1954 - No começo dos anos 50, a Academia Sueca escolheu Ernest Hemingway "por sua maestria da arte narrativa, mais recentemente demonstrada em 'O Velho e O Mar', e pela influência que exerceu no estilo contemporâneo". Trabalhou como correspondente de guerra em Madri durante a Guerra Civil Espanhola, experiência que inspirou a obra "Por Quem os Sinos Dobram". Ao fim da Segunda Guerra Mundial, passou a viver em Cuba. Hemingway morreu aos 61 anos, nos Estados Unidos.
1957 - O escritor, romancista, ensaísta, dramaturgo, jornalista e filósofo francês nascido na Argélia Albert Camus foi escolhido para receber o Nobel "por sua produção literária importante, que com lúcida sinceridade ilumina os problemas da consciência humana em nossos tempos". Camus viveu apenas 46 anos e escreveu obras como "O Estrangeiro".
1964 - Grande nome do existencialismo, o filósofo, escritor e crítico Jean-Paul Sartre, "que pelo seu trabalho, rico em ideias e preenchido com o espírito da liberdade e em busca da verdade, exerceu uma influência profunda na nossa época", foi premiado com o Nobel em 1964. Militante das causas de esquerda, foi companheiro da filósofa feminista Simone de Beauvoir. Morreu em 1980, aos 74 anos.
1969 - "Pela sua escrita, que - em novas formas para o romance e drama - na destituição do homem moderno adquire sua elevação", a Academia Sueca concedeu o Nobel a Samuel Beckett em 1969. Influenciado por James Joyce, Beckett é considerado um dos últimos modernistas. Suas obras incluem contos, poesia, peças de teatro, romances e ensaios. O irlandês morreu em 1989, em Paris.
1971 - O chileno Pablo Neruda recebeu o prêmio da Academia Sueca em 1971 "pela poesia que, com a ação de uma força elemental, reaviva o destino e os sonhos de um continente". Considerado um dos autores mais importantes de língua espanhola, Neruda morreu dois anos depois do Nobel, aos 69 anos. Diplomata, foi cônsul do Chile na Espanha e no México.
1982 - Considerado um dos autores mais importantes do século 20, o colombiano Gabriel García Márquez recebeu o Nobel em 1982. Entre suas obras, estão "O Amor nos tempos do cólera", "Viver para contar", "Memórias de minhas putas tristes" e o aclamado "Cem anos de solidão", de 1967. Em 2012, o irmão do escritor, conhecido como "Gabo", anunciou que ele não lançaria novos livros. O autor, que passa por um estágio avançado da doença mental e perdeu parte da memória, não tem mais condições de escrever, afirmou Jaime.
1996 - Wislawa Szymborska recebeu o Nobel "pela poesia que, com precisão irônica, permite que contextos históricos e biológicos venham à tona, em fragmentos de realidade humana". A polonesa, autora de "Convocação para Yeti", "Poderia ser" e "O fim e o princípio", morreu em 2012.
1997 - O italiano Dario Fo, "que emula os bobos medievais no questionar da autoridade e no apoio à dignidade dos caídos", foi a escolha da Academia Sueca em 1997. Dario Fo é um dos dramaturgos mais importantes da atualidade, autor de mais de 40 peças teatrais, entre as quais "Morte Accidentale di un Anarchico" ("Morte Acidental de um Anarquista"), de 1974.
1998 - O português José Saramago foi o primeiro escritor de língua portuguesa (e único até hoje) a receber o Nobel de Literatura, em 1998. Segundo a academia, Saramago, "com parábolas portadoras de imaginação, compaixão e ironia, torna constantemente compreensível uma realidade fugidia". Entre seus livros mais famosos, estão "Memorial do Convento", "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" e "Ensaio Sobre a Cegueira", que foi adaptado para o cinema pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles. Saramago morreu em 2010, aos 87 anos, na Espanha.
2003 - O escritor sul-africano J.M. Coetzee, "que com inumeráveis disfarces retrata o envolvimento surpreendente do forasteiro", recebeu o Nobel em 2003. Sua carreira literária na ficção começou em 1969, mas o seu primeiro livro, "Dusklands", só foi publicado na África do Sul em 1974. Coetzee recebeu vários prêmios antes do Nobel, tendo recebido o Booker Prize por duas vezes, por "Life & Times of Michael K", em 1983, e por "Disgrace", em 1999.
2006 - O romancista turco Orhan Pamuk, "que na busca pela alma melancólica da sua cidade natal descobriu novos símbolos para o choque e interligação de culturas", foi o escolhido pela Academia Sueca em 2006. É professor de literatura na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e autor de livros como "A Cidadela Branca", "Os Jardins da Memória" e "A Vida Nova". Na foto acima, de 2012, o escritor inaugurou o Museu da Inocência, em Istambul.
2008 - "Autor de novas partidas, aventura poética e êxtase sensual, explorador da humanidade além e sob a civilização regente", Jean-Marie Gustave Le Clézio foi o vencedor do Nobel de Literatura em 2008. Filho de um mauriciano e uma francesa, morou na Nigéria e tem mais de 40 livros publicados. É autor de títulos como "História do Pé", "O Peixe Dourado", "A Quarentena" e "O Deserto".
2010 - O escritor, jornalista, ensaista e político peruano Mario Vargas Llosa foi escolhido em 2010, "por sua cartografia das estruturas de poder e de imagens, e sua mordaz resistência, revolta e derrota do indivíduo". De nacionalidade espanhola, Vargas Llosa recebeu do rei Juan Carlos, em 2011, o título de marquês. Nascido em 1936, o novelista e ensaista é tido como um dos maiores nomes da literatura em língua espanhola. Seu tema central é a luta pela liberdade em seu país. Entre as principais obras estão "A Casa Verde", "Lituma nos Andes" e "A Cidade e os Cachorros". Em 1981, Llosa publicou "A Guerra do Fim do Mundo", sobre a Guerra de Canudos, que dedicou ao escritor brasileiro Euclides da Cunha, autor de "Os Sertões". Sua obra mais recente é "O Herói Discreto".
O Nobel de Literatura é entregue pela Academia Sueca anualmente desde 1901 a um autor de qualquer nacionalidade. Segundo as palavras do próprio Alfred Nobel, criador da distinção, é entregue a alguém que tenha produzido, por meio do campo literátio, "o mais magnífico trabalho em uma direção ideal". O prêmio não é dado a uma obra em particular, mas pelo conjunto da carreira e do pensamento do autor. Em 2013, o Nobel de Literatura foi concedido à canadense Alice Munro, 13ª mulher a receber o prêmio.
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