Agenda cultural

Cozinhar é um ato de amor!



Torta cremosa de palmito ❤

Ingredientes
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 ovo
1/2 xícara (chá) de margarina
1/2 colher (chá) de sal
Recheio

2 colheres (sopa) de manteiga
2 dentes de alho amassados
1 cebola picada
2 tomates picados
2 e 1/2 xícaras (chá) de palmito em rodelas
1 colher (sopa) de farinha de trigo
1 e 1/2 xícara (chá) de requeijão tipo catupiry
Sal, pimenta-do-reino e salsa picada a gosto
Modo de preparo

Em uma tigela, misture a farinha, o ovo, a margarina e o sal até ficar homogêneo. Abra a massa com um rolo entre duas folhas plásticas e forre o fundo e laterais de uma fôrma de aro removível de 24cm de diâmetro. Para o recheio, em uma panela, em fogo médio, aqueça a manteiga e refogue o alho e a cebola por 3 minutos. Junte o tomate e refogue por mais 3 minutos. Junte o palmito, misture, polvilhe a farinha, mexendo até engrossar. Desligue o fogo, misture metade do catupiry, tempere com sal, pimenta e salsa e deixe esfriar. Espalhe o recheio sobre a massa e por cima o restante do catupiry, às colheradas. Leve ao forno médio, preaquecido, por 30 minutos ou até dourar. Deixe amornar, desenforme e sirva.

Não há crase

Lançamento: O corpo das Hortênsias

Urdas Alices - Urda Alice klueger


(Para Tiva Pisetta)

Um dia houve uma Urda Alice Schoenau. Na altura de 1950, era alguém revolucionária na pacata e antiga cidade de Blumenau. Trabalhava como frentista do posto de gasolina (quantos postos de gasolina haveria então?), usava calças compridas. Minha mãe a admirava tanto que pôs em mim o nome dela. Nunca a conheci pessoalmente, mas no bauzinho de madeira onde se guardavam tais coisa, na nossa casa, havia uma foto dela – era loira e muito bonita. Quando cresci e passei a votar, um dos mesários da minha mesa eleitoral, a cada eleição me perguntava se eu era parente de Urda Alice Schoenau. Eram as antigas mesas eleitorais em que votei com o velho título, na Artex e no Colégio Celso Ramos. Aquele mesário me falou, algum dia, alguma coisa, sobre essa minha xará viver, à época, na cidade de Indaial, mas a gente nunca se encontrou. Penso se ela ainda vive, se aquele antigo mesário ainda vive. Votava na Garcia quando era uma mocinha.

Depois, teve o caso de Tiva Pisetta, uma moça de Rodeio/SC que era enfermeira do Dr. Ernani Senra, o médico que me botou viva no mundo, em antiga clínica dos altos da Rua XV, em Blumenau, onde meus pais moravam então. Essa moça, Tiva Piseta, por aqueles dias, foi madrinha de uma sobrinha que nasceu, e escolheu para ela o nome de que gostara tanto, não sei se por minha casa ou par causa de Frau (ou Fräulein) Schoenau, e lá em Rodeio foi batizada uma Maria Urda Alice, a quem, também, nunca conheci.

Assim, há ou houve pelo menos três Urdas Alices sobre a face da terra, e fico pensando na mãe daquela primeira que sei, de onde desencantou tal nome!

O triste, aqui, foi o que aconteceu com Tiva Pisetta. Era uma jovem, então, e foi tomada por um câncer, no tempo que tal coisa era sentença de morte. A sentença logo se cumpriu. Meus primeiros anos foram ouvindo referências a ela e ao seu sofrimento, com minha mãe nos deixando por algumas horas pra ir a Rodeio visita-la, o que, então era uma viagem. Um dia, acho que quando tinha três anos, minha mãe de novo foi para Rodeio para o enterro dela, e eu fiquei no nosso jardim, despetalando dálias coloridas, flor que nunca compreendi.

Houve que passar o tempo e eu ter um carro para ir com minha mãe a Rodeio, ao túmulo de Tiva Piseta, aquela moça que me cuidara nos meus primeiros vagidos e que deixara tão boa lembrança em minha mãe.

