Paixão

Paixão

Como romã, por fora inteira
Por dentro, casulos de grãos vermelhos
Metamorfose constante,
Perdida em descaminhos de confusas retas,
ora em alegre desvario, ora triste, pensativa e quieta.

Metades de tudo e nada.
Divergências tantas...
Tenho o mundo vivendo em mim.
E a alma que me tem, mansa não é.
A alma que eu tenho, é cheia de cheganças.

Nauseada em vórtices de paixões,
Gira que gira em torvelinho arrastada
Oscilante à beira do caos,
À beira do precipício, assombrada.

Oh!Deusa impiedosa, insana
Que cega e devora,
Tolhe os sentidos
E pelos poros emana,
Teu nome é Paixão!

Na noite sacrossanta, ela,
A alma inquieta, apaixonada,
Espia, espicha-se, embrenha-se
Por entre as escuridões,
Vela a Lua de prata, tão alta, distante
E bela.

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Odenilde Nogueira Martins


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