IDENTIDADE

Às vezes nem eu mesmo
Sei quem sou.
Às vezes sou
Ô meu queridinho”,
Às vezes sou
“moleque malcriado”.
Para mim
Tem vezes que eu sou rei,
Herói voador,
Caubói lutador,
Jogador campeão.
Às vezes sou pulga,
Sou mosca também ,
Que voa e se esconde
De medo e vergonha
Às vezes eu sou Hércules,
Sansão vencedor
Peito de aço,
Goleador!
Mas o que importa
O que pensam de mim?
Eu sou quem sou,
Sou assim,
Sou menino.

1- Segundo o poema, nem sempre um menino é o "queridinho”. Cite ocasiões ou situações em que crianças são “queridinhas”.

2- A frase: “Às vezes nem eu mesmo sei quem sou” revela:
( ) dúvida ( ) certeza ( ) precisão ( ) incerteza ( ) decisão ( ) hesitação

3- O que o menino pode ter feito para ser chamado do “moleque malcriado”? Marque (V) ou (F):
( ) quando desobedece os adultos.
( ) quando tem um excelente comportamento.
( ) quando fala palavrão
( ) quando incomoda os adultos
( ) quando não se comporta como os adultos desejam.

4- Assinale as alternativas corretas:
( ) Os meninos descobrem logo sua identidade.
( ) A busca da identidade é algo demorado e complexo.
( ) Às vezes as crianças se sentem eufóricas, vencedoras, às vezes se sentem deprimidas.
( ) Devemos levar sempre em conta as opiniões dos outros sobre nós.
( ) Não importa o que os outros pensam a nosso respeito, importa o que somos.

5- Quantos versos há no poema acima?

6 – No poema há rimas?Cite algumas.

7– Escreva que tipo de pronome são as palavras abaixo:
eu =
quem =
mim=
se =
meu =

8– Copie do poema dois substantivos próprios.

9– Copie do poema dois substantivos comuns.

Partes constituintes dos textos jornalísticos

A noção de que os distintos gêneros se encontram permeados na nossa vida em sociedade se torna cada vez mais cristalizada, haja vista que compartilhar de situações comunicativas representa uma das posturas enquanto parte constituinte de uma coletividade.

Partindo desse princípio, relevante é, também, enfatizarmos acerca das finalidades discursivas que os norteiam, sobretudo aqueles que estão diretamente relacionados com o assunto sobre o qual trataremos por meio do artigo em questão – os jornalísticos, por excelência. Acerca deles um aspecto parece emergir e ganhar certa representatividade em termos de discussão – o fato de que quando estabelecemos familiaridade com a modalidade em pauta, isto é, ao pegarmos o jornal para folhear, nem sempre nos damos conta dos principais aspectos de que dele fazem parte – ora essenciais à nossa compreensão enquanto interlocutores, entre eles, estes abaixo retratados:

* Título –A priori já dispomos de uma noção que demarca essa importante parte, haja vista que, sem sombra de dúvida, representa aquele elemento que chama a atenção do leitor para apreciar acerca do que realmente se trata o assunto, razão pela qual ele deve ser o mais atrativo possível, geralmente demarcado por letras garrafais e em negrito.

* Subtítulo –Literalmente, atesta-se que se trata de um elemento que reforça a intenção prestada no título, ou seja, um elemento que aparece para somar, para acrescentar algo a mais às informações anteriormente reveladas. O intuito, como não poderia deixar de ser, revela-se por chamar ainda mais a atenção para o que vem adiante.

* Legenda -Não são raras as vezes em que nos deparamos com as gráficos, tabelas, fotografias, desenhos. Tais elementos cumprem uma função especial: caracterizar, descrever os aspectos impressos na ilustração e conferir apoio à própria matéria jornalística, informando acerca dos fatos noticiados. Dessa forma, encontram-se demarcados na legenda, sendo que tal parte caracteriza-se como uma frase curta, concisa e objetiva.

* Texto-legenda –equivale dizer que esse elemento, assim como subtítulo, acrescenta informações relevantes à legenda, tornando-a mais ampliada, mais completa em termos de informação para o leitor.

Mediante tais pressupostos, é bem possível que você atente mais nos aspectos que aqui foram elencados, tornando assim um leitor ainda mais eficaz, assíduo e competente.

http://www.portugues.com.br/redacao/partes-constituintes-dos-textos-jornalisticos.html
Classificação dos Verbos 1. Regulares - Não apresentam alterações no radical. 2. Irregulares - Apresentam alterações no radical. 3. Anômalos - Apresentam profundas alterações no radical. 4. Defectivos - Não possuem conjugação completa. 5. Abundantes - Apresentam mais de uma forma. 6. Auxiliares - São aqueles que combinam com o infinitivo, particípio ou gerúndio de outro verbo. 7. Pronominais - São aqueles que se conjugam acompanhados de pronomes oblíquos.   Exercício Numere corretamente: (  ) falar - vender - partir (  ) queixar-se (  ) computar - falir (  ) ser - estar - ter - haver (  ) vou - fui - ia - fora (  ) pago - pagado (  ) digo - disse - direi

Respostas:
1 – 7 – 4 – 6 – 3 – 5 – 2
Colocação Pronominal (1) próclise - pronome antes do verbo (2) ênclise - pronome depois do verbo (3) mesóclise - pronome no meio do verbo. Numere corretamente: (  ) palavra de sentido negativo (   ) verbo no futuro do presente (   ) advérbio (   ) verbo no gerúndio (   ) pronome relativo (   ) verbo no início da frase (   ) conjunção subordinativa (   ) verbo no futuro do pre´terito (   ) pronome indefinido (   ) verbo no imperativo afirmativo (   ) verbo no infinitivo pessoal

Respostas: (1) (3) (1) (2) (1) (2) (1) (3) (1) (2) (2)


