ERRO DE CÁLCULO - Nelson Bortoletto

Certo engenheiro,
Uma vez,
Especialista em metais,

Cutelos e coisas quetais,
Falou de amor
Para o mundo.


Sentiu um vazio profundo,
Procurou filosofia,
Misticismo,
Companhia
E não conseguiu encontrar.

Só porque sabe do aço,
Da forja o calor, o cansaço,
Será que não sabe amar?

-Nelson Bortoletto-
Simplicidade

Singela é a branca margarida,
em longo pedúnculo unitária
que encimada em receptáculo cônico
ao sabor dos ventos dança solitária.

Tem a leveza da simplicidade
De rebuscamento inútil, se faz toda nua
Como minha palavra sem vaidade,
tão simples, tão bela... É minha e é tua.

Odenilde Nogueira Martins


Conjunções, leitura e produção de textos

O bom relacionamento entre as conjunções de um texto garante a perfeita estruturação de suas frases e parágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteúdo. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se pode chamar de " a arquitetura textual", isto é, o conjunto das relações que garantem a coesão do enunciado. O sucesso desse conjunto de relações depende do conhecimento do valor relacional das conjunções, uma vez que estas interferem semanticamente no enunciado. 

Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às conjunções tanto na leitura como na produção de textos. Nos textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expressão de circunstâncias fundamentais à condução da história, como as noções de tempo, finalidade, causa consequência. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a linha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das exposições e argumentações construídas por meio de contrastes e oposições, que implicam o uso das adversativas e concessivas.
Silogismo

No lume do espelho côncavo
A corroboração do silogismo aristotélico,
Inegavelmente triste, vi
na nitidez imagética,
Na face rugas,
Sou mortal,
Envelheci.

No lirismo de meus versos,
Na singeleza das palavras,
contemplei-me,
Rejuvenesci!

Odenilde Nogueira Martins

Referendo x Plebiscito

Recebem o nome de plebiscito e referendo duas modalidades de consulta ao povo para decidir sobre matéria de relevância nacional. As regras de ambos os institutos estão na lei 9.709, de 18 de novembro de 1998, que regulamenta o artigo 14 da constituição federal.

Aspectos legais


Urna Eletrônica usada no referendo do Estatuto do Desarmamento em 2005. Foto: Agência Brasil / José Cruz [CC-BY-SA 3.0] / via Wikimedia Commons

O artigo 14 da Constituição Federal determina que "a soberania popular será exercida pelo voto direto e secreto, e também, nos termos da lei, pelo plebiscito, referendo e pela iniciativa popular". A iniciativa popular permite a manifestação direta do povo na elaboração das leis.

A lei 9.709/98 estabelece que nas questões de relevância nacional e nas previstas no § 3º do artigo 18 da constituição (que aborda incorporação, subdivisão ou desmembramento dos estados), o plebiscito e o referendo são convocados mediante decreto legislativo. Nas demais questões, de competência dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, o plebiscito e o referendo respeitam os dispositivos previstos nas constituições estaduais e com a lei orgânica.

Outro dispositivo constitucional fundamental sobre o tema é o artigo 49 da carta magna diz que o congresso nacional é o responsável por decidir se uma medida de interesse nacional deve ser submetida a plebiscito ou referendo. É o congresso também que convoca a consulta e enumera as perguntas que serão realizadas. Isso tudo deixa claro a limitação de poderes do presidente da república, como chefe do Executivo, neste caso em particular. O presidente pode mesmo sugerir um plebiscito ou um referendo, mas só deputados e senadores podem aprová-lo.
Diferença básica

Tanto o plebiscito como o referendo são formas de consulta popular que ocorrem através de votação secreta e direta. Em ambos os tipos não há impedimento para incluir quantas perguntas forem necessárias em um questionário a ser respondido pela população.

A diferença entre o plebiscito e o referendo está na perspectiva que cada uma privilegia da mesma questão. No plebiscito, o cidadão se manifesta sobre um assunto antes de uma lei ser constituída. Quando há uma consulta popular sobre lei que já foi aprovada pelo Congresso Nacional, a modalidade adequada é o referendo.
Plebiscito

Plebiscito é uma manifestação popular expressa através de voto, próprio para a solução de algum assunto de interesse político ou social. Foi inicialmente concebido como um instrumento para o exercício da democracia direta, e sua origem remonta à Lex Hortensia (287 a.C.). A finalidade do plebiscito é a legitimação política, ou seja, através deste é pedida a ratificação da confiança da população numa determinada atuação política do governo.

No regime democrático, o plebiscito é um instrumento que permite a convocação do povo para emitir a sua opinião, escolhendo "sim" ou "não" acerca de uma decisão governamental. O plebiscito é adequado à consulta sobre tema que esteja em fase anterior à elaboração de qualquer lei proposta pelo governo. Desse modo, caso a maioria escolha "sim", então é dado continuidade ao processo de elaboração de toda a legislação.

A elaboração formal do plebiscito nasce dentro do poder legislativo. Cabe ao Congresso sua proposição através de um decreto legislativo emitido pela câmara ou senado, que é assinado por no mínimo um terço dos deputados, ou 171 votos, ou de um terço dos senadores, ou 27 votos. A medida deve ser aprovada em cada uma das casas por maioria absoluta, ou seja, metade mais um dos votos dos parlamentares. Na Câmara, são necessários 257 votos favoráveis, e no Senado, 41. Aprovada a lei ou medida administrativa, o plebiscito pode ser convocado em até trinta dias, e seu resultado é homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral, que fica encarregado de marcar a data e emitir as instruções necessárias.

