Não existe tempo...

Não existe tempo...

Tempo não existe para regar a amizade,
Sem que o curto tempo a degrade.
É curto o tempo para viver,
Tudo tristemente liquefeito e fugaz,
Que a pressa impensada perfaz.

Melancolicamente, o sólido,
Em compras, trocas e vendas,
Freneticamente, se desfaz.

Tempo para a semeadura,
Não há!
Há tão somente a colheita rápida,
Desavisada...
Que ceifa o prazer de ver
A indefesa semente brotar.

Quase não há tempo,
Para a garimpagem de verdadeiros tesouros,
como as delicadezas do amor
Que só construído de atos cotidianos
Solidifica-se e torna-se duradouro.

Não há tempo para o cultivo
Neste tempo líquido em que vivemos,
Resta-nos, pois, assistir à morte perene
De todos os possíveis amores.

Seres caricatos, vítimas da solidão,
que impiedosa, nos planta todas as dores.
Fujamos! Antes que a fluidez nos condene.


Odenilde Nogueira Martins – 30/10/2015
Tremular

Ao passar da brisa, tremulam as folhas
Por entre a ramagem verde da árvore,
Defronte a minha janela.
Tremulam minhas mãos ao pensar-te,
Meu.
Tremulam meus lábios imaginando
Que te beijam.
Tremula minha voz sussurrando,
Teu nome.


Odenilde Nogueira Martins – 30/10/2015

Sugestão de leitura

http://odemartins.blogspot.com.br/p/folhas-rasuradas-poemas-e-poesias.html



BOLA DE FOGO - David Gonçalves, Editora Sucesso Pocket —

Ótimo!

A função morfológica do termo "mais". Já contei alguma coisa; o mais fica para depois. (substantivo) / Vendeu mais livros este mês que no anterior. (pronome indefinido)  / O filho foi à igreja mais os pais. (preposição) / Sua riqueza cresce cada dia mais. (advérbio de intensidade) / Estão aqui mais de cem pessoas. (advérbio de inclusão) / Os pássaros não cantam mais como antes. (advérbio de tempo) / Dois mais dois são quatro (conjunção aditiva = e)
norma coloquial e norma culta
texto dissertativo-argumentativo

Adjunto Adnominal e Complemento Nominal

Quem nunca teve dificuldade de entender a diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal? Pois é, a dúvida é mais comum do que se imagina,este artigo explicará detalhadamente a diferença entre os dois termos.

Antes de começar, é preciso entender que os adjuntos adnominais (AA) e os complementos nominais (CN) referem-se apenas a nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) e para compreender a diferença entre eles é necessário reconhecer a que termos eles se relacionam. Por exemplo:

Os ternos de Antônio estão amassados.

Os termos “os” e “de Antônio” são adjuntos adnominais, pois referem-se ao substantivo “ternos”.

Aqueles adolescentes moram perto da escola.

O termo “aqueles” é adjunto adnominal (refere-se ao substantivo “adolescentes”) e o termos “da escola” é complemento nominal (refere-se ao advérbio “perto”).

A nota do aluno foi comemorada por todos.

Os termos “a” e “do aluno” são adjuntos adnominais, pois referem-se ao substantivo “nota”.

Quando for preciso identificar o AA e o CN em uma oração, marque, primeiramente, todos os substantivos com um S em cima de cada um deles. Em seguida, veja quais são os termos a que se referem esses substantivos. Feito isso, você já pode começar a identificar o AA e o CN.


Veja:


Pronto! Todos os substantivos já foram assinalados. Agora é a hora de identificar os adjuntos adnominais e complementos nominais:


Por acaso, no exemplo acima, só temos adjuntos adnominais, mas também poderia haver complemento nominal.

Vale lembrar que o adjunto adnominal pode ser representado por:
artigo: O menino.
numeral: Um animal.
pronome (adjetivo): Meu carro.
adjetivo: Menina estudiosa.
locução adjetiva: Amor de mãe.

E o complemento nominal pode ser representado por:
substantivo ou expressão substantivada: A invenção da imprensa acelerou o progresso da humanidade.
pronome: O resultado foi desagradável a todos.
numeral: A polícia iniciou a investigação aos dois.
oração: Foi feita a leitura que os alunos tanto queriam.


