A crase é obrigatória nas locuções adverbiais compostas por palavras femininas; junto às locuções adverbiais que indicam circunstância, seu uso é facultativo.
Em algumas locuções adverbiais, embora o uso da crase não seja obrigatório, usa-se para eliminar as ambiguidades, por exemplo: lavar a mão ou à mão.
A crase deve ser usada em locuções adverbiais formadas por palavras femininas. Entretanto, quando as locuções indicam circunstâncias, não há consenso entre os gramáticos. Uns dizem que a crase não deve ser utilizada, enquanto outros dizem que seu uso é facultativo.
A crase é a fusão do “a” preposição com o “a” artigo. Portanto, só há ocorrência de crase quando o verbo ou o nome pedir preposição e o substantivo for feminino. O acento que indica que houve fusão entre o artigo e a preposição é o acento grave (`).
Veja alguns exemplos:
No final da rua, vire à esquerda.
Às vezes é preciso esperar.
À medida que o tempo passa, as pessoas ficam mais experientes.
O barco ficou à deriva até ser resgatado.
Nas expressões adverbiais a pé, a cavalo, a sangue-frio, a lápis, etc., o uso da crase não é permitido por uma questão óbvia, as palavras que formam as expressões são masculinas. Logo, não há a ocorrência de crase.
Acompanhe os exemplos:
Prefiro ir a pé.
A prova não pode ser feita a lápis.
A locução adverbial a distância tem gerado polêmica. Isso ocorre porque algumas gramáticas dizem que a crase só deve ser usada quando a palavra distância estiver determinada.
Veja o exemplo:
A melhor praia fica à distância de 30 km.
No exemplo, a palavra distância está especificada, portanto, ocorre a crase. No entanto, há momentos em que a palavra distância aparece sem que nada a determine.
Analise:
O menino estuda a distância.
Eu escrevo a distância.
O ensino da faculdade é a distância.
Nesses casos, gramaticalmente, não existe justificativa para o uso da crase. Entretanto, se a análise for semântica, ou seja, voltada para a análise do significado, seu uso passa a ser recomendado, já que a presença da crase elimina as ambiguidades.
Acompanhe:
A matéria estudada pelo menino chama-se distância ou ele não estuda em uma instituição física?
Eu escrevo sobre a distância ou escrevo longe das pessoas?
A faculdade ensina sobre distância ou é o ensino que acontece de longe?
Todos sabem que um texto precisa ser claro, portanto, todas as possibilidades de ambiguidade (duplo sentido) devem ser eliminadas. Pensando nisso, alguns estudiosos já defendem o uso da crase com a palavra distância, ainda que esta não esteja especificada, pois seu uso elimina a possibilidade de dupla interpretação.
Veja os exemplos:
O menino estuda à distância.
Eu escrevo à distância.
O ensino da faculdade é à distância.
A presença da crase não permite duplo sentido. Percebeu? Agora, com ela, fica claro que tanto o ensino quanto o estudo e a grafia são feitos distantes do local.
Outras expressões que trazem dúvidas são as que vêm acompanhadas de adjuntos adverbiais de instrumento. Não há justificativa para o uso da crase, no entanto, sua ausência gera duplo sentido. Por isso, seu uso é recomendado. Além desses adjuntos, há algumas expressões que também pedem o uso da crase para evitar a ambiguidade.
Veja:
Bateu à máquina.
Cortou à faca.
Lavou à mão.
Combateremos à sobra.
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