As regras são as mesmas para as eleições correntes, com voto obrigatório para eleitores entre 18 e 69 anos e facultativo para jovens de 16 e 17 anos e idosos a partir de 70. A campanha eleitoral poderá ser realizada pelas frentes parlamentares, partidos políticos e frentes formadas em torno das propostas em análise, organizadas por grupos da sociedade civil. Assim como nas eleições ordinárias, a justiça eleitoral promove a gratuidade nos meios de comunicação para as campanhas de todos os concorrentes.

Existe apenas uma situação prevista na legislação que deve obrigatoriamente passar por plebiscito, que é a incorporação, subdivisão ou desmembramentos dos estados da federação. Neste caso, deve ser feito uma consulta somente entre a população dos territórios diretamente envolvidos. Nas demais situações, o plebiscito precisa ser requisitado exatamente como descrito acima, mas, em qualquer caso, uma vez aprovado por maioria simples, o presidente do congresso publica um decreto legislativo, introduzindo o tema no ordenamento jurídico brasileiro.
Referendo

Referendo é uma consulta popular sobre assunto de grande relevância, no qual o povo manifesta-se sobre uma lei já constituída, ou seja, é uma votação convocada após a aprovação do ato, cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a proposta. O referendo é um importantíssimo instrumento de participação popular direta, útil na decisão sobre a formulação de políticas nacionais.

A elaboração formal do referendo ocorre dentro do poder legislativo, e segue alguns passos semelhantes ao do plebiscito. Cabe ao Congresso propor o referendo quando este trata de questões de relevância nacional. O instrumento adequado para sua instituição é o decreto legislativo emitido pela câmara ou senado, que deve ser assinado por no mínimo um terço dos deputados, ou 171 votos, ou de um terço dos senadores, ou 27 votos. A medida deve ser aprovada em cada uma das casas por maioria absoluta, ou seja, metade mais um dos votos dos parlamentares. Na Câmara, são necessários 257 votos favoráveis, e no Senado, 41.

A partir da aprovação da lei ou medida administrativa, o referendo poderá ser convocado em até trinta dias, e seu resultado será homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral. O processo de um referendo é bem parecido ao do plebiscito, que por sua vez lembra muito uma campanha eleitoral, com campanha, tempo no rádio e televisão, distribuição de panfletos, etc.

A palavra “referendo” vem do latim “referendus”, que significa assinar após ou a seguir de outrem, para que participe do ato e por ele também se responsabilize. Juridicamente, a palavra assume o sentido de aprovar ou submeter à aprovação ou consulta de outrem.

Assim temos que todo ato, descrição ou deliberação, promovidos através de referendo, devem ser submetidos à aprovação ou consideração do poder. Quando o poder aprova determinados atos, estes são considerados referendados ou sancionados, tendo a partir daí, eficácia legal. Além de exprimir o dever de submissão da decisão a outro poder, o termo designa a própria aprovação que lhe é dada.

Há que se ressaltar que o referendo exige além de conhecimento político, oportunidade para debate ou discussão livre, como prescreve a boa disputa democrática. Afinal, trata-se, de um certo modo, de uma eleição, na qual, ao invés de candidatos, temos a disputa de diferentes propostas.
Histórico dos plebiscitos e referendos no Brasil

Participar de um referendo ou plebiscito é uma algo inédito para o brasileiro. De fato, desde a independência em 1822, foram três consultas de nível nacional e uma regional. Países como os Estados Unidos, por exemplo, independente do comparecimento do eleitorado, realizam consultas nacionais e regionais frequentes.

As consultas realizadas no Brasil até o momento foram o referendo de 1963 sobre a escolha do regime parlamentarista ou presidencialista, o plebiscito de 1993 sobre o mesmo tema, acrescido da consulta sobre a forma de governo, monarquia ou república, e o referendo de 2005 sobre o Estatuto do desarmamento. Em 2011 foi realizado um plebiscito apenas para o estado do Pará, referente à divisão do seu território e a criação de dois novos estados.
Referendo sobre a escolha da forma de governo de 1963

Em 1961, no calor da disputa entre esquerda e direita no Brasil, reflexo da Guerra Fria a nível mundial, o congresso nacional aprovou a Emenda Constitucional nº 4, que garantiu a posse do então presidente João Goulart. A mesma medida também instituiu o parlamentarismo no país, uma forma de neutralizar as ações do presidente, que despertava o terror dos setores mais à direita da política nacional.

Dois anos depois, em janeiro de 1963, a população foi consultada sobre a manutenção do regime parlamentarista ou do presidencialismo. Realizado o referendo, os eleitores decidiram pelo retorno ao presidencialismo.

Muitos historiadores e juristas, porém, não consideram essa consulta popular um referendo, e sim um plebiscito.
Plebiscito parlamentarismo x presidencialismo e monarquia x república de 1993

Ocorreu no dia 21 de abril de 1993, e nele, o eleitor deveria responder a duas questões: escolher entre a forma de governo, república ou monarquia e o sistema de governo, presidencialismo ou parlamentarismo. Como resultado, a república e o sistema presidencialista de governo foram mantidos pela população.

O plebiscito fora determinado pelo artigo 2º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal de 1988. A consulta popular estava marcada para ocorrer no dia 7 de setembro de 1993, mas foi antecipada para 21 de abril de 1993 pela Emenda Constitucional nº 2, de 25 de agosto de 1992.

