DÚNIA DE FREITAS

CANÇÃO PARA O MAR QUE VEM ME FAZER RIO 

Será mar, será rio,

esta inundação de amor? 

Descubro porque rio... 

é pelo amar. 


Este mar ateia fogo no meu coração...

Dentro deste mar convulsiono meus sentidos 

que gritam por navegá-lo. 


Rio em silêncio.

Respiro brisa de mar de rosas 

e o ar marinho se instala em meu corpo. 


Reverbera em mim...

tua luminosidade. 


Sazonada que estou

amaduro com teu cheiro 

e me solto em tuas mãos. 


Este mar... traz os olhos cobertos de orvalho

para regar meus lábios. 


O pensamento se faz barco...

e nas noites viajo em busca deste mar 

que me faz maré cheia em sua praia.. 


Vem desaguar teu mar

em minhas terras quentes e generosas. 

©Dúnia de Freitas


CACHOEIRA DA SAUDADE

Pequenina, com medo de ti,

espreitei teu curso

leve, suave, às vezes ondeado.


Espreitei tuas encostas

cheias de curvas.


Espreitei teu leito.

Algumas pedras brincavam contigo

tentando impedir que fosses embora tão ligeiro.


Ouvi teu canto de felicidade.

Mergulhei em tuas águas.

Saboreei teu frescor.


Pouco entendia de ti.

Só te gostava.


Hoje volto a te procurar

e não te encontro.

Teu caminhar é pesado,

tuas encostas

exalam o odor do rejeitado.


Tento lavar-te em minhas lágrimas.

É tarde. Estás morto.

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