Obra escrita em 1508 e publicada dois anos depois, "ELOGIO DA LOUCURA" é tão viva e atual, que parece ter sido escrito com um olhar para o futuro. Erasmo de Rotterdam, neste livro, dirige críticas mordazes à uma sociedade impregnada de cultura tradicional medíocre e hipócrita.
As críticas são feitas em nome da personagem central, a Loucura, que fala em primeira pessoa, o que permite que o leitor participe concordante de todas as situações.
Sempre vista de forma negativa, como um sério problema mental, na obra de Rotterdam, a Loucura é personificada de maneira fascinante, como uma deusa que conduz as ações humanas. A demência associada à alienação do espírito não era percebida pela sociedade, mas por ela sim, senhora do saber sobre o equilíbrio mental.
Loucura, para o autor, é o estado natural do ser humano, a dúvida é como encontrar o limite entre ela e a razão. Quase todos os dias, ou todos os dias, identificamo-nos com alguns dos tipos de loucos de Rotterdam. Afinal, como ele diz citando o Eclesiaste "... o louco muda como a lua e o sábio é estável como o sol."
Logo no início da obra a Loucura afirma que não usa disfarces nem máscaras, não mede em boas palavras tudo o que pensa, e, por isso, tudo o que ela disser no decorrer de sei discurso será a mais genuína manifestação da verdade, já que este é o princípio intrínseco de sua natureza.
"Haverá algum de vós que deixa na rua o ouro e as jóias? Ninguém, decerto. Encerrá-lo-eis no canto mais secreto e retirado da casa e nos cofres mais bem fechados e guardados. O lixo, porém, é deitada para a via pública. Ora, se o que se tem de mais precioso é que se esconde e o que há de mais vil se expõe à luz do dia, a Sabedoria, que não se esconde, é mais vil do que a Loucura, que nos aconselham a esconder."
A vida humana é uma comédia e cada um representa o seu papel sempre mascarado:
"Enlouqueçamos, pois",
Não deixe de ler! É magnífico!
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