A república foi escolhida por 43.881.747 (66,28%) eleitores, e a monarquia recebeu 6.790.751 (10,26%) votos. Já 36.685.630 (55,41%) eleitores optaram pelo sistema presidencialista de governo, e 16.415.585 (24,79%), pelo parlamentarista.
Referendo sobre o estatuto do desarmamento de 2005

No dia 23 de outubro de 2005 foi realizado o referendo envolvendo o Estatuto do Desarmamento (lei nº 10.826/2003), que já havia sido aprovado na câmara dos deputados e no senado. Um de seus artigos previa uma consulta para que a população opinasse sobre a proibição da venda de armas. A alteração no art. 35 do tornava proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º do estatuto. Como as modificações causariam impacto sobre a indústria de armas do país e sociedade brasileira, o povo deveria concordar ou não com ele. O resultado foi contra a alteração da lei, por cerca de 63,94% dos eleitores.
Plebiscitos no estado do Pará

Dois plebiscitos foram realizados no estado do Pará, no dia 11/12/2011, e tratavam da possibilidade de divisão do estado e a consequente criação de mais dois estados na região: Carajás e Tapajós.

Pelo projeto de criação dos novos estados, Tapajós ocuparia 58% do atual território do Pará e teria 27 municípios; Carajás teria 25% do território com 39 cidades. O Pará ficaria com 17% do território.

Nas urnas eletrônicas, os paraenses responderam a duas perguntas: “Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do estado do Carajás?” e “Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do estado do Tapajós?”. O resultado foi desfavorável à criação desses dois novos estados, com cerca de 66% da população assinalando a opção “não” em ambas as questões

Bibliografia:Plebiscitos e referendos. Disponível em: < http://www.tse.jus.br/eleicoes/plebiscitos-e-referendos >
DOS SANTOS, José Júlio Correia. Referendo...o que é? Disponível em: < http://www.fmr.edu.br/publicacoes/pub_49.pdf >
O que é e como funciona um plebiscito.Disponível em: < http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2013/06/o-que-e-e-como-funciona-um-plebiscito >

http://www.infoescola.com

Sinais gráficos


maçã – gota d’água – cipó – você – àquilo

Notamos a presença de determinados sinais, atribuídos junto às letras, que lhes conferem um valor fonético especial, permitindo que tais palavras, assim como tantas outras, sejam pronunciadas de forma correta. 

Desta feita, de modo a ampliarmos nossos conhecimentos acerca desta particularidade gramatical, analisemos todos os casos de modo particular, levando-se em consideração as respectivas funções por eles desempenhadas:

Til ( ~ )

Sua incidência se dá sobre as letras “a” e “o” no intuito de indicar a nasalização destas. 
Exemplos: 

manhã – coração – órfã – irmã...

Trema ( ¨ )

Tal sinal gráfico, desde que a Nova Reforma Ortográfica entrou em vigor, foi totalmente abolido dos grupos silábicos representados por “que”, “qui’, “gue” e “gui”. Entretanto, sua permanência ainda incide sobre os nomes próprios e seus derivados. 
Exemplos: 

Müller – mülleriano – Hübner – hübneriano...

Apóstrofo ( )

Assinala a supressão de um fonema – geralmente de uma vogal – em palavras compostas, ligadas por preposição, em expressões populares ou em versos. 

Exemplos: 

minh’alma – mãe d’água – caixa d’água...

Acento agudo (´)

Indica o som aberto, proferido pela vogal tônica.
Exemplos:

cajá – até – vovó...

Acento circunflexo (^)

Manifesta-se pelo som fechado, retratado pela vogal tônica. 
Exemplos:

lâmpada – vovô – clichê...

Acento grave (`)

Utilizado para indicar a crase.
Exemplos:

Irei à festa.
Estes livros pertencem àquele garoto.

Cedilha (ç)

Usada sobre a letra “c’’, indicando que esta representa o som de /ss/. 
Exemplos:

açude – aço – associação... 

Dica importante:

Este sinal somente é acompanhado pelas vogais: a, o, u. 

Hífen (-)

Dentre as mudanças instituídas pela nova ortografia figura-se o uso do hífen. Uma vez um tanto quanto complexas, são passíveis de nota e, sobretudo, de especial atenção. Para tanto, analisemos alguns casos, enfatizando como antes eram grafados e como se revelam atualmente:

* Depois de prefixo, quando a segunda palavra começar com “r” ou “s”, retira-se o hífen e duplicam-se as consoantes. 
Observações importantes: 

O hífen será mantido quando os prefixos terminarem com “r” e o segundo elemento começar pela mesma letra. 
Exemplos: 
hiper-requintado – super-romântico – inter-regional...

* Não se usa mais o hífen quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar com uma vogal diferente.


Observação: 

Esta nova regra padroniza algumas exceções já existentes antes do novo acordo.
Exemplos: 

antiaéreo – antiamericano – aeroespacial – socioambiental – socioeconômico...

* O hífen passa a ser utilizado quando o prefixo termina por vogal e a segunda palavra começa com a mesma vogal.

Nota importante:

Esta regra não se aplica aos prefixos (co), (pro), (re). 
Exemplos: coordenar – reentrância – reeditar. 

Casos relacionados ao prefixo pré/pre: 

- Quando átono (pre): Este se junta ao segundo elemento.
Exemplos: preestabelecer – predeterminado – preexistir...

- Quando tônico (pré), utiliza-se o hífen. 

Exemplos: pré-história – pré-adolescente – pré-natal... 

* O hífen deixou de ser utilizado em determinadas palavras que perderam a noção de composição. 

Exemplos:
Observação: 

O hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação, como também naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas.

Exemplos: azul-escuro – bem-te-vi – couve-flor – amarelo-claro – guarda-costas... 

* Em prefixos, o emprego do hífen continua diante de palavras iniciadas por “h”.
Exemplos:

super-homem – anti-herói – anti-higiênico – co-herdeiro – extra-humano...

* Não se usa o hífen quando prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de “r” ou “s”. 
Exemplos: contracheque – anteprojeto - extraforte – semicírculo...

* O emprego do hífen está também relacionado aos casos abaixo enumerados: 

- Com o prefixo sub: sub-região – sub-reitoria – sub-raça...