Resposta: 1. comparação 2. antítese 3. paradoxo 4. gradação 5. eufemismo 6. hipérbole 7. catacrese 8. personificação ou prosopopeia 9. comparação 10. metonímia 11. apóstrofe 12. paradoxo 13. eufemismo 14. hipérbole 15. eufemismo

Internetês – Ameaça à Língua Portuguesa - Por Karla Hansen

Quem tem acesso à rede mundial de computadores‭, ‬não dispensa o‭ ‬“internetês”‭ ‬para escrever suas mensagens ou se comunicar nas salas de bate-papos virtuais‭. ‬No entanto‭, ‬o que parecia uma brincadeira de adolescente está abalando o coração‭, ‬já tão cansado‭, ‬dos professores da língua portuguesa‭. ‬O assunto também já ganhou as páginas dos jornais e tem alimentado calorosos debates entre acadêmicos‭, ‬escritores e jornalistas‭. ‬Basicamente‭, ‬o debate tem dividido os interessados entre os que são contra e os que são a favor‭. ‬De um lado e do outro existem os exagerados e alarmistas de plantão‭. ‬Entre os que são contra‭, ‬por exemplo‭, ‬um argumento bem forte é o de que o‭ ‬“internetês”‭ ‬é mais que uma degradação da língua‭, ‬um verdadeiro atentado infame a ela‭.

‬O escritor Deonísio da Silva chamou de‭ ‬“besteirol”‭ ‬o novo‭ ‬“idioma”‭ ‬e classificou o fenômeno como‭ ‬“assassinato a tecladas”‭ ‬da língua portuguesa‭. ‬Segundo o escritor‭, ‬nunca se escreveu tanto como nesses tempos de correspondências eletrônicas‭, ‬mas para‭ ‬ele estão‭ ‬“botando os carros na frente dos bois”‭. ‬Ou seja‭, ‬esses adolescentes têm acesso à internet e ao celular‭, ‬mas não à norma culta da língua escrita‭.

‬Nas palavras de Deonísio‭: ‬Os pequenos burgueses tinham internet e celular‭, ‬mas não dominavam a língua escrita‭. ‬E por isso criaram a deles‭. ‬Nada espantoso‭. ‬Também os habitantes das periferias não dominam a norma culta da língua e criam suas gírias‭, ‬devidamente circunscritas a cada grupo de usuários. Para resumir‭, ‬o escritor defende que o‭ ‬“internetês”‭ ‬é um sintoma da grave falência educacional‭, ‬que por sua vez‭, ‬gera a exclusão dos jovens ao mundo letrado ao qual só poucos têm‭ ‬acesso.

Combatendo serenamente essa tese‭, ‬Marisa Lajolo é uma das que não veem nada de grave na invenção dos adolescentes‭. ‬Ao contrário‭, ‬ela acredita que a nova escrita na Internet está promovendo um‭ ‬“surto de poliglotas”‭. ‬Na sua opinião‭, ‬o‭ ‬“internetês”‭ ‬é apenas mais uma linguagem usada pelos jovens para se comunicarem entre si‭, ‬considerados‭, ‬por ela‭, ‬poliglotas pela capacidade‭ ‬de se expressar de maneira diferente com seus pais‭, ‬professores e com os demais interlocutores da comunidade‭. ‬Dessa forma‭, ‬para‭ ‬a escritora‭, ‬isso demonstra criatividade dos adolescentes em criar um código próprio‭, ‬que reforça a identidade dos mesmos‭.‬

Sérgio Nogueira aconselhou os professores a não se assustarem‭, ‬mas procurarem conhecer a linguagem‭. ‬Ele admite que esse é um‭ ‬“fenômeno natural”‭. ‬Para ele‭, ‬o problema maior a ser atacado pelos professores é mesmo o domínio da linguagem padrão‭.‬

Há‭, ‬do outro lado‭, ‬entusiastas febris‭. ‬Pessoas afirmam que o‭ ‬“internetês”‭ ‬veio revolucionar a língua portuguesa e chegam a oferecer um‭ ‬“curso de língua de internetês”‭, ‬no qual estão traduzidas as principais expressões da‭ ‬“língua”‭ ‬num‭ ‬“dicionário”‭.‬

Seguindo o bom senso do professor Sérgio Nogueira‭, ‬alguns professores de língua portuguesa já tiveram a iniciativa de promover‭, ‬em sala de aula‭, ‬atividades com o dialeto‭. ‬Não se trata de rejeitar‭, ‬diminuindo-lhe a importância‭, ‬ou de elevar aos céus‭, ‬atribuindo-lhe poderes para‭ ‬“revolucionar”‭ ‬ou mesmo ameaçar a língua portuguesa‭. ‬Essas experiências em sala de aula têm a qualidade de reconhecer o fenômeno e explorá-lo‭,‬‭ ‬mostrando sua dimensão real‭.‬

Dessa forma‭, ‬é possível que o‭ ‬“internetês”‭ ‬ainda dê o que falar‭. ‬Mas‭, ‬com o vocabulário reduzido de que ele dispõe‭, ‬é provável que o debate‭, ‬assim como a própria vida do‭ ‬novo dialeto‭, ‬não sejam capazes de ir muito longe‭.‬

A Língua Portuguesa no Ambiente de Trabalho

Por Maria Aparecida Araújo

Respeite a língua portuguesa. Pode parecer bobagem, mas dominar o português, tanto na oralidade quanto para escrever e-mails, cartas e bilhetes, demonstra que você tem um nível básico de educação e está preparado para transitar e se comunicar em situações diversas. No dia a dia, todo mundo comete deslizes com a língua, porém, quando o assunto é trabalho, vale a pena dar uma polida no vocabulário, se policiando para não abusar das gírias, e retomar as lições de ortografia e de gramática quando surgirem dúvidas. Uma dica é manter em um canto da mesa um dicionário e um manual de língua portuguesa – verdadeiros guias na hora de redigir textos.