Assim, houve ou há outras Urdas Alices neste planeta. Gostaria de saber se mais alguém cometeu tal loucura para com uma menininha. Acho um nome bem pesado de carregar, mas estou a leva-lo pela vida fora.

Vivas ou mortas, Urda Alice Schoenau e Maria Urda Alice, abençoem-me, nesta madrugada em que estou especialmente cansada! Talvez suas energias possam me ajudar!
Blumenau, 08 de Novembro de 2015.
Urda Alice klueger
Escritora, historiadora e doutora em Geografia
urdaaliceklueger@gmail.com

Por onde começar a estudar gramática

Sujeito e Predicado – Predicação Verbal – Classe Gramatical – Função Sintática Orações Coordenadas e Subordinadas / 50 Questões de Língua Portuguesa


1- Classifique os predicados das orações seguintes.
I. Ele não estava no restaurante.
II. Após três meses, os montanhistas retornaram cansados.
III. Está chovendo.
a) nominal, verbo-nominal, nominal
b) verbal, verbo-nominal, verbal
c) nominal, verbo-nominal, verbal
d) verbal, verbal, verbal

2- I – Pedro está adoentado.
II – Pedro está no hospital.
a) O predicado é verbal em I e II.
b) O predicado é nominal em I e II.
c) O predicado é verbo-nominal em I e II.
d) O predicado é verbal em I e nominal em II.
e) O predicado é nominal em I e verbal em II.

3- Assinale a alternativa em que aparece um predicado verbo-nominal.
a) Os viajantes chegaram cedo ao destino.
b) Demitiram o secretário da instituição.
c) Nomearam as novas ruas da cidade.
d) Compareceram todos atrasados à reunião.
e) Estava irritado com as brincadeiras.

4- Assinale o par de frases em que as palavras sublinhadas são substantivo e pronome, respectivamente:
a) A imigração tornou-se necessária. / É dever cristão praticar o bem.
b) A Inglaterra é responsável por sua economia. / Sou o mais velho da turma.
c) Fale sobre tudo o que for preciso. / O consumo de drogas é condenável.
d) Pessoas inconformadas lutaram pela abolição. / Pesca-se muito em Angra dos Reis.
e) Os prejudicados não tinham o direito de reclamar. / Não entendi o que você disse.

5- Assinale o item que só contenha preposições essenciais:
a) contra, entre, sobre
b) em, caso, após
c) com, sob, depois
d) após, sobre, acima
e) para, atrás, por

6- Observe as palavras grifadas da seguinte frase: “Encaminhamos a V.Senhoria cópia autêntica do Edital nº 19/82.” Elas são, respectivamente:
a) verbo, substantivo, substantivo
b) verbo, substantivo, advérbio
c) verbo, substantivo, adjetivo
d) pronome, adjetivo, substantivo
e) pronome, adjetivo, adjetivo

7- Assinale a opção em que temos um verbo intransitivo.
a) Precisamos de uma alimentação saudável.
b) Apareceu um gatinho na minha janela.
c) Confio em você.
d) Quero um bolo de chocolate.
e) Dei dinheiro ao mendigo.

8- Aponte a alternativa em que a palavra em destaque é conjunção explicativa:
a) Como estivesse cansado, não foi trabalhar.
b) Assim que fores ao Rio, não te esqueças de avisar-me.
c) Retirou-se antes, que assim o quis.
d) Não se aborreça, que estamos aqui para ouvi-lo.
e) Não tinha dinheiro, logo não foi ao cinema.

9- As expressões sublinhadas correspondem a um adjetivo, exceto em:
a) João Fanhoso anda amanhecendo triste.
b) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
c) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
d) Noite fechada sobre aqueles ermos assombrosos da caatinga sem fim.
e) E ainda me vem com essa conversa infantil.

10- Das frases seguintes, uma contém uma locução adjetiva. Marque-a:
a) O vento do sul ajudou os marinheiros.
b) Comprei uma lâmpada vermelha.
c) O piano dela é alemão.
d) Esta boneca é muito feia.
e) Ela é uma mulher corajosa.