- Com os prefixos: além, aquém, recém, vice, ex, pós, sem. 
Exemplos: ex-namorado – além-mundo – recém-nascido – pós-cirúrgico – vice-prefeito – sem-terra – aquém-mar. 

- Com o advérbio “mal” quando o segundo elemento começar por vogal ou “h”.
Exemplos: mal-educado – mal-habituado...

Entretanto, não se usa o hífen quando o segundo elemento começar por consoante.
Exemplos: maldormido – malvestido - malsucedido

Também se usa o hífen:

* Diante dos casos em que ocorrer a ênclise e mesóclise. 
Exemplos: mandar-te-ei, percebê-lo, levá-la...

* Com os sufixos de origem tupi-guarani: -açu, -mirim, -guaçu. 
Exemplos: jacaré-açu – cajá-mirim – amoré-guaçu. 

* Com os prefixos “circum” e “pan” diante de palavras iniciadas por “m”, “n” e vogal.
Exemplos: pan-americano – circum-navegação..

http://www.portugues.com.br

Haver ou a ver?

Crase



Quimeras 

Quem me dera, quem me dera
Que a vida quimera tão somente fosse
Híbrido monstro fabuloso,
Cabra, leão, serpente,
Que a possa tornar inda mais bela!

Encantamento em horas de espera
Esquecido do tempo que passa
Em múltiplos nortes vagueia o poeta
Embebedando-se de desatino,
interpondo graça e desgraça.

Ah! A vida e suas quimeras!
De realidades e utopias imaginadas
Embrenhar-me em fantasia, quem dera!
Para no cristal da lágrima salgada,
Na esperança absurda do ilogismo,
Misturar meus sonhos à fera. 

Odenilde Nogueira Martins


O TEMPO 

O tempo tudo tece,
costureiro implacável da vida,
remenda as histórias de quem padece,
cura lágrimas de dores vertidas.

E sempre mais próximos da morte
o tempo cavalo alado, indiferente, 
por nós, segue e passa, 
toma-nos o corpo, sem esquecer-se da mente.

Em seu incontrolável tropel 
longo prazo, curto se faz,
diante dele a vida frágil, rasga-se feito papel.

O humano vaidoso, com Ele não há trapaça, 
desnudado de tudo, à terra torna e jaz,
desaparece do mundo, igual espiral de fumaça.

Odenilde Nogueira Martins
II Encontro Catarinense de Escritores

David Gonçalves




José Fernandes




Jura Arruda




Sueli Brandão



O II Encontro Catarinense de Escritores está com uma programação definida e com muitas atividades para vocês!

Além dos grandes nomes nas palestras, teremos um painel muito bacana com o tema "Como driblar as pedras na literatura contemporânea?"


Os painelistas serão nomes de peso na dura luta pela literatura e cultura em geral.

David Gonçalves, José Fernandes, Jura Arruda e Sueli Brandão darão seus pitacos, dicas e repassarão experiências!

Já fez sua inscrição? Faça agora, pois as vagas são limitadas! 

