UM POUCO DE GILBERTO MENDONÇA TELES


Gilberto Mendonça Teles nasceu em 30 de junho de 1931 na cidade de Bela Vista de Goiás, uma cidade de pouco mais de 60 mil habitantes localizada a 45 km de Goiânia. Seus habitantes costumam denominá-la poeticamente por um verso de Leo Lynce: 'terra dos buritizais sussurrantes'. Porque as folhagens dos buritizais de lá parecem sussurrar entre si, uma vez tocadas pelo vento, quando então emitem aquele cicio tão característico. Ora, designação verdadeiramente bela e lírica para o berço natal de um poeta e ensaísta como Gilberto Mendonça Teles.
Gilberto formou-se em Direito e Letras Neolatinas pela Faculdade de Filosofia da Universidade Católica de Goiás e em Direito pela UFG, sendo professor-fundador destas duas universidades. Após isso, concluiu o seu doutorado em Letras e Livre-docente em Literatura Brasileira pela PUC-RS. Nessa mesma época, forma-se como professor de Língua Portuguesa pela Universidade de Coimbra, em Portugal. Gilberto é o ocupante, desde 11 de março de 1962, da cadeira de número 11 da Academia Goiana de Letras, que fora originalmente destinada ao Príncipe da Poesia Goiana, Leo Lynce. Por grata coincidência, o próprio Gilberto Mendonça Teles foi eleito como atual Príncipe dos Poetas Goianos.

Em 1970 foi contratado como professor titular de Língua Portuguesa pela PUC-Rio, onde trabalha até hoje. É professor catedrático visitante de literatura brasileira nas universidades de Lisboa,Universidade de Rennes, Chicago e Salamanca. Como poeta e crítico literário pertence a várias instituições especializadas, dentre elas, Société de Linguistique Romane, em Paris, Sociedade de Língua Portuguesa, em Lisboa, Asociación de Estudios Lingüísticos, em Montevidéu, Academia Goiana de Letras, em Goiânia, Academia de Filologia, no Rio de Janeiro, Academia Carioca de Letras e PEN Clube do Brasil. É membro da Academia Brasileira de Filosofia, cujo patrono da cadeira é Gustavo Corção.

Gilberto Mendonça Teles é, também, acadêmico correspondente da Academia das Ciências de Lisboa. Além disso, foi eleito, em 1979, pela Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, o Príncipe dos Poetas de Goiás.

É considerado o escritor goiano mais famoso na Europa, tendo os seus livros escrito em diversas línguas. Recebeu pelo conjunto de sua obra, o prêmio Machado de Assis, considerado o maior prêmio literário do Brasil, pela Academia Brasileira de Letras. Em 31 de janeiro de 1999, teve duas obras suas, A Raiz da Fala (1972) e Hora Aberta (1986), incluídas, por um seleto júri escolhido pelo jornal O Popular de Goiânia, dentre as 20 obras obras literárias mais importantes do século XX em Goiás, sua terra.

