10 Dicas do maior mestre do horror entre os escritores sul-americanos, Horacio Quiroga
Posted by: Vilto Reis , dezembro 4, 2013


Muito apreciado pelos argentinos, o contista Horacio Quiroga (1879 – 1937) é pouco conhecido no Brasil. Seus contos abordam a loucura humana, o amor corrompido, a morte e os vícios, sempre com a presença da natureza, que protagoniza muitos de seus relatos. O estilo lembra um pouco Edgar Allan Poe.

Seu livro mais famoso Cuentos de amor de locura y de muerte, no original, inclusive já foi citado como um dos dez livros indispensáveis da literatura argentina, com destaque para o conto A Galinha Degolada, uma assombrosa narrativa.

Diagnosticado com câncer, em 1937, Quiroga suicidou-se ao ingerir uma dose letal de cianureto.

Mas deixemos este triste fato para conferir as dicas que o mestre do horror, entre os escritores sul-americanos, deixou para quem deseja escrever:

1. Creia em um mestre — Poe, Maupassant, Kipling, Tchekov — como em Deus mesmo;

2. Creia que sua arte é um cume inacessível. Não sonhe em domá-la. Quando puder fazê-lo, você o conseguirá sem mesmo sabê-lo;

3. Resista o quanto puder à imitação, mas imite se o influxo for forte demais. Mais do que qualquer outra coisa, o desenvolvimento da personalidade é uma grande paciência;

4. Tenha fé cega não em sua capacidade para o triunfo, senão no ardor com que o deseja. Ame a sua arte como à sua namorada, dando-lhe todo seu coração;

5. Não comece a escrever sem saber desde a primeira palavra aonde vai. Em um conto bem realizado, as três primeiras linhas têm quase a importância das três últimas;

6. Se quer expressar com exatidão esta circunstância: “Do rio soprava o vento frio”, não há em língua humana mais palavras do que as apontadas para expressá-la. Uma vez dono de suas palavras, não se preocupe em observar se são consoantes ou assonantes entre si;

7. Não adjetive sem necessidade. Inúteis serão quantas notas de cor adicionar a um substantivo débil. Se achar aquele que é necessário, apenas ele terá uma cor incomparável. Mas tem de achá-lo;

8. Tome seus personagens pela mão e conduza-os firmemente até o final, sem ver outra coisa além do caminho que lhes traçou. Não se distraia vendo o que eles podem ou não lhes importa ver. Não abuse do leitor. Um conto é um romance depurado de cascalho. Tenha isto como uma verdade absoluta, mesmo que não seja;

9. Não escreva sob o império da emoção. Deixe-a morrer, e evoque-a depois. Se for capaz então de revivê-la tal qual foi, terá chegado à metade do caminho na arte;

10. Não pense em seus amigos ao escrever, nem na impressão que causará sua história. Conte como se seu relato não tivesse mais importância do que para o pequeno ambiente de seus personagens, dos quais você poderia ter sido um. De nenhum outro modo se obtém a vida do conto.

http://homoliteratus.com/10-dicas-do-maior-mestre-do-horror-entre-os-escritores-sul-americanos-horacio-quiroga/

0 comentários:

Postar um comentário