O ardil - conto sensacional de Guy de Maupassant

O ARDIL 
Guy de Maupassant 

  O velho médico e a jovem doente palestravam ao pé da lareira. 
  Ela estava apenas pouco incomodada, com essas indisposições femininas que as mulheres bonitas têm, às vezes: um pouco de anemia, de nervos, um bocadinho de fadiga, dessa fadiga de que costumam sofrer os recém-casados ao fim do primeiro mês de união, quando se casam por amor. 
  Ela, estendida no sofá, conversava:
   “Não, doutor, nunca compreendi que uma mulher enganasse o marido. Admito mesmo que não goste dele, que não cumpra suas promessas, seus juramentos! Mas como ousar dar-se a o outro homem? Como esconder isso aos olhos de todos? Como poder amar com mentira e traição?” 
  O médico sorria. 
  “É fácil. Garanto-lhe que pouco nos detemos em todas essas sutilezas quando nos invade o desejo de pecar. Tenho mesmo a convicção de que uma mulher não está madura para o verdadeiro amor senão depois de ter passado por todas as promiscuidades e por todos os fastios do casamento, o qual não é, segundo um homem ilustre, senão uma troca de maus humores durante o dia e de maus odores durante a noite. Nada mais verdadeiro. Uma mulher só pode amar apaixonadamente depois de Ter sido casada. Se eu a puder comparar com uma casa, diria que ela não é habitável senão quando um marido já lhe fez a faxina. 
Quanto à dissimulação, todas a mulheres a têm para dar e vender nessas ocasiões. As mais simples são maravilhosas e livram-se com gênio das situações mais difíceis.” 
  Mas a jovem senhora mostrava-se incrédula. 
  “Não, doutor, só se sabe, passado o momento, o que se devia ter feito nas ocasiões perigosas, e as mulheres, é certo, perdem mais facilmente a cabeça do que os homens.” 
  O médico levantou os braços. 
  “Passado o momento, diz? A nós, os homens, a inspiração chega sempre tardia. Mas, a vocês!... A propósito, vou contar-lhe uma pequena história ocorrida a uma de minhas clientes, a quem eu daria absolvição sem confissão, como se costuma dizer. 
  O caso deu-se numa cidade de província. 
  Certa noite, em que eu dormia profundamente, nesse pesado primeiro sono tão difícil de perturbar, pareceu-me em um sonho confuso, que os sinos da cidade tocavam a incêndio. 
  Acordei de súbito: era a minha campainha, a da rua, que tocava desesperadamente. Como meu criado parecia não responder, agitei, por meu turno, o cordão pendido na minha cama; e logo bateram as portas, e alguns passos quebraram o silêncio da casa adormecida. Depois, Jean apareceu, trazendo-me uma carta que dizia:
   “Mme Leliévre pede encarecidamente ao doutor Siméon o favor de passar imediatamente por sua casa.” 
  Refleti alguns segundos. Pensei: crise de nervos, vapores, bobagens, e estou muitíssimo cansado. E respondi: 
  “O doutor Siméon, bastante indisposto neste momento, roga a Mme Liliévre o favor de chamar seu confrade, o Sr. Bonnet.” 
Meia hora mais tarde, aproximadamente, a campainha da rua soou de novo e Jean veio dizer-me:
   “É uma pessoa, homem ou mulher, não sei, ao certo, de tal modo se oculta, que quer falar urgentemente com o senhor. Diz que vai nisso a vida de duas pessoas.” 
Levantei-me. 
  “Mande entrar”. 
  Esperei sentado na cama. 
 Apareceu uma espécie de fantasma negro, que se descobriu quando Jean partiu. Era Mme Berthe Leliévre, uma senhora muito nova ainda, casada havia três anos com um gordo comerciante da cidade que passava por Ter desposado a mais linda moça da província. 
Estava horrivelmente pálida, com essas crispacoes de rosto da gente angustiada, e as mãos trêmulas; tentou falar duas vezes sem que um único som lhe saísse da boca. Por último, balbuciou:
   “Depressa... depressa... Doutor... Venha. Meu... meu... amante está morto no meu quarto...” 
  Parou, arquejante, e depois prosseguiu:
   “Meu marido... voltará... em breve do clube.” 
  Saltei da cama, sem mesmo pensar que estava em camisa, e vesti-me em poucos segundos. Depois perguntei: 
  “Foi a senhora quem esteve aqui, há pouco?” 
  Ela, de pé como uma estátua, petrificada pela angústia, murmurou:
   “Não, era a minha criada... ela sabe...” E uma espécie de grito de dor horrível saiu-lhe dos lábios e, depois duma sufocação que a fez arquejar, chorou, chorou perdidamente entre soluços e espasmos durante um minuto ou dois; as lágrimas pararam, estancaram, como secas, dentro, pelo fogo, e tornou-se tragicamente alma: “Vamos depressa!”, disse. 
  Estava pronto, mas resmunguei:
   “Caramba! Não me dão tempo nem para atrelar o coupé.”
   “Tenho lá embaixo um, - respondeu – o dele, que o esperava”; cobriu-se até os cabelos. Partimos. 
   Sentada a meu lado, na escuridão da noite, agarrou-me bruscamente a mão e, triturando-a em seus dedos finos, balbuciou com abalos na voz, abalos saídos do coração lancinado:
   “Óh! Se o senhor soubesse como sofro! Amava-o, amava-o perdidamente, como uma insensata, havia seis meses.” 
  Perguntei-lhe:
   “Estão acordados, lá em casa?”
   Respondeu: 
  “Não, ninguém, exceto Rosa, que sabe de tudo.” 
Paramos diante da sua porta; todos dormiam, com efeito; entramos sem fazer barulho e subimos na ponta dos pés. A empregada, consternada, estava sentada na primeira escada do alto, com uma vela acesa ao seu lado, sem coragem para ficar velando o morto. 
Entrei no quarto. Tudo estava revolvido como depois duma briga. A cama amarrotada, machucada, desfeita, estava aberta, parecia esperar; um lençol arrastava-se até ao tapete; toalhas molhadas, com as quais tinham friccionado as fontes do rapaz, viam-se por terra, ao lado duma bacia e dum copo. E um singular cheiro a vinagre de cozinha, misturado com aromas de Lubin saía da porta, causando enjôos. 
O cadáver, estendido de costas, jazia no meio do quarto. 
Aproximei-me; observei-o, toquei-o, abri-lhe os olhos, apalpei-lhe as mãos; depois, voltando-me para as duas mulheres, que tiritavam como se estivessem geladas, disse-lhes: 
  “Ajudem-me a deitá-lo na cama.” E deitamo-lo com todo o cuidado. Auscultei-lhe, então, o coração e cheguei-lhe um espelho à boca. Depois, disse:
   “Nada a fazer; vistamo-lo depressa.” E foi uma coisa horrorosa ver aquilo. 
Peguei-lhe nos ombros um a um como se fossem dum enorme boneco, estendi-o sobre as roupas que as mulheres iam me dando. Calçamo-lhe as meias, vestimo-lhe as cuecas, os calções, o colete, depois o paletó, custando-nos muito enfiar-lhe os braços nas mangas. 
Para apertar as botas, as duas mulheres puseram-se de joelhos, enquanto eu alumiava; mas como os pés tinham inchado um pouco, foi espantosamente difícil. Terminada a horrível toalete, examinei nossa obra e disse:
   “É preciso penteá-lo um pouco.”
   A empregada foi buscar o pente e a escova da amante; mas como tremia e arrancava, em movimentos involuntários, os cabelos longos e amaranhados, Mme Leliévre apossou-se violentamente do pente, e arranjou-lhe a cabeleira com doçura, como que o acariciando. Fez-lhe a risca, passou-lhe a escova pela barba, retorceu-lhe suavemente os bigodes com os dedos, como costumava fazer, decerto, nas intimidades do amor. 
E, de repente, soltando o que tinha nas mãos, agarrou na cabeça inerte do amante, e olhou longamente, desesperadamente, para essa face morta, que não lhe sorria mais; depois, deixando-se cair sobre ele, estreitou-o nos braços, beijando-o com furor. Seus beijos caíam, como golpes, na boca fechada, nos olhos extintos, nas fontes, na fronte. Depois, chegando-se ao ouvido dele, como se ele pudesse ainda ouvir, como para pronunciar a palavra que torna os abraços mais ardentes, repetiu, dez vezes seguidas, numa voz dilacerante:          “Adeus, meu amor.” 
Mas no relógio soava a meia-noite. 
  Tive um sobressalto.
   “Ohh, diabo, meia-noite, é hora de fechar o clube. Vamos, senhora, coragem! 
    Levantou-se. Ordenei:
   “Levemo-lo ao salão.”
   Pegamos os três nele e, levantando-o, sentei-o num canapé, acendendo depois os candelabros. 
  A porta da rua abriu-se e fechou-se pesadamente. Era o marido que entrava.    Gritei:
   “Rosa, depressa, traga-me as toalhas e a bacia; arrume o quarto. Mas despache-se, meu Deus! É o sr. Leliévre que chega.” 
  Ouvia os passos que subiam, que se aproximavam. E o marido, estupefato, parou à entrada da porta, de charuto na boca. Perguntou:
   “Que há? Quem é? Que é isso? 
   Fui-lhe ao encontro.
   “Meu bom amigo, estamos aqui num grande embaraço. Demorei-me até tarde em sua casa cavaqueando com sua esposa e este amigo, que me trouxe no seu carro. Mas, a certa altura, desmaiou, inesperadamente, e há duas horas que, apesar de todos os nossos esforços, ainda não conseguimos fazê-lo voltar a si. Não quis chamar gente estranha. Ajude-me, pois, a descê-lo; tratarei melhor dele em casa.” 
   O esposo, surpreendido, mas sem desconfiar, tirou o chapéu; depois levantou nos braços seu rival inofensivo. Eu atrelei-me entre as pernas do morto como um cavalo entre dois varais e eis-nos descendo a escada, que agora a mulher alumiava. 
  Quando chegamos à porta, endireitei o cadáver e falhei-lhe, dando-lhe coragem, para enganar o cocheiro:
   “Vamos, meu bravo amigo, isso não é nada; já se ente melhor, não é verdade? Coragem, vamos, um pouco de coragem, faça um pouco de esforço e tudo passará.” 
  Senti que caía, que me deslizava nas mãos; propinei-lhe um grande soco nas costas que o lançou para diante o fez balançar no carro. Subi depois, atrás dele. 
  O marido, inquieto, perguntava-me: 
  “Será coisa grave?” 
  Respondi-lhe:
   “Não”, sorrindo e olhando para a mulher. Ela havia dado o braço ao esposo legítimo e mergulhava o olhar fixo no fundo escuro do coupé. 
  Apertei-lhe as mãos e mandei tocar para casa do defunto. Durante todo o trajeto o morto se pendurou à minha orelha direita. 
  Quando chegamos à casa dele, anunciei que tinha perdido os sentidos no caminho. Ajudei a subi-lo ao quarto, depois dei a certidão de óbito; representava uma nova comédia diante daquela família inconsolável. Enfim, voltei para cama, não sem blasfemar contra os apaixonados.” 
  O doutor calou-se, sorrindo sempre. 
  A jovem esposa, crispada, perguntou: 
  “Por que me contou o senhor essa espantosa história?” 
  Fez-lhe uma galante reverência! 
  “Para lhe oferecer meus serviços, se a ocasião de apresentar.”

