POETA
Todos os dias, visto-me de palavras
para a festa da poesia, quando viajo
pelo lombo dos sonhos para sentir
que camaleão toma café com orvalho
e cobre árvores e rios de arco-íris.
Todos os dias, visto-me de versos,
para sentir-me limo e pedra escorrendo
pelas beiras das águas que me limpam
do cheiro de peixe trazido pelas heras
que me habitam desde que Zeus comeu
a romã e desenhou as cores do pavão.
Todos os dias, visto-me de poemas,
para viajar gaivota e bicar segredos
à beira do silêncio babitongo curvado
de águas que descem pelas encostas
dos símbolos que cheiram pedras,
estimadas pelos caminhos do vento.
21-3-2015
0 comentários:
Postar um comentário