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Concordância nominal

gêneros literários



Romance – Apresenta um acontecimento ficcional que envolve várias personagens e pode tratar de diferentes temas (conflitos pessoais, aspectos da vida familiar ou social). Dependendo do tema desenvolvido, dizemos que o romance é policial, psicológico, histórico, regionalista etc.

Novela – Narrativa menos complexa que o romance. Em sua estrutura, o aspecto mais valorizado é o da ação. A novela apresenta vários conflitos sucessivamente desenvolvidos.

Crônica – Compõe-se de um texto curto, retratando fatos corriqueiros ligados à vida cotidiana, envolvendo aspectos políticos, esportivos ou artísticos. Estruturalmente é redigida de forma livre e pessoal.

Conto – Narrativa mais curta e mais simples que o romance e a novela. Geralmente apresenta poucas personagens e um único conflito.

Fábula – Narrativa de caráter pedagógico com estrutura simples e de curta duração. A história tem por objetivo transmitir princípios de natureza moral e ética, muitas vezes, utilizando-se de animais como personagens.

Em destaque

Rascunhos da Cidade - versão resumida

Rascunhos na Cidade - David Gonçalves

Etc.

Nelson Bortoletto

FAZ TEMPO

No tempo 
em que o tempo 
não tinha relógio, 
não havia café da manhã, 
almoço e jantar.

Também não haviam 
guardanapos de linho ou papel, copos de cristal, 
talheres e afins.

Não havia filosofar, 
senão os fenômenos de sede e de fome, 
senão na magia do medo ou
na divindade das feras.

Só haviam pessoas e seus mitos alucinados, 
gravados em figuras nas pedras.

Só havia uma gente 
que desenhava poesia.

-Nelson Bortoletto-

Poeta - José Fernandes - Goiás


POETA


Todos os dias, visto-me de palavras 
para a festa da poesia, quando viajo 
pelo lombo dos sonhos para sentir 
que camaleão toma café com orvalho
e cobre árvores e rios de arco-íris.


Todos os dias, visto-me de versos, 
para sentir-me limo e pedra escorrendo 
pelas beiras das águas que me limpam 
do cheiro de peixe trazido pelas heras 
que me habitam desde que Zeus comeu 
a romã e desenhou as cores do pavão.


Todos os dias, visto-me de poemas,
para viajar gaivota e bicar segredos
à beira do silêncio babitongo curvado
de águas que descem pelas encostas
dos símbolos que cheiram pedras,
estimadas pelos caminhos do vento.

21-3-2015

Filosofia


Anselmo nasceu em berço nobre: seus pais ostentavam parentesco com a nobre dinastia da Casa de Savoia, que oito séculos mais tarde lideraria a unificação da Itália e reinaria sobre o país até o fim oficial da monarquia, em 1946. Apesar dos antecedentes, ele optou pela vida religiosa. Desde que entrou num mosteiro, aos 20 anos, subiu vários degraus na Igreja: foi monge, prior e abade. Em 1093, já vivendo na Inglaterra, tornou-se arcebispo da Cantuária.
Seus trabalhos filosóficos buscavam comprovar a existência de Deus por meio de um debate racional. Anselmo estabeleceu o que Immanuel Kant chamaria de "prova ontológica" seis séculos mais tarde: um diálogo imaginário com alguém que negasse Deus, usando da lógica até o ponto em que não houvesse alternativas a não ser aceitar Sua existência. Para Anselmo, era óbvio que existe em nossa mente "um ser do qual não é possível conceber nada maior". Se Deus existe, Ele é esse ser. Mas, para Anselmo, algo presente apenas em pensamento é menor do que algo que vive na realidade. O filósofo então argumentou: se não pode haver algo maior do que Deus, e Ele está em pensamento, também precisa existir na realidade. Finalmente, a razão comprovava a existência de Deus - pelo menos para o filósofo.
Anselmo seria criticado nos séculos seguintes, e os questionamentos costumavam partir da interrogação básica: qual a garantia de que uma coisa real é de fato maior do que algo que existe só em pensamento? A maior importância de seu pensamento foi ter buscado um equilíbrio entre fé e razão. Embora outros pensadores tenham feito isso antes, como Santo Agostinho, Anselmo costuma ser chamado de "pai da escolástica" pela importância da razão em sua doutrina. Para ele, a fé começa quando a razão termina. No que diz respeito à Igreja, as contribuições de Anselmo foram logo reconhecidas: sua canonização ocorreu poucas décadas após sua morte. Ganhou o título de santo por volta de 1163.