COMPLEMENTOS VERBAIS

Complementos Verbais  -objeto direto -objeto indireto. -objeto direto preposicionado. -objeto direto pleonástico. -objeto indireto pleonástico. Meu irmão não entendeu os meus argumentos. ( objeto direto). A empresa precisa de dois advogados urgentemente. (objeto indireto). Os revoltosos tomaram das armar. (objeto direto preposicionado). Os presentes, entreguei-os ao aniversariante. (objeto direto pleonástico). Aos meus pais, dou-lhes amor e carinho. (objeto indireto pleonástico)
Plural de cores.  Quando são originados de substantivos. Os nomes das cores  não sofrem flexão.  Alguns exemplos:  Ternos cinza; Cortinas gelo; Blusa violeta; Tons pastel; Carros vinho; Calças areia; Mantas rosa; Camisetas laranja; Blusas limão; Gravatas crème.
Por que as palavras abaixo são acentuadas? Dominó - oxítona terminada um -o (vovó, avô, paletó, metrô, filó, mocotó, cipó...). Júri paraxítona terminada em -i (taxí, biquíni...). Máquina - todas as proparoxítonas são acentuadas (líquido, mérito, trânsito...). Tórax - paroxítona terminada em -x (látex, fênix). Armazém - oxítona terminada em -em (ninguém, também, além). Bíceps - paroxítona terminada em -ps (tríceps, fórceps...). Maracujá - oxítona terminada em -a (sofá, cajá, gambá, vatapá...). Relâmpago - todas as proparoxítonas são acentuadas (incômoda, política...). Caráter - paroxítona terminada em -r (revólver, açúcar, cadáver...). Invisível - paroxítona terminada em -l (lavável, projétil, afável, fácil, ágil...)

FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Formação de Palavras (derivação e composição). Tipos de derivação: - prefixal (incapaz, reescrever). - sufixal ( papelaria, igualdade, felizmente). - prefixal e sufixal (reflorescer, infelizmente, desigualdade). parassintética (entristecer, emudecer). - regressiva ( compra, debate). - imprópria (camisa gelo, um feito, os bons). Tipos de composição: - por justaposição (passatempo, girassol, couve-flor, pontapé). - por aglutinação (embora, fidalgo, planalto, aguardente).
Verbos que merecem uma atenção especial! Eu meço (medir). Eu caibo (caber). Eu valho (valer). Eu pulo (polir). Eu compito (competir). Eu adiro (aderir). Eu freio (frear). Eu digiro (digerir). Eu suo (suar). Eu soo (soar). Eu arguo (arguir). Eu equivalho (equivaler). Eu anseio (ansiar).
Você sabia que estas palavras são sinônimas? Mesóclise - tmese. Trema - diérese.

CRASE: BOM VER.

Crase diante de horas. Ocorre crase: 1. Retornaremos às 17h. 2. O encontro será às 13h. 3. Eles estarão aqui às 21h. 4. A conferência será realizada às 18h. Não ocorre crase: 1. Retornaremos após as 17h. 2. O encontro está marcado para as 13h. 3. Eles estão aqui desde as 21h. 4. A conferência será realizada entre as 14h e as 18h. Após determinadas preposições, não ocorre a crase.
Um dica para não errar mais a grafia das palavras "em cima" e "embaixo". Desenhe a letra V. A parte de cima é separada e a parte de baixo é junta. Conclui-se que "em cima" se escreve separado e "embaixo", junto.
demais / de mais / dê mais Comeu demais durante o almoço. Os demais devem retornar amanhã. Coloquei sal de mais na salada. Não vejo nada de mais nesta situação. Dê mais valor ao seu silêncio. demais (advérbio) - excessivamente, muito / demais (substantivo) - os restantes de mais - a mais / capaz de causar estranheza, anormal dê mais - verbo + advérbio

"QUE"

