Liberto a alma da lama pesada,
de estorvo estouvado no ensejo
de alguma palavra que descreve
o mundo que se quer belo,
na conjugação do verso sendo.
Não quero a mente suja do verbo
que se frita na trempe e na cinza
quente da fornalha trançada
no fogo triste da doce emoção.
Liberto a alma que se preenche
de graça e potência para enfrentar
redemoinhos no lombo da montanha
espinhosa que sangra silêncio na letra.
Liberto a alma do apavorante pejo
que a amordaça para desenhar o templo
e realizar o rito e o batismo do tempo
exato do verso no interior do poema.
30-1-2016
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