Em 1115, reconhecido como um filósofo arrojado de Paris, Abelardo era admirado por alunos que vinham do exterior para aprender com ele. Foi aí que conheceu Heloísa, e a história de amor entre eles acabou mais famosa do que seus postulados. Sobrinha de um cônego da Catedral de Notre-Dame, onde Abelardo lecionava, ela encantou o pensador com sua beleza e erudição. Os dois começaram um romance secreto que terminou trágico: Heloísa engravidou e seus parentes juraram vingança. Em uma noite, arrombaram a casa de Abelardo e castraram o filósofo conquistador. Desiludidos, ela virou freira, e ele, monge beneditino. Pouco se sabe sobre o destino do filho do casal, Astrolábio.

A filosofia de Abelardo buscou problematizar os "universais", isto é, tudo o que podemos agrupar sob uma mesma palavra. Para ele, os universais são apenas conceitos que derivam e guardam semelhança com as coisas. Ao contrário de Platão, ele dizia que um termo como "carvalho" pouco tem a dizer sobre cada árvore desse tipo que existe na realidade. Também contribuiu para aprimorar o método escolástico, um passo essencial para os teólogos que viriam a seguir.

Tomás de Aquino já havia investido nove anos de sua vida escrevendo a Suma Teológica, um total de 512 questionamentos filosóficos, quando algo estranho aconteceu. Ele foi visto levitando diante de um crucifixo em seu convento de Nápoles. Em meio a uma oração, o próprio Cristo teria começado a falar com ele. Tomás nunca chegou a escrever sobre a experiência mística - nem escreveu mais coisa alguma. A suposta aparição fez o religioso considerar "uma ninharia" tudo o que fizera até ali, desistindo de formular novas perguntas. Ele viria a falecer apenas três meses depois, aos 49 anos. O futuro santo havia tentado conciliar sua fé com o raciocínio de Aristóteles para entender a origem do Universo - enquanto o grego afirmava que o Universo sempre existiu, a Bíblia dizia que Deus o havia criado. Para Aquino, a ideia aristotélica de o Universo não ter um início definido não impedia o Cosmos de ter sido feito por Deus. Em Seu infinito poder, Ele teria condições de criar um Universo eterno. O pensamento tomista sofreu altos e baixos até ser recuperado em 1879 pelo papa Leão 13, que o considerou uma das bases da filosofia cristã.


Duns scotus tem biografia rodeada de dúvidas. Os mistérios incluem sua morte: ele teria sido enterrado vivo, após entrar em coma por consequência de um derrame. Frei franciscano, nunca reuniu seus escritos em uma obra única, o que fez muitos deles se perderem. Destacou-se por sua oposição a Tomás de Aquino, que defendia que as qualidades dos homens eram meras analogias das qualidades de Deus - a bondade humana, por exemplo, não poderia ser idêntica à divina. Scotus dizia que os atributos têm o mesmo significado, diferenciando-se apenas em grau. A bondade de Deus é infinitamente maior, mas ainda é a mesma bondade.

Pensador ou santo?

Na Idade Média, filosofar com qualidade elevou muitos pensadores à categoria de santo. Mas os devotos de Duns Scotus ainda lutam para comprovar supostos milagres e vê-lo ao lado dos seus pares filósofos no topo da fé cristã. Seu processo de canonização atravessa sete séculos e é um dos mais longos da história: a beatificação, o terceiro dos quatro passos para ascender à condição de santo, veio somente em 1993, por obra de João Paulo 2º.