Funções do termo "que" 1. Substantivo - Há um quê de estranho naquela atitude. 2. Pronome - Que você pretende fazer hoje? (pronome interrogativo) Que palavras duras você usou! (pronome exclamativo) Encontrei os documentos que o chefe procurava. (pronome relativo) 3. Advérbio - Que interessante aquele filme (intensidade) Que roupa mal costurada era aquela (modo) 4. Preposição - Ele tem que obedecer as regras. 5. Interjeição - Quê! Você foi ao casamento? 6. Conjunção - Os alunos estudam que estudam (Conjunção coordenativa) Todos lhe fizeram sinal que se calasse. (conjunção subordinativa) Pensem que os resultados serão positivos. (conjunção integrante) 7. Partícula expletiva ou de realce - Em que mês começam as aulas?
Dica importante! Quando já existem aspas em uma citação ou transcrição, devemos usar as aspas simples. "Se o diretor é uma espécie de 'leão'  na escola, é necessário que ele desenvolva habilidades de liderança."
Falanges - As falanges são os ossos que formam os dedos das mãos e dos pés dos vertebrados. Nos hominídeos (chimpanzés, gorilas, humanos e orangotangos) cada dedo tem três falanges: 1. falange proximal 2. falange média (falanginha) 3. falange distal (falangeta)
mega / giga / tera - Unidades de medida da informática não vão para o plural. Se a medida é gigabyte, o plural fica "gigabytes". 1 mega/30 mega - 1 giga/20 giga - 1 tera/10 tera. Se apenas o radical for falado (mega, giga, tera), não tem o -s que fica no final do byte. Logo, o correto é dizer  30 mega, 20 giga, 10 tera e não 30 megas. Dessa forma, a pessoa estaria falando 30 megasbytes, ou seja, usaria dois -s.
"A nossa língua deve ser protegida contra modernismos laxistas que contrariem a sua índole e contra erros gramaticais grosseiros, mas ninguém consegue mantê-la fossilizada, pois a sua enorme versatilidade acaba sempre por nos surpreender com novas soluções. Dispõe de uma herança de muitos séculos e de muitas vivências."
Algumas expressões que falamos errado e nem percebemos. 01) Planos ou projetos para o futuro. Você conhece alguém que faz planos para o passado? 02) Criar novos empregos. Alguém consegue criar algo velho? 03) Habitat natural. Todo habitat é natural; consulte um dicionário .04) Prefeitura Municipal. No Brasil só existem prefeituras nos municípios. 05) Conviver junto. É possível conviver separadamente? 06) Sua autobiografia. Se é autobiografia, já é sua. 07) Sorriso nos lábios. Já viu sorriso no umbigo? 08) Goteira no teto. No chão é impossível! 09) Estrelas do céu. Paramos à noite para contemplar o lindo brilho das estrelas do mar? 10) General do Exército. Só existem generais no Exército. 11) Manter o mesmo time. Pode-se manter outro time? Nem o Felipão consegue! 12) Labaredas de fogo. De que mais as labaredas poderiam ser? De água? 13) Pequenos detalhes. Se é detalhe, então já é pequeno. Existem grandes detalhes? 14) Erário público. O dicionário ensina que erário é o tesouro público, por isso,erário só basta! 15) Despesas com gastos. Despesas e gastos são sinônimos! 16) Encarar de frente. Você conhece alguém que encara de costas ou de lado? 17) Monopólio exclusivo. Ora, se é monopólio, já é total ou exclusivo. 18) Ganhar grátis. Alguém ganha pagando? 19) Países do mundo. E de onde mais podem ser os países? 20) Viúva do falecido. Até prova em contrário, não pode haver viúva se não houver um falecido.
"Existe muita polêmica em torno do gênero da palavra champanhe. Embora a maioria dos estudiosos da língua e vários dicionários afirmem que champanhe é um substantivo masculino, sendo correto dizer o champanhe, outros dicionários, bem como o VOLP, defendem que champanhe é um substantivo de dois gêneros, podendo assim ser masculino ou feminino, sendo correto dizer o champanhe ou a champanhe."
Regência Verbal. Seguir a regência verbal orientada pela norma culta, às vezes, significa fazer escolhas diferentes daquelas que ouvimos na maior parte das vezes. Norma Coloquial: Assisti o filme. Obedeceu o regulamento. Responderemos as dúvidas. Eles visam uma colocação. Ele namora com a menina. Cheguei no dentista. Norma Culta: Assisti ao filme. Obedeceu ao regulamento. Responderemos às dúvidas. Eles visam a uma colocação. Ele namora a menina. Cheguei ao dentista.


Na realidade, muitos linguistas modernos costumam misturar termos específicos da NGB com termos característicos da NGP (Nomenclatura Gramatical Portuguesa), elaborada por gramáticos portugueses oito anos mais tarde. Pessoalmente, prefiro a terminologia adotada na NGB: acho que ela denota maior rigor e precisão do que a NGP, além de ser mais erudita. Na NGB, por exemplo, diferencia-se sintaticamente melhor a “complementação”, expressa por termos integrantes da oração como os complementos (verbais e nominais), da “circunstância”, expressa por termos acessórios como os “adjuntos adverbiais”, que na NGP são definidos como “complementos circunstanciais”, termo certamente mais impreciso, uma vez que mistura dois conceitos sintáticos distintos (o “adjunto adnominal” brasileiro também contém o conceito de complementação na NGP, na qual é chamado de “complemento determinativo”!); nem existe, na NGP, a distinção entre “termos integrantes” e “termos acessórios” da oração, todos denominados de “elementos complementares à oração”! Mais um exemplo: no que respeita à prosódia, os termos de origem grega “oxítono”, “paroxítono” e “proparoxítono” da NGB denotam certamente uma maior erudição do que os termos correspondentes na NGP, respectivamente “agudo”, “grave” e “esdrúxulo”.
É curioso observar que algumas designações tão comuns, apesar de continuarem sendo utilizadas correntemente, não constam em nenhuma das duas nomenclaturas gramaticais da língua portuguesa: “sujeito elíptico, oculto, desinencial”; “voz passiva analítica” e “voz passiva sintética” (talvez por analogia com a classificação dos superlativos absolutos em “analíticos” e “sintéticos”), registradas pela NGB respectivamente como “voz passiva com auxiliar” e “voz passiva com pronome apassivador” (“com palavra apassivante” na NGP, forma certamente menos apropriada, já que não esclarece a classe gramatical a que pertence essa “palavra”)


“Se você ver o filme” (errado) no lugar de “Se você vir o filme” (certo): vamos analisar o que pode levar algumas pessoas a cometerem esse erro.
Alguns ignoram que a forma do futuro (simples) do subjuntivo (“conjuntivo” no português europeu), apesar de ser perfeitamente igual à do infinitivo pessoal (simples) na conjugação dos verbos regulares, na realidade deriva de um tempo primitivo bem diferente: o futuro do subjuntivo vem do pretérito perfeito (simples) do indicativo e é formado pelo tema do perfeito (radical do perfeito + vogal temática) mais as terminações -r, -res, -r, -rmos, -rdes, -rem (de forma prática, obtém-se o tema do perfeito retirando a terminação -ram da terceira pessoa do plural), enquanto o infinitivo pessoal deriva logicamente do infinitivo impessoal, ao qual se acrescentam as terminações -es (segunda pessoa do singular), -mos, -des, -em. 

Tema do perfeito do verbo “ver”: (eles) VI(ram); futuro do subjuntivo: viR, viRES, viR, viRMOS, viRDES, viREM (igual ao infinitivo pessoal de “vir”). 