Sugestão de leitura para os amantes do conto

125 CONTOS DE GUY DE MAUPASSANT
Guy de Maupassant


Guy de Maupassant teve sua mestria reconhecida tardiamente. Somente hoje, mais de um século depois da década de 1880, justamente os dez anos exuberantes nos quais ele construiu praticamente toda a sua obra (mais de trezentos contos e seis romances, além de peças de teatro, poesias, crônicas, críticas artísticas e correspondências com vários interlocutores), somos capazes de avaliar com maior justeza o alcance e a importância de seu legado.
Discípulo dileto de Gustave Flaubert, Maupassant foi um dos maiores expoentes da assim denominada literatura fantástica. Foi ele quem criou, com sua prosa rápida e afiada, as mais perfeitas descrições da vida da aristocracia, da baixa burguesia e do proletariado parisienses - ou seja, dos habitantes do centro do mundo ocidental de então. Por outro lado, seu testemunho sobre a existência ladina dos camponeses da Normandia - sua terra natal - e sobre a violência sofrida pelos soldados enviados às frentes de batalha é incomparável.
Maupassant expôs com argúcia e sem recorrer ao sentimentalismo a hipocrisia, a brutalidade e a insensatez daquele mundo, um mundo que passaria a ser o nosso - já que foi no fin de siècle francês que se gestou o homem da modernidade em quem nos reconhecemos hoje: aquele que perdeu sua crença na gloriosa força da consciência e foi obrigado a admitir em si mesmo a presença de potências vindas da desrazão, num prenúncio incontestável da criação do conceito de inconsciente, por Sigmund Freud, e do surgimento do homem psicanalítico, nos anos que se seguiriam.

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José Fernandes - Goiás

Há que se saber sobre estes ícones da literatura mundial

Guy de Maupassant
Escritor
Henri René Albert Guy de Maupassant, ou simplesmente Guy de Maupassant foi um escritor e poeta francês com predileção para situações psicológicas e de crítica social com técnica realista.

Falecimento: 6 de julho de 1893, Passy, Paris, França
Obras: Bel Ami, O Horla, Bola de Sebo e ...

Além de romances e peças de teatro, Maupassant deixou 300 contos, todos obras de grande valor. Merecem destaque, entre os mais famosos, Mademoiselle Fifi e Bola de sebo. "A Pensão Tellier" e "O Horla" podem ser considerados seus contos mais significativos.
Gustave Flaubert
Escritor
Gustave Flaubert foi um escritor francês. Prosador importante, Flaubert marcou a literatura francesa pela profundidade de suas análises psicológicas, seu senso de realidade, sua lucidez sobre sua lucidez o comportamento social, e pela força de seu estilo em grandes romances, tais como Madame Bovary (1857), A Educação Sentimental(1869), Salambô (1862) e contos, tal como Trois contes (1877)....