11- Na frase: “Passaram dois homens a discutir, um a gesticular e o outro com a cara vermelha”, o termo a está empregado, sucessivamente, como:
a) artigo, preposição, preposição
b) pronome, preposição, artigo
c) preposição, preposição, artigo
d) preposição, pronome, preposição
e) preposição, artigo, preposição

12- As formas que traduzem vivamente os sentimentos súbitos, espontâneos e instintivos dos falantes são denominadas:
a) conjunções
b) interjeições
c) preposições
d) locuções
e) coordenações

13- “Talvez seja bom que o proprietário do imóvel desconfie de que ele não seja tão confortável assim.” As palavras destacada são, respectivamente:
a) substantivo e substantivo
b) substantivo e adjetivo
c) adjetivo e verbo
d) advérbio e adjetivo
e) adjetivo e advérbio

14- Assinale a alternativa correspondente à classe gramatical das palavras sublinhadas respectivamente: Esta gravata é a que recebi. Estou disposto a tudo. Fiquei contente com a nota. Comprei-a logo que a vi.
a) artigo – artigo – preposição – preposição
b) preposição – artigo – pronome demonstrativo – artigo
c) pronome demonstrativo – preposição – artigo – pronome pessoal
d) pronome pessoal – preposição – artigo – pronome pessoal
e) pronome demonstrativo – conjunção – artigo – artigo

15- Assinale a opção em que o “a” é, respectivamente, artigo, pronome pessoal e preposição:
a) Esta é a significação a que me referi e não a que entendeste.
b) A dificuldade é grande e sei que a resolverei a curto prazo.
c) A escrava declarou que preferia a morte à escravidão,
d) Esta é a casa que comprei e não a que vendi a ele.
e) A moça que cometeu a falta receberá a punição.

16- Em “A gente não pode dormir com os pernilongos“, a expressão sublinhada indica ideia de:
a) companhia
b) instrumento
c) conseqüência
d) modo
e) causa

17- Assinale a função morfológica de “caro” em “Ele vendeu caro as mercadorias”.
a) substantivo
b) adjetivo
c) advérbio
d) pronome
e) preposição

18- “Corriam por aqueles dias boatos da revolução.” Nesta oração o tipo de sujeito é:
a) Sujeito simples
b) Sujeito oculto
c) Oração sem sujeito
d) Sujeito indeterminado
e) Nenhuma das alternativas

19- “Galos cantam no despertar da aurora.” Qual é o núcleo do predicado desta oração e qual o seu tipo?
a) Cantam / verbo-nominal
b) Cantam / nominal
c) Cantam no despertar da aurora / verbal
d) Cantam / verbal
e) Galos cantam / verbal

20- “O romântico jovem passeava com sua namorada no parque municipal.” Destaque o predicado desta oração e defina o seu tipo.
a) Passeava com sua namorada / verbal
b) Passeava / verbal
c) Passeava com sua namorada no parque municipal / verbo-nominal
d) Passeava com sua namorada no parque municipal / verbal
e) Passeava com sua namorada / nominal

21- “Anoitecia silenciosamente.” Nesta oração temos:
a) Sujeito simples
b) Oração sem sujeito
c) Sujeito indeterminado
d) Sujeito oculto
e) Nenhuma das alternativas

22- Defina o tipo de sujeito desta oração: “Vive-se muito feliz naquela cidade.”
a) Sujeito indeterminado
b) Oração sem sujeito
c) Sujeito simples
d) Sujeito oculto
e) Nenhuma das alternativas

23- “Foi ao cinema, comprou o ingresso, contudo não conseguiu entrar”. A conjunção da oração dá ideia de:
a) Adição
b) Alternância
c) Oposição
d) Conclusão
e) Explicação

24- As conjunções das orações a seguir podem ser classificadas respectivamente: Você já sabe bastante, porém deve estudar mais. Não solte balões, pois podem causar incêndios.
a) Conclusiva – explicativa
b) Aditiva – Conclusiva
c) Aditiva – Explicativa
d) Adversativa – Explicativa
e) Adversativa – Conclusiva

25- “Caso eu entre na faculdade, procurarei emprego durante o dia”, a conjunção da primeira oração dá ideia de:
a) concessão
b) oposição
c) condição
d) lugar
e) consequência