Tema do perfeito do verbo "vir": (eles) VIE(ram); futuro do subjuntivo: vieR, vieRES, vieR, vieRMOS, vieRDES, vieREM.

Tema do perfeito do verbo “ter”: (eles) TIVE(ram); futuro do subjuntivo: tiveR, tiveRES, tiveR, tiveRMOS, tiveRDES, tiveREM. Logicamente, os derivados desse verbo (manter, obter…) seguem o mesmo modelo de conjugação.

Tema do perfeito do verbo “pôr”: (eles) PUSE(ram); futuro do subjuntivo: puseR, puseRES, puseR, puseRMOS, puseRDES, puseREM. Nesse caso também, logicamente, os derivados do verbo (propor, depor…) seguem tal modelo de conjugação.

Se nos basearmos, portanto, nessa simples regra que vale indistintamente para todos os verbos portugueses, sempre conseguiremos conjugar corretamente qualquer verbo irregular no futuro do subjuntivo.
Vale lembrar também que o futuro do subjuntivo, que marca a eventualidade futura, participa de orações subordinadas desenvolvidas (principalmente adverbiais condicionais e temporais), iniciadas por conjunção ou por pronome relativo (“Se ele vir isso”, “Quando ele vir isso”, “Depois que ele vir isso”, “No momento em que ele vir isso”…), enquanto o infinitivo pessoal participa de orações subordinadas reduzidas de infinitivo e é precedido de preposição (“Depois de ele ver”, “No momento de ele ver”, “No caso de ele ver”…).
Afinal, mais uma pequena dica para não confundir o futuro do subjuntivo de “ver” com o infinitivo pessoal de “vir”: o verbo “ver” é empregado principalmente como transitivo direto (“Depois que ele vir o filme…”; vir = VTD seguido de OD, “o filme”), enquanto o verbo “vir” só poderá ser intransitivo ou transitivo indireto (“Depois de ele vir aqui…”; vir = VI seguido de adjunto adverbial de lugar, “aqui”).



Na locução ou perífrase verbal, que constitui um todo indivisível, a ideia central é expressa pelo verbo principal (numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio), antecedido de um ou mais auxiliares, que indicam apenas as flexões de tempo, modo, pessoa, número, voz e aspecto. Nos exemplos citados, são importantes as noções de “comprar”, “ver” e “fazer”, respectivamente: “comprarei o bolo amanhã”, “garota VISTA com o namorado na praia”, “trabalho FEITO com mais cuidado”. Notem que, sem os verbos principais, os auxiliares não teriam sentido algum: “Vou……o bolo amanhã”, “Ela tem sido……com o namorado na praia”, “Isso deveria ter sido……com mais cuidado”.

Vale esclarecer o seguinte conceito importantíssimo: os tempos compostos (da voz ativa ou passiva) sempre constituem locuções verbais (Ela tem visto, ela tem sido vista…); não se trata de dois conceitos gramaticais distintos, como muitos acreditam erroneamente! Simplesmente, nem todas as locuções verbais constituem tempos compostos: se o verbo principal estiver no infinitivo (Vou comprar) ou no gerúndio (Estou fazendo), a locução verbal não constituirá tempo composto!

Vale lembrar que verbos como “dever”, “poder”, “querer” seguidos de infinitivo funcionam como auxiliares “modais”, já que exprimem a modalidade do enunciado, ou seja, a necessidade (dever), a possibilidade (poder) ou o desejo (querer) de que determinado processo se realize ou não. Funcionando como auxiliares, portanto, só podem formar locuções verbais com valor modal, que constituem apenas uma oração. Observem: “Eu quis que se falasse nisso” (Eu quis = oração principal; que se falasse nisso = oração subordinada substantiva objetiva direta “desenvolvida”, iniciada por conjunção subordinativa integrante. Temos, nesse caso, um período composto por subordinação, enquanto teremos um período simples, formado apenas por uma oração, na frase seguinte: “Eu quis falar nisso”. Já numa frase como: “Eu resolvi falar nisso”, temos um período composto por subordinação no qual a oração subordinada, “falar nisso”, é substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo).

Lembre-se de que a locução verbal equivale a um verbo, ou seja, não esqueça que o verbo “lembrar”, na forma pronominal (“lembrar-se”), é transitivo indireto e requer complemento regido da preposição “de” ("lembrar algo", mas "lembrar-se de algo"); nesse caso, o objeto indireto é representado por oração subordinada substantiva objetiva indireta (OSSOI), introduzida por conjunção integrante (“que”) sempre precedida de preposição.

“Reencontro de Natal”: Salvador Neto

“Estavam os três ali, sacolejando ao balanço do caminhão, dentro de um caixote que não parava de pular na carroceria. Pudera, em ruas tão esburacadas como queijo suíço… Fred, um carrinho de madeira, Joana, uma boneca descabelada, e Jujuba, um velho pião com as cordas surradas de tanto rodar por aí, já estavam há dias naquele vai, não vai. Já usados, velhos de tanto brincarem com seus donos, não tinham mais esperanças de voltar às mãos de crianças brincalhonas, arteiras e felizes. Estavam ali entre tantos outros brinquedos abandonados.

É a vida, pensavam os velhos companheiros de tantas crianças! Conheceram várias delas por algumas gerações, doações, mas agora competiam com poderosos concorrentes internacionais que falam, voam, pulam, choram, andam em velocidade sem serem jogados pelas mãozinhas. O Natal estava à porta, e em meio às campanhas solidárias, lá se foram Fred, Joana e Jujuba para uma caixa entre tantas dispostas naquele shopping luxuoso. Sequer tiveram tempo de se despedir de seus donos! E o pior, até ali, ninguém os pegara para cuidar e brincar…

Joana era a mais sentida. Com seus belos olhos azuis, cabelos loiros, já um pouco ralos, sim é verdade, vestida com uns paninhos coloridos e sem sapatinhos, não aceitava a solidão. – Sou muito bela para estar aqui! Mereço uma bela cama com lençóis de seda!, reclamava. Fred, do alto da dureza do seu ser, madeira bruta, apesar de bem arrebentado por muitas corridas e carregamentos de barros e batidas (já não tinha mais a caçamba…), retrucava. – Ora, eu sim, um forte, parceiro para todas as durezas, preciso de quem me valorize, que goste de aventura! E Jujuba… ah, este não tinha ambições.

