MARCEL PROUST

Marcel Proust

A VIDA
Autor do romance "Em Busca do Tempo Perdido", o escritor francês Marcel Proust defendia que a vida deveria ser vivida com base na memória, pois só na confluência do presente com o passado se encontraria a essência da personalidade. Nascido em uma família rica, o escritor frequentou os salões da alta sociedade da época. Seu pai, Achille Adrien Proust, foi um proeminente médico e sua mãe, Jeanne Clémence Weil, era filha de uma rica e culta família judia da Alsácia. 
Asmático, Proust era considerado uma criança doente. Apesar da saúde frágil, chegou a prestar serviço militar durante um ano. O escritor morou com os pais até a morte deles. 
Proust foi um dos maiores representantes do impressionismo literário e influenciou a produção ficcional do século XX. Ele trabalhou arduamente em seu quarto nos últimos três anos de sua vida, para concluir seu romance. Esgotado, faleceu por causa de uma bronquite mal cuidada, em 1922, aos 51 anos.

ESTILO
A homossexualidade é tema recorrente na obra de Proust. Estudiosos dizem que o escritor era gay, apesar de nunca ter assumido sua preferência sexual.
Acredita-se que o humor de Proust, além de proceder do Baudelaire, procede do humor inglês. Trabalhos mostram que a obra do escritor é uma literatura voltada para a própria literatura. Um romance sobre um romance. Assim como James Joyce, Proust desconstrói as fronteiras do romance e da poesia. O francês citou autores como Tolstói e Dostoiévski, e absorveu o lado crítico do britânico John Ruskin, revelando-se menos francês do que as pessoas pensam que ele foi.

FAMOSO ENCONTRO EM PARIS
No dia 18 de maio de 1922, Proust, Joyce, Picasso, Stravinsky e Diaghilev jantaram juntos no hotel Majestic, em Paris, atendendo a um convite do escritor inglês Sydney Schiff e de sua mulher, Violet, para comemorar a estreia do balé "Renard", de Stravinsky. Para o autor de "Uma noite no Majestic" (2007), Richard Davenport-Hines, a reunião foi muito mais do que uma festinha e representou o auge do Modernismo europeu.
Há relatos registrados de que Proust e Joyce faziam questão de dizer que não tinham lido os livros um do outro e que a conversa foi sobre suas doenças e amigos em comum. 
Joyce teria ainda entrado no táxi de Proust e acendido um cigarro com a janela aberta — uma ofensa para o escritor francês, que era asmático. E Proust teria mandado o táxi levar Joyce para casa, em vez de convidá-lo a entrar. Proust faleceu seis meses depois do famoso encontro, e Joyce foi ao enterro.

RELAÇÃO COM A FOTOGRAFIA
A fotografia desempenhou papel importante na formação artística de Proust. O escritor tinha o hábito de trocar retratos com as pessoas que lhe despertavam interesse. Contrário às ideias dos intelectuais de sua época, dava muito valor a essa forma de arte, enquanto os outros consideravam a fotografia um meio de reprodução, e não de criação.

EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO
(publicado entre 1913 e 1927)
A monumental obra de Proust foi publicada em sete volumes, os três últimos postumamente. São eles: No caminho de Swann; À sombra das raparigas em flor; O caminho de Guermantes; Sodoma e Gomorra, A prisioneira; A Fugitiva; O tempo redescoberto. 
Grande parte da obra diz respeito às grandes mudanças da sociedade francesa da época, principalmente ao declínio da aristocracia e a ascensão da classe média. Proust incluiu a Primeira Grande Guerra na sua história, citando o bombardeamento aéreo de Paris, e usou a memória como um elemento central do romance, destacando recordações de cheiros, sons e paisagens. A arte, a música e a homossexualidade também são explorados na obra. "Em Busca do Tempo Perdido" é o primeiro dos grandes romances que tem a homossexualidade como tema central. No campo da arte, o autor reforçou a ideia de que todos somos artistas potenciais.

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