26- “A nova bomba anunciava o rápido desfecho da guerra em curso contra o Japão.Mas também prenunciava uma nova era, cheia de inquietações:” A expressão destacada exprime:
a) Adição
b) Alternância
c) Contraste
d) Conclusão
e) Explicação

27- “Faço o trabalho como o regulamento prescreve.” e “Ele age como o pai.” A conjunção “como” nos dois casos exerce a ideia de:
a) Comparação – Conformidade
b) Causa – Conformidade
c) Conformidade – Causa
d) Conformidade – Comparação
e) Nenhuma das alternativas

28- Assinale a única frase que está escrita corretamente:
a) Comprei um romance para mim ler na viagem.
b) Vamos assistir ao jogo juntos lá em casa.
c) Há vinte anos atrás eu estava em Portugal.
d) Porque você faltou a aula hoje?
e) Andei à cavalo na fazenda dos meus pais.

29- “Semana passada, viajei para Paris e pude ver uma cidade maravilhosa. Chegando lá, encontrei alguns amigos e nos divertimos bastante. Pretendo voltar no próximo ano e repetir esta prazerosa aventura”. A função sintática dos termos sublinhados é respectivamente:
a) Locução verbal – artigo indefinido – objeto direto – adjetivo – conjunção
b) Locução conjuntiva – adjunto adnominal – substantivo – advérbio – conjunção
c) Locução adverbial – adjunto adnominal – objeto direto – advérbio – conjunção
d) Locução adverbial – adjunto adnominal – núcleo do objeto direto – advérbio – conjunção
e) Locução verbal – numeral – núcleo do objeto direto – adjetivo – conjunção

30- Com relação ao período composto do exercício anterior, podemos encontrar:
a) 10 orações
b) 8 orações
c) 7 orações
d) 9 orações
e) 11 orações

31- Quantos são os países que falam a língua portuguesa em todo o mundo?
a) Nove
b) Dez
c) Quatro
d) Sete
e) Oito

32- Aponte a oração de sujeito simples:
a) Você e ele também são importantes.
b) Fala-se muito.
c) Há muitas vagas.
d) Chegaram ele e o irmão.
e) Apareceu no bairro um novo circo.

33- Aponte a frase em que se destaca um predicativo do sujeito:
a) O trem partiu carregado.
b) Isto não depende de mim.
c) O urso assustou os visitantes.
d) A vida é um dom divino.
e) Carlos deixou-a magoada.

34- Aponte a frase de sujeito simples e predicado verbo-nominal:
a) A jovem passeava tranquilamente.
b) Mariana fez o concurso esperançosa.
c) Existem grandes possibilidades.
d) Paulo e Marcelo estudam animados.
e) Os cientistas retornaram da gruta.

35- “Gritou muito, todavia ninguém ouviu.”. A conjunção tem valor semântico de:
a) adição
b) explicação
c) conclusão
d) oposição
e) alternância

36- Assinale a oração em que aparece uma conjunção com ideia de conclusão:
a) Ou estudas, ou serás reprovado.
b) Tu te esforçastes, portanto serás recompensado.
c) O gato surgiu e perseguiu o rato.
d) Espere-me lá fora, pois preciso falar com você.
e) Irei, mas nada prometo.

37- “Fale mais alto, que precisamos ouvir.” O valor semântico da conjunção destacada é:
a) explicação
b) conclusão
c) alternância
d) oposição
e) adição

38- “Segundo nos disseram, tudo foi cancelado.” A conjunção destacada classifica-se como:
a) conformativa
b) temporal
c) final
d) alternativa
e) comparativa

39- “Machucou-se com a gilete.” A locução adverbial destacada classifica-se como:
a) modo
b) instrumento
c) causa
d) concessão
e) fim

40- “Peço-lhe um favor.” Qual é a predicação do verbo?
a) de ligação
b) transitivo direto
c) transitivo indireto
d) transitivo direto e indireto
e) intransitivo

41- Aponte a frase com verbo de ligação:
a) Ela está no quintal.
b) Lúcia chegou cansada.
c) Mauro disse a verdade.
d) Somos brasileiros.
e) Julio permanece na arquibancada.