- Eu quero é girar logo por aí. Sei que perdi um pouco a graça, afinal tem uns novos colegas aí bem mais modernos, mas ainda tenho muito a rodopiar e dar show!, dizia. A verdade é que em meio a tantos outros brinquedos, uns mais quebrados, outros não, a rota do caminhão solidário de Natal dirigido pelo velho voluntário Sebastião estava chegando ao final. Tião, como era conhecido em tantos anos de corridas pelos bairros da cidade, já tinha os ralos cabelos brancos. Se na próxima parada sobrasse algum daqueles brinquedos, o jeito era deixar por aí, ou jogar no lixo. – Tenho pena, quando eu era criança nem tinha um desses para brincar, pensava enquanto dirigia-se ao ultimo ponto de parada.

Nas paradas anteriores a maioria da criançada tinha pegado os brinquedos mais novos, modernos, com menos uso. O que estava ali na carroceria do velho Mercedes cara chata talvez não agradasse aos meninos e meninas que o esperavam nos fundões do Paranaguamirim, bairro da periferia. Afinal, o que sobrara ali eram brinquedos antigos, bem velhinhos e uns tão usados e quebrados que… bom, era melhor não pensar nisso e seguir a missão. Junto com Tião ia João, vestido de vermelho como manda o figurino. Não via a hora de terminar o serviço que durava o dia todo.

Mas lá no Panágua, como o povão chama seu próprio lugar mais ao gosto da simplicidade, a gurizada esperava. Mães e pais também, na esperança de que os filhos ficassem felizes com a chegada do bom velhinho e seus brinquedos. Famílias pobres, lutavam todos os dias para por comida na mesa, e não sobrava para dar brinquedos novos e modernos como os de hoje, que dirá tablets, celulares. Então, aguardavam amontoadas no pátio da igreja, local de encontro daquele ano. Era uma festa. No meio do povo, vendedores ambulantes ofertavam algodão doce, pipoca, doces, também na busca dos últimos trocados para garantir as festas de final de ano.

De repente, lá na esquina surge o cara chata com o bom velhinho acenando! Alvoroço na comunidade. Era só criança correndo para ver quem chegava primeiro para abraçar o Noel, e ver o que podia ganhar. Tião dirige com todo o cuidado, porque nessas horas a multidão não tem controle. Ao parar o caminhão, João Noel desce e distribui balas e doces. Uma alegria só, e um empurra-empurra generalizado! Imagine o desejo infantil do brinquedo adorado, e o sonho de pais em ver seus filhos felizes. De repente o vozeirão avisa: – Atenção! Vamos organizar a fila gente! Era o padre Felício tentando organizar a desorganização de sempre.

O povo o respeitava muito, afinal ele era o homem de Deus na região, e também sabia das coisas. Cobrava das autoridades uma vida melhor para aquele povo. Magro, com seus óculos quadrados, pretos, mas com fala firme e olhar decidido, padre Felício liderava movimentos em favor de mais saúde, infraestrutura, e agora, ajeitava tudo para que não faltassem brinquedos para a criançada. O motorista Tião já sabia que, se faltasse brinquedo ali a bronca seria enorme! No roteiro de visitas pela cidade, cuidava para que nada faltasse até o final no encontro com o padre.

Se o alvoroço era grande lá fora, imagine naquela caixa. Entre os colegas brinquedos, Fred, Joana e Jujuba tentavam se ajeitar para serem notados, afinal, queriam voltar para a alegria das crianças, viver em animação nas ruas, animar histórias nas mãos infantis. E começou a entrega dos brinquedos. Uma a uma as crianças saiam com seus troféus, já a brincar com os coleguinhas. Quase ao final da fila estava José. Com seus dez anos, pequeno para a idade, olhos miúdos e castanhos, cabelos da mesma cor, ondulados, tinha chegado atrasado.

A tristeza já tomava o seu coração. Será que ainda sobraria brinquedos para ele seus irmãos? A cada metro que a fila avançava, mais sua respiração acelerava, parecia que o coração saltaria boca afora. Seu pai e sua mãe garantiam o sustento da casa com a pesca artesanal. Seu atraso se justificava: estava até a pouco cuidando dos manos pequenos. Quando os pais chegaram, ele correu até a igreja. Será que daria certo? Conseguiria ao menos um presente? E a fila andava… e não chegava a sua vez!

E João Noel não aguentava mais de entregar presente para a meninada agitada. Tião preparava o caminhão para ir embora ver a sua família. E o padre avisava a todos que daqui a pouco tinha a missa, não poderiam faltar! Deus não perdoa, dizia ele. Fred se batia ao lado de Jujuba, e aquele barulho de madeira batendo o deixava furioso! Joana, já quase perdendo o vestidinho, lamentava a sua má sorte: nenhuma criança a tinha escolhido! E agora! Será que ficariam sem dono, sem eira nem beira em pleno Natal?

Chegou a vez de José. Ansioso, olha nos olhos do Papai Noel como quem espera o prato de comida. Tião empurra a caixa que ainda tinha algo dentro. – É o que sobrou filho, diz ele a José. Um brilho nos olhos surgiu, e por trás dele, lágrimas de alegria, pois sobraram apenas três brinquedos! Era muita sorte! – Obrigado!, disse José já pegando nas mãos aqueles três brinquedos, exatamente o que precisava para que todos em casa ficassem contentes. Ao espiar cada um deles nos pacotes de presente meio rasgados, parece que via alegria também vinda daqueles brinquedos! Seria possível?

