MORTE
Poema de José Fernandes - Saganossa. 2015.
Só tem alturas as dores da morte.
Apenas o silêncio das pedras explica
Esse doer de ave a escrever o espaço
Encomendado pelo infinito morrer.
Rascunho de pássaro, o homem voa
No tempo e se inscreve na eternidade
Enquanto areja minhocas na fantasia
Ou enquanto apodrece em caramujo.
De qualquer modo, o homem sempre
está verde para virar estrela e correr
Rios e palavra que rorejam lábios
E lobinham cabelos verdes de árvores.
Por isso, o poeta vive água e escorre
Pássaros de manhã nos menires dessa
Travessia de vero e caos em desenhos
De poemas que se leem na hera vestida
De muro e silêncio desde limo da terra.
Hoje, 22/02/2018, nos deixou o escritor e amigo José Fernandes.
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