousa nas copas do vento
sabe de cor as normas de todas as folhas do verão
e viaja altaneiro nas estradas das chalanas
que vencem os remansos todos do outono.

Nas romãs, eu colho as sementes dos pássaros
e caminho para o vermelho da tarde: repouso
nos olhos dos sapos que intanham a noite
e seus mistérios de rio e água indovoltandoindo..

A palavra de Nelson Bortoletto

A PALAVRA
Gosto da palavra distraída

descoberta na hora certa,

à loa concebida,
para a delícia do contexto.

Não para fazer rima ou ritmo

mas, para ser sentida.

Gosto da poesia da entrelinha

que entre a verdade que dizeis

e a minha
propõe sintonizar os sentimentos.

Não se constrói poesia ou pensamento

com erudição de dicionário.

Pois que se torna o texto mercenário,

fugaz e torpe, falso e salafrário.

Sem eternidade e movimento.

VOO MORTO

Um pássaro azul

jaz morto sobre o gramado.

Nenhum sinal de violência,

apenas morte.

Natural, implacável, inadiável.
O último destino de qualquer vida,

a única angústia justificável.

Fora ele um belo pássaro

e flutuara solenemente

sobre o teto deste nosso inferno.
Deu-se em mim um sentimento terno

que pode ser um tácito prenúncio.

Que poesia dará de mim

tão triste anúncio?



O CORPO

No meio da avenida 

o corpo do homem

ainda morno
contava uma história.



No peito por certo

um amor residira ...


alojara - se agora 

o letal projétil
disparado de perto
pelo rejeitado
que louco vingava
o sonho perdido.



E num instante de fúria 

estendera 
em meio aos passantes
um corpo ex amante,
ex sopro de vida.



NAUFRÁGIO

A exasperada palavra,
rouca, gutural, inesperada,
veio no grito abafado
do amante,
Cujo amor agora sucumbia.

Onde andaria a alegria?

E aquele ardor apaixonado,
do fogo que vigoroso ardia
na fluidez do canto,
na eloquente picardia?

Onde andaria a luz do dia?

Seu barco, chacoalhando em desencanto,
sobre um mar de angústia e pranto
agora navegava à revelia.

Como se todo o amor e um outro tanto
ameaçassem adernar, sem salvação,
na incompletude abissal
que em dor nutria.


VERBORRAGIA

Ô... verborrágicos,
toda paixão é vasta!

Para que tantas palavras
se um simples suspiro basta?

 

Sugestão de leitura _ José Fernandes








Sugestão de leitura

Sugestão de leitura - Nelson Bortolleto

Sugestão de leitura

Concordância nominal - casos especiais

Crase

Literatura portuguesa

Próclise

Colocação pronominal

Análise sintática

Concordância

Concordância nominal







Verbos impessoais

Porquês

Regência

Regência

Polissemia

Modernismo

Redação

Funções da linguagem

Viver ...

Viver

Ser errante entre certezas
Desmanteladas...
Esquartejadas.
Dúvidas...
Um desejo inefável de partir
e... partir-se.

Andante embrenhado em jardins,
precipícios,  veredas,
subúrbios e becos sem fim.
O corpo cansado,
a alma em labareda,
tenho o mundo vivendo em mim.

 Odenilde Nogueira Martins

Odenilde Nogueira Martins – 03/09/15

Prosa x Verso, poema x poesia

1. Prosa x Verso

Prosa é o texto escrito de forma corrida, dividido em parágrafos. Num texto em prosa, as informações seguem em linha até a margem direita, continuando na linha seguinte até o fim do parágrafo.
Verso é uma divisão diferente, que acontece em poemas. O verso não leva a informação até o fim da linha, não atrela o fim da linha ao fim da informação. Verso também é o nome dado a cada uma das linhas de um poema (ou canção, que no caso é escrito sob a forma de poema).

Assim, todo texto verbal (com palavras) que existe ou é escrito em prosa ou em verso.

2. Poema x Poesia

Poema é uma estrutura dividida em versos. Um grupo de versos forma uma estrofe. Todas as estrofes juntas formam um poema.

Poesia, não. Poesia refere-se, antes, a tudo o que nos toca. A poesia é a arte da palavra - e, enquanto arte, tem a função de nos encantar ou de nos provocar sentimentos ruins. Em suma, poesia é aquilo que mexe com nossos sentimentos.

Quando trabalho esses conceitos com meus alunos, costumo dizer que "poema é o corpo, poesia é alma". Assim, é possível encontrar poesia na vida, em outras artes e até mesmo em textos em prosa. Um por-do-sol colorido pode ser poético se nos tocar de alguma forma. Não se esqueça de que a arte é aquilo que nos aproxima da nossa dimensão mais humana.

Veja:


O texto de Eduardo Galeano é escrito em prosa. Mas seu lirismo é tal que não podemos negar que ele é, sim, um texto poético - ou seja, que esse texto tem poesia.

http://www.qualquersentido.com