42- “Surgiu na esquina um automóvel preto.” O verbo é:
a) de ligação
b) transitivo indireto
c) transitivo indireto
d) transitivo direto e indireto
e) intransitivo

43- “Ele fez uma prece a Nossa Senhora.” O verbo é:
a) intransitivo
b) transitivo indireto
c) transitivo indireto
d) transitivo direto e indireto
e) de ligação

44- “Não apenas lê muito, como também faz versos.” O valor semântico da locução conjuntiva destacada é:
a) comparação
b) adição
c) conclusão
d) explicação
e) oposição

45- “Deliciosos biscoitinhos de forno com gotinhas de chocolate.” Temos:
a) 1 frase com duas preposições
b) 1 oração com duas preposições
c) 1 frase com três preposições
d) 1 período simples com três preposições
e) 1 período simples com duas preposições

46- Marque a única frase nominal que existe:
a) Um ano sem compras: a revolução de estilo de uma nova blogueira.
b) De onde surgiu a ideia do blog?
c) Sempre gostei e acompanho vários sites.
d) O que você diria a alguém que está buscando uma dica de estilo?
e) Reparo na harmonia das cores e nas proporções das peças.

47- Qual é a única frase que está escrita corretamente:
a) Quero ganhar dinheiro, porisso preciso trabalhar muito.
b) O seu mau é não ouvir os mais velhos.
c) Estudou, mas foi reprovado.
d) Aonde fica o nosso depósito?
e) Quero que você seje muito feliz.

48- Quais são as três classes de palavras que um advérbio pode modificar?
a) substantivo – verbo – adjetivo
b) verbo – adjetivo – advérbio
c) verbo – adjetivo – substantivo
d) verbo – adjetivo – pronome
e) pronome – adjetivo – substantivo

49- “Fiquei em casa, pois meus pais precisavam de ajuda e a empregada tinha faltado.” Os sujeitos das três orações são:
a) simples – composto – simples
b) indeterminado – simples – simples
c) desinencial – composto – simples
d) desinencial – simples – simples
e) indeterminado – composto – simples

50- “Choveu palavrão na arquibancada / Choveu muito na minha cidade.” Temos:
a) composto – oração sem sujeito
b) simples – indeterminado
c) oração sem sujeito – oração sem sujeito
d) composto – indeterminado
e) simples – oração sem sujeito

Gabarito


http://linguaportuguesa.blog.br/50-questoes-de-lingua-portuguesa/

Participe!



Quem vem ao III Encontro Catarinense de Escritores e abrilhantará muito com sua presença e palestra é a escritora peruana do Brasil (ou brasileira do Peru, tanto faz!) Glória Kirinus.

Ela é graduada em Letras e Turismo, Especialista em Literatura Brasileira, Mestre pela PUC-RJ em Literatura Brasileira, Doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada pela USP e pós-doutoranda pela Sorbone, de Paris. 

É criadora e ministrante do curso itinerante Lavra-Palavra, conferencistaem congressos nacionais e internacionais, integra núcleos de pesquisa e módulos de cursos de especialização, em diferentes universidades do Brasil e é autora dos livros Criança e Poesia na Pedagogia Freinet e também do Synthomas de Poesia na Infância, além dos livros bilíngues Quando Chove a Cântaros (Cuando llueve a cântaros), Te conto que me contaram (Te cuento que me contaron), Tartalira, Quamdo as montanhas conversam (Quando lós cerros conversan), O galo cantou por engano (El gallo canto equivocado), Se tivesse tempo (Se tuviera tiempo), Sete quedas, sete anões e um dragão (Siete cascatas, siete enanos y um dragón) e Lâmpada de lua (Lámpara de luna). É integrante da Federação Internacional de Educadores Freinet (FIMEM), da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil (AEI-LIJ) e membro do Conselho Consultivo do site de Leitura e Literatura Infanto – Juvenil.


Hoje é o Dia Nacional da Língua Portuguesa. A data foi definida pela Lei 11.310 para homenagear o escritor Ruy Barbosa, profundo conhecedor do nosso idioma.

Chefe x líder

Donald Malschitzky - Por respeito, peço respeito

Pelas mães que choraram e procuraram e morreram sem encontrar, sem saber, sem viver sua esperança, pelas mães dos rebentos que cresceram e resolveram sonhar na hora errada, no lugar errado e se transformaram em saudade de lembrança, peço respeito, por favor.