Nascido numa cidade pertencente ao que hoje é a Argélia, na época parte do Império Romano, Agostinho teve uma vida de esbanjamento e luxúria até os 32 anos. Embora admirasse os ermitões que iam estudar as leis de Deus, ele só foi se converter no ano de 386, quando lecionava em Milão. Influenciado por Ambrósio, bispo da cidade, o futuro santo teve uma revelação espiritual depois de ler um relato da vida de Santo Antão do Deserto. Antão era filho de ricos proprietários de terras e, como Agostinho, vivera seus primeiros anos de modo confortável e perdulário, mas, quando perdeu seus pais, decidiu doar tudo aos pobres e foi peregrinar pelo deserto, a exemplo de Jesus Cristo. Agostinho ficou tão tocado pela história que decidiu entrar para a Igreja e regressar à África, onde foi ordenado padre pouco depois.
Na filosofia, ele recuperou os pensamentos de Platão para conceber a ideia de um Deus que pertencia a uma realidade perfeita, atemporal e imaterial. Se hoje essa interpretação parece um tanto óbvia, certamente não era na época: o cristianismo era uma religião nova, que concorria com outras fés e ainda não havia firmado as bases de sua doutrina, incluindo uma interpretação sobre Deus. Antes de se filiar à Igreja, Agostinho foi seguidor da religião maniqueísta, que via o bem e o mal como as duas forças que regiam o Universo. Influenciado por seu passado, tentou explicar a existência do mal em um mundo regido por um Deus bom e onipresente. Até então, a Igreja via o homem quase como uma marionete de Deus, o que não explicava por que optamos por coisas erradas se estamos destinados a fazer tudo o que Ele quer. Agostinho inovou ao propor que Deus foi bondoso ao dar ao homem a escolha entre o bem e o mal. Assim, os homens bons podem se separar dos outros e merecer a felicidade eterna. Agostinho morreu em 430, quando Hipona estava sitiada pelos vândalos, uma tribo em constante luta contra o poderio de Roma. Eles conseguiram cruzar as muralhas após seu falecimento e incendiaram quase tudo - mas a catedral e a biblioteca deixadas por Agostinho ficaram intactas.


Pouco se sabe sobre a vida de Al-Farabi que, embora tenha escrito muito, abusou da modéstia ao fugir do registro da própria biografia. Um dos fundadores do movimento filosófico muçulmano na Idade Média, ele seria chamado por seus contemporâneos de o Segundo Professor - uma espécie de herdeiro de Aristóteles, que seria o primeiro. Al-Farabi marcou um novo passo na filosofia de seu tempo precisamente por ter recuperado as obras dos gregos clássicos, discutindo tanto os textos aristotélicos quanto os de Platão, que haviam caído no esquecimento na Europa medieval. Os numerosos escritos de Al-Farabi também deixaram um legado semântico que curiosamente resistiu na língua portuguesa: de seu nome deriva o termo "alfarrábio", usado para designar um livro antigo.


Dedicado à lógica e à medicina, assessorou muitos príncipes persas, tanto para curar doenças quanto para dar conselhos. Embora se considerasse seguidor de Aristóteles, afastou-se dele a respeito da ideia aristotélica de que mente e corpo compõem uma coisa só. Avicena promoveu o pensamento dualista - a ideia recorrente de que a mente, ou alma, seria distinta do corpo. Ou seja, a alma permanece mesmo quando o corpo morre, algo que tentou explicar na parábola do "homem voador": se eu ficasse flutuando sem tocar nem ver coisa alguma, poderia não saber que tenho um corpo, mas ainda assim saberia que existo. Quase 600 anos depois, Descartes recuperaria a ideia de que nossa existência é garantida pela consciência - ou, para o francês: "Penso, logo existo".


Como Avicena, buscou formas de conciliar o Islã com a obra de Aristóteles, cujos pensamentos eram considerados hereges no mundo muçulmano. Natural do califado Almóada, onde hoje está a Espanha, Averróis tinha entre seus leitores o próprio califa, Abu Ya¿qub Yusuf. Com as costas quentes, o filósofo conseguiu relativa proteção para formular suas ideias. Para ele, o Alcorão só deveria ser lido de maneira literal pelos homens incultos - a elite esclarecida precisava entender que o livro sagrado não passava de uma versão poética da realidade. As ideias de Averróis levavam à conclusão de que as indagações filosóficas e a religião podiam caminhar juntas: se a leitura mais óbvia de um trecho do Alcorão entrasse em conflito com a leitura culta (feita em geral pelos filósofos), aquele preceito não deveria ser seguido ao pé da letra, mas interpretado como uma mera parábola. 

http://super.abril.com.br



Participe!!!!!!!!!!

Agenda cultural

III Encontro Catarinense de Escritores - Agende-se


Para refletir!

Particípio

Hífen

Falsos sinônimos

Não confunda!

Merecem atenção!

Concordância nominal

Regência

Concordância

Sílaba tônica / átona

Moral