Nascimento: 12 de dezembro de 1821, Ruão, França
Falecimento: 8 de maio de 1880, Canteleu, França


Émile Zola
Escritor
Émile Zola foi um consagrado escritor francês, considerado criador e representante mais expressivo da escola literária naturalista além de uma importante figura libertária da França.  Foi presumivelmente assassinado por desconhecidos em 1902, quatro anos depois de ter publicado o famoso artigo J'accuse, em que acusa os responsáveis pelo processo fraudulento de que Alfred Dreyfus foi vítima.

Nascimento: 2 de abril de 1840, Paris, França
Falecimento: 29 de setembro de 1902, Paris, França

Honoré de Balzac
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Nascimento: 20 de maio de 1799, Tours, França
Falecimento: 18 de agosto de 1850, Paris, França
Cônjuge: Ewelina Hańska (de 1850 a 1850)

(Tours, 20 de maio de 1799Paris, 18 de agosto de 1850) foi um prolífico escritor francês, notável por suas agudas observações psicológicas. É considerado o fundador do Realismo na literatura moderna.1 2 Sua magnum opus, A Comédia Humana, consiste de 95 romances, novelas e contos, que procuram retratar todos os níveis da sociedade francesa da época, em particular a florescente burguesia após a queda de Napoleão Bonaparte em 1815.

Entre seus romances mais famosos figuram A Mulher de Trinta Anos (1831-32), Eugènie Grandet (1833), O Pai Goriot (1834), O Lírio do Vale (1835), As Ilusões Perdidas (1839), A Prima Bette (1846) e O Primo Pons (1847). Desde Le Dernier Chouan (1829), que depois se transformaria em Les Chouans (1829, na tradução brasileira A Bretanha), Balzac denunciou ou abordou os problemas do dinheiro, da usura, da hipocrisia familiar, da constituição dos verdadeiros poderes na França liberal burguesa e, ainda que o meio operário não apareça diretamente em suas obras, discorreu sobre fenômenos sociais a partir da pintura dos ambientes rurais, como em Os Camponeses, de 1844.1 Além de romances, escreveu também "estudos filosóficos" (como A Procura do Absoluto, 1834) e estudos analíticos (como a Fisiologia do Casamento, que causou escândalo ao ser publicado em 1829).

Victor Hugo
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Poeta
Victor-Marie Hugo foi um novelista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos francês de grande atuação política em seu país. É autor de Les Misérables e de Notre-Dame de Paris, entre diversas outras obras. 

Nascimento: 26 de fevereiro de 1802, Besançon, França
Falecimento: 22 de maio de 1885, Paris, França

Anton Tchekhov
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Nascimento: 29 de janeiro de 1860, Taganrog, Rússia
Falecimento: 15 de julho de 1904, Badenweiler, Alemanha
Cônjuge: Olga Knipper (de 1901 a 1904)

Anton Pavlovitch Tchecovnota,em russo: Анто́н Па́влович Че́хов (Taganrog, 29 de janeiro de 1860 — Badenweiler, 15 de julho de 1904 ), foi um médico, dramaturgo e escritor russo, considerado um dos maiores contistas de todos os tempos. Em sua carreira como dramaturgo criou quatro clássicos e seus contos têm sidos aclamados por escritores e críticos. Tchecov foi médico durante a maior parte de sua carreira literária, e em uma de suas cartas ele escreve a respeito: "A medicina é a minha legítima esposa; a literatura é apenas minha amante."
Edgar Allan Poe
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Edgar Allan Poe foi um autor, poeta, editor e crítico literário americano, fez parte do movimento romântico americano.

Nascimento: 19 de janeiro de 1809, Boston, Massachusetts, EUA
Falecimento: 7 de outubro de 1849, Baltimore, Maryland, EUA

As obras mais conhecidas de Poe são Góticas, um gênero que ele seguiu para satisfazer o gosto do público. Seus temas mais recorrentes lidam com questões da morte, incluindo sinais físicos dela, os efeitos da decomposição, interesses por pessoas enterradas vivas, a reanimação dos mortos e o luto. Muitas das suas obras são geralmente consideradas partes do gênero do romantismo sombrio, uma reação literária ao transcendentalismo, do qual Poe fortemente não gostava.

Além do horror, Poe também escreveu sátiras, contos de humor e hoaxes. Para efeito cômico, ele usou a ironia e a extravagância do rídiculo, muitas vezes na tentativa de liberar o leitor da conformidade cultural. De fato, "Metzengerstein", a primeira história que Poe publicou, e sua primeira incursão em terror, foi originalmente concebida como uma paródia satirizando o gênero popular. Poe também reinventou a ficção científica, respondendo na sua escrita às tecnologias emergentes como balões de ar quente em "The Balloon-Hoax".

Poe escreveu muito de seu trabalho usando temas especificamente oferecidos para os gostos do mercado em massa. Para esse fim, sua ficção incluiu muitas vezes elementos da popular pseudociência, como frenologia e fisiognomia.

Fiódor Dostoiévski
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Escritor
Fiódor Mikhailovich Dostoiévski – ocasionalmente grafado como Dostoievsky – foi um escritor russo, considerado um dos maiores romancistas da literatura russa e um dos mais inovadores artistas de todos os tempos.

Nascimento: 11 de novembro de 1821, Moscovo, Rússia
Falecimento: 9 de fevereiro de 1881, São Petersburgo, Rússia

A obra dostoievskiana explora a autodestruição, a humilhação e o assassinato, além de analisar estados patológicos que levam ao suicídio, à loucura e ao homicídio: seus escritos são chamados por isso de "romances de ideias", pela retratação filosófica e atemporal dessas situações. O modernismo literário e várias escolas da teologia e psicologia foram influenciadas por suas ideias.