Pelos filhos que dormiam e não viram os pais serem levados e não os reconheceram quando voltaram, magros e amargos, com medo pintado nos olhos, é preciso respeito.

Pelos meninos que vestiram de verde e, enfileirados, foram ensinados a não pensar e a odiar quem não conheciam e acreditar numa realidade que sequer imaginavam, e cresceram sem saber a diferença sutil entre a verdade e os berros dos insanos, peço compreensão e respeito, pois muitos não sabiam.

Pelos que olharam sobre os muros e pelas frestas da brisa da liberdade, e por ela e pela crença deram de si e se deram e enfrentaram carrascos que não eram pais, pois não mereciam sê-lo. Por seus gritos de desespero, peço um silêncio de respeito.

Pelos que andavam esquivos pelas ruas e mudavam de casa e liam livros proibidos, e que temiam o temor dos que já não podem confiar, peço um voto de respeito.

Pelos que escreviam e tinham suas letras riscadas, pelos que cantavam e viram calar sua canção, pelos que dançavam e riam e falavam nos palcos e tiveram os palcos invadidos, um aplauso de respeito.

Pelos que queriam contar o que acontecia, mas não podiam, pelos que queriam declamar na praça, e foram proibidos, peço respeito, tardio, mas respeito.

Pelos que foram arrancados de sua pátria e tiveram que respirar outras faces e outras línguas, e dormir com vontades que pareciam cada vez mais longínquas, peço respeito.

Pelos que, por herança ou convicção, acreditaram que não era assim, que essas coisas não aconteciam, que o caminho era correto, e eram honestos em sua convicção, um compreensivo respeito.

Mas, sobretudo, peço respeito àqueles que, de repente, sofrem a imensa desilusão provocada pela ação dos traidores travestidos de faróis. Por respeito a eles, peço, por favor, desconstruam a parede monocromática que construíram com nossa utopia e sem nossa autorização. 


Mãos que oferecem rosas - Crônica -Urda Alice Klueger

Mãos que oferecem rosas
                            (Para Eduardo Venera dos Santos Filho)

Eu vinha de uma infância muito mágica, por conta da natureza, das minhas emoções e dos livros que lia. Escrevi muitas coisas, já, sobre isso, mas acho que nunca escrevi sobre a magia de ir de bicicleta à Biblioteca Púbica pegar livro novo, e na volta, vindo pela rua Amazonas, olhar para os morros e os vales do vale maior, que era o Garcia, e absorvê-los numa grande inspiração só, com suas distâncias, suas tonalidades que me pareciam as cores da nostalgia, e me sentir inteiramente parte daquilo tudo, dos morros, das cores, das distâncias. A bicicleta era como uma nave única no universo, onde eu podia viajar pela rua Amazonas e por todas as galáxias que a emoção e os livros traziam – por trás de tudo vinha a minha fada madrinha que se chamava Irmã Maria Adalgisa e que fora a minha professora de quarta série.

Assim fui atravessando a adolescência, cantando coisas bonitas como:

“Fica sempre um pouco de perfume

Nas mãos que oferecem rosas

Nas mãos que sabem ser generosas...”, canções aprendidas com as minhas freiras queridas, e são tantas as lembranças desse tempo que nem dá para lembrar tudo aqui e agora, e assim fui andando pelo meus espaços, imbuída dessa magia que me vinha desde as primeiras lembranças, e um dia já tinha 19 anos e comecei a trabalhar.

E lá na escadinha que havia que subir para entrar no serviço, havia aquele moço mais bonito de todos, manhã após manhã, a me cumprimentar calorosamente com um sorriso de rosa desabrochando, e ele tinha também aquela cor das rosas mais suaves e lindas, pura cor de rosa, como a cor que a gente imagina que têm as nuvens onde anjinhos brincam, e havia um halo que o envolvia com aqueles tons de rosa que tem o amor.

Se vinha de uma vida encantada, mais encantada fiquei, e foi aquele moço mais bonito de todos quem me ensinou novas canções, daquelas que cantavam no rádio, mas que aprendi como se tivessem nascido somente da minha emoção:

“Contigo aprendi que existe luz na noite mais escura

Contigo aprendi, que em tudo existe um pouco de ternura...”