Correu para casa sem parar! O trecho da igreja até a sua pequena casa de madeira que beirava o rio parecia ter milhares de metros, não acabava mais! Os cabelos esvoaçavam ante os ventos do inicio da noite. Fred, Joana e Jujuba percebiam o chacoalhar, diferente dos pulos na carroceria do Mercedes de Tião. O que acontecia, imaginavam. José chegou finalmente. Seu pai e sua mãe o receberam enquanto limpavam seus peixes. A pequena Sara, a caçula, e Mateus, irmão do meio, pularam em sua frente. – O que nós ganhamos, o que veio, gritavam!

José então entregou a cada um o seu presente. Sara não sabia o que dizer da boneca loira que tinha nas mãos… era a mais linda que tinha ganhado, na verdade, inteira, era a única. Mateus pegou o pião nas mãos e saiu a atirar ele ao chão e ver rodar. Já tinha visto os amigos com alguns, mas agora tinha o dele. E José, enfim teve seu caminhão. Faltava a caçamba, mas isso dava para enjambrar. Saiu também a fazer vruummm, vruummm, pelo terreiro da casa. Depois do susto, era a realização de sonhos, sonhos natalinos dele, dos pais, da família. O reencontro da alegria que só o Natal faz.

E Fred, Joana e Jujuba? Bom, eles também se reencontraram com a alegria da brincadeira, dos inventos, e sentiram-se úteis e felizes. No dia seguinte, Fred já tinha sua caçamba feita de casca de ostra. Joana ganhou novo vestido feito pela mãe de Sara, todo florido! E Jujuba, ah, Jujuba agora roda mais forte que nunca! Ganhou uma nova corda reforçada e sai por aí rodando o mundo a partir do Panágua!

* Escrito por Salvador Neto em 8 de dezembro de 2014, especial para a sétima mini antologia Letras da Confraria da Associação Confraria das Letras.




Jornalista profissional e diplomado, é também blogueiro, escritor, cronista e consultor. Especializado em assessoria de imprensa e comunicação política, empresarial, sindical e do terceiro setor. Escreveu para o jornal Notícias do Dia na seção Perfil. Apresentou o programa de entrevistas Xeque Mate na TV Babitonga Canal 9 da NET em Joinville (SC) entre 2012/2014.Tem mais de 20 anos de experiência nas áreas de comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014).


Resposta:
desprevenido
lasanha
baliza
estender
paralisar
xingar
marceneiro
jiló
simplesmente
hortênsia
ansioso
excelente
companhia
assessor
aerossol
bandeja




Chamamos de frase todo enunciado que não apresente um núcleo verbal, mas que atenda a uma necessidade comunicativa, sobretudo em situações específicas.

Quando estudamos a sintaxe, área da linguística que estuda as relações estabelecidas entre os elementos de uma oração, aprendemos que o verbo é a premissa fundamental para a análise sintática, pois é a partir dele que conseguimos identificar e classificar os demais elementos de uma oração. Contudo, apesar da importância gramatical do verbo, existem enunciados que não apresentam um núcleo verbal em sua constituição, mas que nem sempre são destituídos de sentido. A esses enunciados sem o núcleo verbal damos o nome de frase.

A ausência do núcleo verbal não impede que a comunicação seja realizada, prova disso são as frases que exprimem um acontecimento, sentimento etc. O principal objetivo da linguagem é estabelecer comunicação, sendo assim, as frases, ao contrário das orações, não são proferidas em um contexto comunicacional mais elaborado, mas em situações específicas, embora sejam dotadas de elementos que permitem seu entendimento.

Para melhor ilustrar o conceito de frase, observe a imagem a seguir:

As frases são enunciados sem núcleo verbal, emitidas em circunstâncias comunicativas específicas

Nas imagens da tirinha “Mafalda”, do cartunista Quino, existem enunciados sem núcleos verbais. A personagem utilizou frases como Viva a pátria! Basta! Abaixo a liberdade de imprensa! Meu Deus! Que responsabilidade! (esta última dita por outra personagem) em momentos em que a comunicação não foi estabelecida em sua plenitude. Contudo, são unidades de sentidos capazes de transmitir uma informação, pois podemos interpretá-las ao estabelecermos proximidade com as possíveis orações nas quais poderiam estar expressas.

Podemos dividir as frases em dois tipos: unimembres e bimembres. As frases unimembres são os tipos nos quais empregamos as interjeições e, por esse motivo, são consideradas as mais simples do ponto de vista gramatical. É importante ressaltar que outras palavras podem assumir o papel da interjeição quando a elas atribuímos uma função apelativa. Observe alguns exemplos:

Psiu!

Viva a pátria!

Basta!

Cuidado!

Socorro!

As frases bimembres podem ser compreendidas quando parafraseamos seu conteúdo para uma oração de estrutura regular, embora ofereçam resistência à flexibilidade sintagmática. Possuem uma dimensão rítmica e são frases sentenciosas e de nível genérico. Estão amplamente inseridas no discurso oral e escrito, conferindo sentido de leveza e até mesmo de humor. Observe os exemplos:

Casa de ferreiro, espeto de pau.

Tal pai, tal filho.

Em nosso estudo sobre as frases, não podemos esquecer que as placas de trânsito, quando constituídas de sinalização verbal, assim como rótulos e letreiros de estabelecimento, também são tipos de frases.

As placas, rótulos e letreiros apresentam enunciados dotados de informação e, por esse motivo, são considerados tipos de frases

Na modalidade oral, a frase é caracterizada pela entoação, podendo ser acompanhada de gestos e complementada pela situação comunicativa em que o falante se encontra. A entoação é um elemento muito importante que pode assegurar que a frase seja compreendida, satisfazendo assim uma necessidade expressiva.

http://www.portugues.com.br/gramatica/frases.html
Dança!

