Despido
Os sapatos, descalce-os, já na entrada,
Com eles, pisaste tantos caminhos!
Não macule o agora com pó da estrada,
Olvida-te do dia todos os espinhos.
Deixe o relógio sobre a cômoda.
O tempo guardá-lo, não é possível,
Esquece-te a agonia da hora incômoda,
Lá fora, vive só o risível.
Jogue o paletó em qualquer canto
Desnuda-te do desnecessário,
Não quebre do momento o encanto,
Vale o improviso, não há itinerário.
Solte o colarinho, desabotoe a camisa,
A hora é curta, a noite ardente,
Deixe que envolva teu corpo a brisa
Liberta a paixão, desejo fremente.
Dispa-se de pensamentos alheios,
Tudo fenece! Vale
o aqui! Nada mais!
Faça um hiato do mundo lá fora,
De poucas alegrias, durezas e ais!
Odenilde Nogueira Martins
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