Tudo faz tanto tempo, mas é tudo tão real ainda! Tanto a minha Irmã Maria Adalgisa quanto aquele moço mais bonito de todos e os aprendizados da magia, e fico pensando como a magia é coisa tão séria, que não se rompe, não se acaba, mas se multiplica e pode atravessar as décadas e iluminar uma vida inteira.

Hoje, quando passo por pequenos bosques, lembro daqueles tons de nostalgia dos morros do meu vale do Garcia e de outras coisas tão mágicas que aconteceram que acabaram norteando minha vida, e o moço mais lindo de todos, que partiu faz tantas décadas, normalmente me espera em lugares assim, e de novo me sorri seu sorriso de rosa, e vez ou outra sai da penumbra do bosque e me acolhe nos seus braços com tamanho carinho e proteção que não posso deixar de inspirar profundamente para absorver momentos de tal grandeza, como um dia, na adolescência, absorvia o encantamento do vale aonde vivia.

Blumenau, 01 de novembro de 2015.
Urda Alice Klueger - Escritora, historiadora e doutora em Geografia.
Pitanga
(para Salvador Neto)

Por entre a vistosa ramagem
de brancas flores rendada,
via-se, em primeiro plano,  
a fruta vermelha e carnosa.
Exalando aroma agridoce, exibia-se
a pitanga perfumosa.

Não que outras não houvesse,
nenhuma tão lindamente desenhada.
Eu, encantado, cobiçava-te,
desejoso de tua doçura.

Vi um bem-te-vi,
 seduzido por tua belezura
de tua polpa querendo provar,
  em galho próximo,  brejeiro:
- Bem-te-vi...bem-te-vi! – avisava.
Mas, pra minha sorte, foi a mim
que tu viste primeiro.

Bem te vi, mulher!
Que a mim, viste primeiro,
e teu sabor adocicado,
pude eu, provar por inteiro.

Odenilde Nogueira Martins






Retirante

Retirante

Retirante de mim,
submersa em profundezas
e labirintos de limo escorregadio,
garimpando memórias na desordem do  caos,
de pecados tantos já extintos!

Afogada em enxurradas de paixões,
 angústias,
 tormentos,
alegrias...
 delicias em chuviscos.

Noites frias,
noites escuras,
noites de lua,
      airosas  madrugadas.         

Retirante do mundo,
trajetórias feitas de alarido,
confusos rabiscos,
daquilo que foi e podia ter sido.
No cálice, de puro cristal, bebida doce,
na boca, o gosto do fel bebido.

Odenilde Nogueira Martins – 01/11/2015


Renato Teixeira - Raízes

Não existe tempo...

Não existe tempo...

Tempo não existe para regar a amizade,
Sem que o curto tempo a degrade.
É curto o tempo para viver,
Tudo tristemente liquefeito e fugaz,
Que a pressa impensada perfaz.

Melancolicamente, o sólido,
Em compras, trocas e vendas,
Freneticamente, se desfaz.

Tempo para a semeadura,
Não há!
Há tão somente a colheita rápida,
Desavisada...
Que ceifa o prazer de ver
A indefesa semente brotar.

Quase não há tempo,
Para a garimpagem de verdadeiros tesouros,
como as delicadezas do amor
Que só construído de atos cotidianos
Solidifica-se e torna-se duradouro.

Não há tempo para o cultivo
Neste tempo líquido em que vivemos,
Resta-nos, pois, assistir à morte perene
De todos os possíveis amores.

Seres caricatos, vítimas da solidão,
que impiedosa, nos planta todas as dores.
Fujamos! Antes que a fluidez nos condene.


Odenilde Nogueira Martins – 30/10/2015
Tremular

Ao passar da brisa, tremulam as folhas
Por entre a ramagem verde da árvore,
Defronte a minha janela.
Tremulam minhas mãos ao pensar-te,
Meu.
Tremulam meus lábios imaginando
Que te beijam.
Tremula minha voz sussurrando,
Teu nome.


Odenilde Nogueira Martins – 30/10/2015