Espiando da janela a moça pálida,
Contempla a belezura da noite,
Da mansa brisa cálida que se espalha,
No rosto magro, a carícia do açoite.

No rodopiar de imaginária valsa,
Enamorado baila seu coração,
E nos braços do bem-amado,
A volúpia disfarçada,
Dão-se, os amantes, as mãos.

Dança, moça pálida, dança!
Dança que a noite é toda tua
E despudorada lua bela e cheia,
A ti, mostra-se nua!

Odenilde Nogueira Martins
Conceitos

Criando e ignorando conceitos,
Vivendo feitos e desfeitos,
Aos tropeços levo a vida,
Como posso, lutando do meu jeito.

Amo o amor, que fazer?
Perdoa se não te amo direito,
Só posso te amar assim,
Pela metade, ama-me!
Esse é o meu jeito.

A despeito de todos os males,
Emendo e remendo,
Pontas amarro,
Nós, desamarro?
Nós, eu e você, com “nós”,
Eu me atrapalho.

Entre escolhas e consequências,
No equilíbrio, desequilibro-me,
Ir e vir,
Volta, revolta.
Partir ou ficar?
Não sei... Não sei.

Criando e ignorando conceitos,
Vivendo feitos e desfeitos,
Aos tropeços levo a vida,
Como posso, porfiando do meu jeito.

Odenilde Nogueira Martins

Resposta:
1. causa 2. companhia 3. condição 4. dúvida 5. finalidade 6. instrumento 7. intensidade 8. lugar 9. modo 10. negação 11. tempo 12. assunto 13. afirmação 14. concessão 15. meio

Os prostíbulos nazistas

Por Rainer Sousa

No auge do nazismo, vários estudos científicos foram incentivados no intuito de se provar a superioridade da raça ariana sobre os demais povos do planeta. O reconhecimento das características e potencialidades do corpo foi um dos campos em que o nazismo tentava sustentar logicamente as suas teorias. A esse respeito, sabemos que todo esse interesse acabou produzindo teorias equivocadas que não se restringiam somente ao povo alemão.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Heinrich Himmler, o mais importante chefe de segurança do Estado Nazista, incentivou a criação de prostíbulos no interior dos campos de concentração. Por meio da exploração sexual, o dirigente nazista criou um sistema de bonificação que cedia a companhia de prostitutas aos homens encarcerados. Segundo o próprio Himmler, o ato sexual teria uma enorme capacidade de revigorar o trabalhador e ampliar a sua produtividade.

Para criar esses bordéis nos campos de concentração, os membros da SS agenciavam várias estrangeiras acusadas de se voltar contra o regime nazista. Entre as recrutadas também haviam as alemãs consideradas “antissociais”, como desempregadas, pedintes e alcoólatras. A promessa inicial era de que elas se submeteriam ao trabalho sexual por apenas seis meses e depois seriam libertadas. Entretanto, uma vez cooptadas, ficariam ali por muito mais tempo que o combinado.

De acordo com o pesquisador Robert Sommer, a aposta nos bordéis teve início no campo de concentração de Mauthausen, em 1942. Em pouco tempo se estendeu também para os campos localizados em Dachau, Sachsenhausen, Ravensbrueck, Buchenwald e Auschwitz. Ainda em 1945, ano em que os alemães já não tinham qualquer poder de reação militar, um último prostíbulo fora criado em Mittelbau-Dora, local onde ficava um polo de fabricação dos foguetes V2.

Apesar de ativos, os bordéis nazistas eram alvo de um rígido processo de controle e utilização. Os guardas da SS, os prisioneiros de guerra russos e os judeus não poderiam desfrutar das trabalhadoras sexuais sob nenhuma hipótese. Além disso, o trabalhador encampado que tivesse esse direito somente poderia ter a companhia de uma prostitua que fosse da mesma nacionalidade. Deveras, podemos ver que os ideias de pureza e segregação racial também se estenderam a essa lastimável prática dos nazistas.

http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/os-prostibulos-nazistas.htm

Rimas Pobres, Ricas e Raras


Dependendo da escolha das palavras, as rimas podem se apresentar sob diferentes aspectos – fato que as classifica como pobres, ricas e raras (ou preciosas). Assim, vejamos: 

Rimas pobres 

Consideram-se assim em virtude da escolha de palavras pertencentes à mesma classe gramatical, como é o caso da poesia contida na própria imagem do texto, sob a autoria de Vinícius de Moraes, cujos fragmentos assim se apresentam: 

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
[...]

Inferimos que os vocábulos “pranto/espanto” e “bruma/espuma” pertencem à classe dos substantivos. 

Rimas ricas 

Caracterizam-se como tal pelo fato de que a escolha das palavras se dá de forma variada, ou seja, os vocábulos que se fazem presentes pertencem a classes gramaticais distintas, como numa das criações de Olavo Bilac, intitulada A um poeta: 

A um poeta

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego

Notamos que, bem ao estilo parnasiano, Bilac demonstra seu hábil manejo em combinar “rua/sua” = substantivo com pronome; “construa/nua” = verbo com adjetivo; “emprego/grego” = substantivo e adjetivo. 

Rimas raras ou preciosas 

As rimas raras são aquelas cujas palavras se constituem de terminações incomuns, não muito convencionais. Exemplo de tal ocorrência se manifesta numa das criações de Raul de Leoni, intitulada “Argila”: 
[...]

É tanta a glória que nos encaminha
Em nosso amor de seleção, profundo,
Que (ouço ao longe o oráculo de Elêusis)

Se um dia eu fosse teu e fosses minha,
O nosso amor conceberia um mundo
E do teu ventre nasceriam deuses...

Constatamos a semelhança de sonoridade entre “Elêusis / deuses.