Em 2002, considerado o Intelectual do Ano, ao receber o Prêmio Juca Pato. Foi homenageado na Bienal do Livro do Rio de Janeiro em 2005 ("50 anos da Literatura de Gilberto Mendonça Teles"), daí surgiu a obra A plumagem dos nomes, com 812 páginas de cartas, depoimentos, estudos e reconhecimento ao ícone literário brasileiro.
Livros de Poesia
Alvorada. Goiânia: Escola Técnica de Goiânia, 1955.
Estrela-d'Alva. Goiânia  Brasil Central, 1956. Premio Félix de Bulhões, da Academia Goiana de Letras.
Planície. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1958. Prêmio de Publicação da Bolsa Hugo de Carvalho Ramos, da Prefeitura Municipal de Goiânia.
Fábula de Fogo. São Paulo: Revista dos Tribunais. 1961. Prêmio Leo Lynce, da União Brasileira de Escritores, Seção de Goiás.
Pássaro de Pedra. Goiânia  Escola Técnica de Goiânia  1962. Premio Álvares de Azevedo, da Academia Paulista de Letras.
Sonetos do Azul sem Tempo. Goiânia  Publicados em O Popular, em 1964, e incluídos em Poemas Reunidos, em 1978.
Sintaxe Invisível. Rio de Janeiro: Cancioneiro de Orfeu, 1967.
La Palabra Perdida (Antología). Trad. de Gastón Figueira. Montevidéu: Barreiro y Ramos, 1967. 2a. ed. en Casa de Vidrio.
A Raiz da Fala. Rio de Janeiro: Gernasa / INL, 1972. Prêmios: Secretaria de Educação e Cultura do Distrito Federal, do V Encontro Nacional de Escritores (1970) e Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras (1971).
Arte de Armar. Rio de de Janeiro: Imago, 1977; 2a. ed., Imago, 1977. Prêmios: Banco Bandeirantes. da Sociedade Amigas da Cultura, Belo Horizonte (1976) e Brasília de Poesia, do XII Encontro Nacional dos Escritores, Brasília (1978).
Poemas Reunidos Rio de Janeiro: José Olympio / INL, 1978; 2a. ed., José Olympio, 1979; 3a. ed., Jose Olympio, 1986, com o titulo de Hora Aberta.
Plural de Nuvens. Porto: Gota de Água, 1984; 2a. ed., Rio de Janeiro: José Olympio 1990.
Saciología Goiana. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira / INL, 1982: 3a. ed. Goiânia: Conselho de Cultura de Goiás, 1987.
Hora Aberta. (3a. ed. dos Poemas Reunidos). Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. Prêmio Cassiano Ricardo do Clube de Poesia de São Paulo (1987); Prêmio Machado de Assis (conjunto de obras), da Academia Brasileira de Letras, em 1989; 4a. ed. Rio de Janeiro: Lacerda Editores, 1999.
Falavra (Antologia Poética). Prefácio de Arnaldo Saraiva. Lisboa: Dinalivros,1990. Autores Brasileiros.
L ´Animal (Anthologie Poétique). Trad. De Christine Choffey. Prefácio de Jean-Claude Elias. Paris: L Harmattan, 1990. Poètes de Cinq Continente.
Nominais (Seleção de poemas de sintaxe nominal e visual). Prefácio de João Ricardo Moderno. Vitória: Nejarim, 1993.
Os Melhores Poemas de Gilberto Mendonça Teles. Seleção e estudo de Luiz Busatto. São Paulo: Global, 1993. 2a. ed. Global, 1994.
& Cone de Sombras. São Paulo: Massao Ohno, 1995.
Sonetos (Reunião). Prefácio do autor. Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 1998.
Casa de Vidrio (Antología Poética). Trad. De Gastón Figueira y Dardo Eyherabide. Prefácio de D. Angel Marcos de Dios. Salamanca: Luso-Española de Ediciones, 1999.
Hora Aberta. [3ª ed. dos Poemas Reunidos]. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1986. Edição comemorativa dos 30 anos de poesia do Autor. Contém nota do Autor, reprodução das capas de seus livros, algumas partituras de poemas musicados, sombra de seu perfil e bibliografia completa. Prêmio Cassiano Ricardo do Clube de Poesia de São Paulo (1987); Prêmio Machado de Assis [Conjunto de Obras], da Academia Brasileira de Letras, 1989. 592 p. 4ª ed. aumentada com Alvorada, Estrela-d’alva e Poemas Avulsos (inéditos). Organizada por Eliane Vasconcellos.Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. Pref. de Ángel Marcos de Dios. Cronologia da Vida e Obra, Iconografia, Fortuna Crítica e Bibliografia de e sobre o Autor. 1114 p.
Caixa de Fósforos (Poemas Dedicados e Circunstanciais). São Paulo: Giordano, 1999. Prefácio do Autor. 112 p. 2ª ed. aumentada em Hora Aberta, 4ª ed.
Álibis. Joinville, SC: Sucesso Pocket, 2000. Capa de Vitor Burton. 110 p.
Arabiscos. Na 4ª ed. de Hora Aberta.
Improvisuais. Na 4ª ed. de Hora Aberta
Linear G. São Paulo: Hedra, 2011.
Antologias de Poesia
Poemas de Gilberto Mendonça Teles. In: Revista de Cultura Brasileña, Madrid, nº 23, diciembre de 1967. Cubierta de Ángel Crespo y Gómez Bedate. 20 p.
La Palabra Perdida . Montevidéu: Barreiro y Ramos, 1967. 96 p. 2ª ed. Casa de Vidrio.
Falavra. Lisboa:Dinalivros,1990. Pref. de Arnaldo Saraiva. Capa de Ana Filipa.148 p.
L’Animal. Paris: L’Harmatan, 1990. Trad. de Christine Chauffey. Pref. de Jean-Claude Elias. (Poètes de Cinq Continents). 82 p.
Nominais (Seleção de poemas de sintaxe nominal e visual). Vitória: Nejarim, 1993. Pref. de João Ricardo Moderno. Capa de Gonçalo Ivo. Apêndice Seleção de Estudos de José Fernandes sobre os poemas visuais do Autor. 120 p.
Os Melhores Poemas de Gilberto Mendonça Teles. São Paulo: Global, 1993 Seleção e estudo de Luiz Busatto. 2ª ed. Idem, 1994. 3ª ed. Idem, 2001. 4ª ed. aumentada, idem, 2006. Pref. de Luiz Busatto. 220 [?] p.
Sonetos (Reunião). Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 1998. Capa com retrato a óleo por Marcelo Batista. Pref. do Autor. Orelha de Fernando Py. 114 p.
Casa de Vidrio. Salamanca: Luso-Española de Ediciones, 1999. Trad. de Gastón Figueira e Dardo Eyherabide. Pref. de Ángel Marcos de Dios. Capa de Ana Maria Barbero Franco. Foto de M. Rosário. Nota do Autor. 134 p.
50 Poemas Escolhidos pelo Autor. Rio de Janeiro: Galo Branco, 2003. Orelha do editor. 116 p.
Teologia de bolso. Joinvile: Sucesso Pocket, 2005. Seleção e introdução de José Fernandes. 120 p.
Lugares imaginários. Antologia bilíngüe: português-búlgaro. Sófia: Universidade do Algarve, 2005. Seleção e prefácio de Petar Petrov. 176 p.
A SAIR: Antologia poética em francês, inglês, italiano, alemão, romeno e catalão.