Dostoiévski logrou atingir certo sucesso com seu primeiro romance, Gente Pobre, que foi imediatamente muito elogiado pelo poeta Aleksandr Nekrassov e por um dos mais importantes críticos da primeira metade do século XIX, Vladimir Belinski. Porém, o escritor não conseguiu repetir o sucesso até o retorno à Sibéria, quando escreveu o semibiográfico Recordações da Casa dos Mortos, sobre a prisão que sofrera. Posteriormente sua fama aumentaria, principalmente graças a Crime e Castigo.

Seu último romance, Os Irmãos Karamazov, foi considerado por Sigmund Freud como o melhor romance já escrito. Perigoso, segundo Stálin, até 1953 o currículo soviético para estudos universitários sobre o escritor o classificava como "expressão da ideologia reacionária burguesa individualista". Segundo ele mesmo, seu mal era uma doença chamada consciência. A obra de Dostoiévski exerce uma grande influência no romance moderno, legando a ele um estilo caótico, desordenado e que apresenta uma realidade alucinada.

Ivan Turgueniev
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Romancista
Ivan Sergeievitch Turgueniev foi um romancista e dramaturgo russo. Apesar de que sua reputação como autor tenha decaído durante o último século, o seu romance Pais e Filhos é ainda considerado uma das obras mestras da ficção russa do século XIX. 

Nascimento: 9 de novembro de 1818, Oriol, Rússia
Falecimento: 3 de setembro de 1883, Bougival, França

Romances
1857 - Rudin (Rudine)
1859 - Dvoryanskoye Gnezdo ou Дворянское гнездо ou (Um ninho de nobres)
1860 - Nakanune ou Накануне (A véspera)
1862 - Ottsy i Deti ou Отцы и дети (Pais e filhos)
1867 - Dym ou Дым (Fumo)
1877 - Новь ou Terras Virgens


Contos
1854- Mymy (Mumu)
1860 - Pervaia Liubov ou Первая любовь (O Primeiro Amor)
1870 - Stepnoy Korol' Lir (Um Rei Lear da Estepe)
1872 - Veshinye Vody ou Вешние воды (Águas da Primavera)
1881 - Pesn' Torzhestvuiushchei Liubvi (O Canto do Amor Triunfante)

Albert Camus
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Escritor
Albert Camus foi um escritor, romancista, ensaísta, dramaturgo e filósofo francês nascido na Argélia. Foi também jornalista militante engajado na Resistência Francesa e nas discussões morais do pós-guerra.

Nascimento: 7 de novembro de 1913, Dréan, Argélia
Falecimento: 4 de janeiro de 1960, Villeblevin, França
Camus foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura de 1957 "por sua importante produção literária, que, com seriedade lúcida ilumina os problemas da consciência humana em nossos tempos"

Obras
Révolte dans les Asturies (Revolta nas Astúrias), 1936, Ensaio de criação coletiva
L'Envers et l'Endroit (O Avesso e o Direito), 1937, Ensaio
Noces (Núpcias), 1939 antologia de ensaios e impressões
Réflexions sur la Guillotine (Reflexões sobre a Guilhotina), 1947
L'Étranger (O estrangeiro), 1942, romance
Le Mythe de Sisyphe O mito de Sísifo), 1942, ensaio sobre o absurdo
Les justes (Os justos), Peça em 5 atos, Editor Gallimard, Folio teatro, 2008, 
Le Malentendu (O malentendido), 1944, Peça em três atos.
Lettres à un ami allemand (Cartas a um amigo alemão), publicadas com o pseudônimo de Louis Neuville, Editor Gallimard, collection folio 
Caligula (Calígula) (primeira versão em 1941), Peça em 4 atos.
La peste (A peste, Editor Gallimard, Coleção Folio, 1972, 
L'État de siège (Estado de sítio), (1948), Espetáculo em três partes.
L'Artiste en prison (O Artista na prisão), 1952 prefácio sobre Oscar Wilde.
"Actuelles (Atuais) I, Crônicas, 1944-1948", 1950
"Actuelles (Atuais) II, Crônicas, 1948-1953
L’homme révolté (O homem revoltado)
L'Été (O Verão), 1954, Ensaio.
Requiem pour une nonne (Réquiem para uma freira)
La chute (A queda), Editor Gallimard, Coleção Folio, 1972,
L'Exil et le Royaume (O exílio e o reino), Gallimard, 1957 contos (La Femme adultère (A mulher adúltera), Le Renégat (O Renegado), Les Muets (Os Mudos), L'Hôte (O Hóspede), Jonas.
La Pierre qui pousse (A Pedra que brota).
Os discursos da Suécia (publicado juntamente com O avesso e o direito)
Carnets I (Cadernetas I), maio 1935-fevereiro 1942, 1962
Carnets II (Cadernetas II), janeiro 1942-março 1951, 1964
Carnets III (Cadernetas III), março 1951-dezembro 1959
La Postérité du soleil, photographies de Henriette Grindat. Itinéraire par René Char (A posteridade do Sol, fotografias de Henriette Grindat. Itinerário por René Char, edições E. Engelberts, 1965, ASIN B0014Y17RG - nova edição Gallimard, 2009
Les possédés (Os possessos), 1959, adaptação ao teatro do romance de Fiódor Dostoiévski
Résistance, Rebellion, and Death (Resistência, Rebelião e Morte)
Le Premier Homme (O primeiro homem), Gallimard, 1994, publicado por sua filha, romance inacabado
La mort heureuse (A morte feliz)

Fonte: http://pt.wikipedia.org