Livros de Ensaios
Goiás e Literatura - A Poesia de Leo Lynce e o sentido simbolista da obra poética de Erico Curado. Goiânia: Escola Técnica de Goiânia, 1964.
A Poesia em Gotas. Goiânia  Imprensa Universitária da UFG, 1964. Prêmio Universidade Federal de Goiás. 2a. ed., Goiânia  UFG, 1982. I vol. dos Estudos Goianos.
O Conto Brasileiro em Goiás. Goiânia  Departamento Estadual de Cultura, 1969. Menção Honrosa do PEN Club de São Paulo (1970). III vol. dos Estudos Goianos.
La Poesía Brasileña en la Actualidad. Trad. de Cipriano C. Vitureira. Montevidéu: Editorial Letras, 1969.
Drummond - A Estilística da Repetição. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970.Coleção Documentos Brasileiros. Prêmio Silvio Romero, da Academia Brasileira de Letras (1970); 2a. ed., José Olympio, 1976; 3a. ed., São Paulo: Experimento, 1997.
Vanguarda Européia e Modernismo Brasileiro. Rio de Janeiro: Vozes, 1972; 3a ed., revista e aumentada, 1976; 10a. ed., Rio de Janeiro: Record, 1988; 15a. ed., Vozes, 1998.
Camões e a Poesía Brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa /MEC-DAC, 1973. Prêmios: IV Centenário de Os Lusíadas (1972); Fundação Cultural do Distrito Federal, do VIII Encontro Nacional de Escritores, Brasília (1973) e Menção Honrosa do Instituto Nacional do Livro (1974); 2a.ed., São Paulo: Quíron / INL, 1976; 3a. ed., Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1979; Coleção Biblioteca Universitária de Literatura Brasileira,4a. edição. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1999, acrescido de O Mito Camoniano na Língua Portuguesa.
A Retórica do Silêncio. São Paulo: Cultrix / INL, 1979; 2a. ed., com o título de Retórica do Silêncio, Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.
Estudos de Poesía Brasileira. Coimbra: Almedina, 1985.
Se souberas falar, também falaras (Antologia de Gregório de Matos). Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1989.
A Crítica e o Romance de no Nordeste. Rio de Janeiro: Atheneu Cultural, 1990.
A Crítica e o Princípio do Prazer. Goiânia  Imprensa Universitária, 1995. 11 vol. dos Estudos Goianos.
A Escrituração da Escrita. Petrópolis: Vozes, 1996.
Inéditos: Teoria do Conto; História da Literatura: Modelos e Modelagens; e Vanguarda Latino-americana, este juntamente com I Claus Mulller-Bergh, a sair em Madrid, pela Ibero-americana.
Estudos de Poesia Brasileira. Coimbra: Almedina, 1985. Pref. do Autor.386 p.
A Crítica e o Romance de 30 no Nordeste. Rio de Janeiro: Atheneu Cultural, 1990. Orelha de Pedro Paulo Montenegro.136 p. Publicado inicialmente em O Romance de 30 do Nordeste. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 1983. Organização de Pedro Paulo Montenegro. 212 p.
A Crítica e o Princípio do Prazer. Goiânia: UFG, 1995. Estudos Goianos, v. III. Óleo por: Waldemar Dias da Cunha. Capa de Laerte Araújo Pereira. 446 p.
A Escrituração da Escrita. Petrópolis: Vozes, 1996. 2ª ed. Idem, 2001.440 p.
Intenções de Ofício (Depoimento sobre Poesia). Florianópolis: Museu / Arquivo da Poesia Manuscrita. 1998. [ 20 p].
Vanguardia Latinoamericana. Co-autoria de Klaus Müller-Bergh (University of Illinois at Chicago). Madri: Iberoamericana, 2000. 5 v. Capa de Carlos Pérez Casanova. Já saíram os Tomos I [México y América Central], 2000, 360 p.; tomo II [Caribe. Antillas Mayores y Menores], 2002, 286 p.; tomo III [Venezuela e Colombia], 2004, 270 p.; IV [Equador, Peru e Bolivia], 2005, 352 p.
Contramargem. Rio de Janeiro: Loyola / PUC-Rio, 2002. Prêmio Juca Pato (Intelectual do Ano 2002), 376 p.
Sortilégio da criação. Discurso de posse e de recepção [Nelson Mello e Souza] na Academia Brasileira de Filosofia. Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 2005. 76 p.
Contramargem — II, Goiânia: PUC-GO.
Discursos Paralelos. Seleção de prefácios escritos pro GMT., Goiânia, 2011..
Memórias Entrevistas. Em organização.


( Fonte  Wikipédia )

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