O ADEREÇO
Matilde
Loisel era linda. Mesmo assim não teve a sorte de ser conhecida por gente
importante ou ser famosa. Casou-se com um funcionário público e passou a viver
uma vida muito simples, numa casa pobre, com móveis velhos e surrados. O marido
era feliz e agradecia todos os dias a vida que tinha. M.me Loisel era infeliz e
reclamava da falta de roupas e jóias. Ninguém a convidava para um evento
sequer. Tinha uma amiga rica, M.me Forestier. Esta tinha lindas jóias e roupas
caras. Matilde tinha vergonha da vida que levava.
Certo dia, o marido chegou do trabalho com uma
surpresa: um convite do ministro da Instrução Pública para uma noite no
ministério. Ela leu o convite ansiosa mas no mesmo instante ficou triste. O
marido queis saber o porquê. " Com que roupa eu vou?" O marido gastou
suas economias, que guardara para comprar uma espingarda nova, na compra de um
vestido novo para Matilde. Ela continou triste. "Aborrece-me muito não ter
uma jóia..." O marido sugeriu que pedisse emprestada uma jóia à amiga
Forestier. Matilde foi à casa da amiga pedir emprestada a jóia. Esta
emprestou-lhe com muito prazer. Era um lindo colar de diamantes, incrivelmente
belo.
Chegou o
dia da festa. Matilde estava radiante. Conheceu pessoas importantes. Dançou com
homens fascinantes. Todos queriam conhecê-la. Foi notada pelo próprio ministro.
Todos a olhavam com admiração.
A festa acabou. Foram para casa. Matilde relembrava os momentos de glória. Chegaram em casa.Matilde tirou o vestido. Quando foi tirar o colar percebeu que este já não estava no pescoço. Bateu o desespero.Procuraram por todos os lugares onde estiveram, por onde passaram e nada de encontrá-lo.
A festa acabou. Foram para casa. Matilde relembrava os momentos de glória. Chegaram em casa.Matilde tirou o vestido. Quando foi tirar o colar percebeu que este já não estava no pescoço. Bateu o desespero.Procuraram por todos os lugares onde estiveram, por onde passaram e nada de encontrá-lo.
Puseram
anúncios nos jornais, espalharam a notícia, passaram-se dias e o colar não foi
encontrado. "Temos que substituir a jóia"-disse o marido.
Procuraramum uma jóia igual. Com muito custo encontraram um colar de diamantes
semelhante ao que foi perdido. Custava trinta e seis mil francos. O casal tinha
dezoito mil francos que foram deixados pelo pai do marido de Matilde. Fizeram
empréstimos, submeteram-se à usura dos agiotas, conseguiram o restante do valor
e compraram o colar. Levou-o á amiga que reclamou da demora da entrega.
Passaram-se dez anos. Matilde experimentou
todos os tipos de privação. Despediu a criada, tomou conta da casa, fez todos
os serviços que antes eram dos serviçais. Envelheceu. Parecia uma anciã. Tornou-se
amarga, vivia sempre vistida com trapos,despenteada. Ao longo dos dez anos tudo
que ganharam foi usado no pagamento das dívidas. Pagaram, enfim, todas.
Certo dia Matilde passeava pelos Campos
Elíseos, viu a amiga que também passeava, linda como sempre,jovem como se os
anos não tivessem passado. Matilde cumprimentou-a sem que Forestier a
reconhecesse. Com muito esforço Forestier percebeu que era a amiga Matilde.
Surpreendeu-se com seu aspecto abatido. Perguntou o que aconteceu para que
estivesse daquele jeito. Matilde resolveu desabafar. Contou-lhe a história.
Disse que ao longo dos últimos dez anos esteve a pagar dívidas que contraiu na
compra de um colar de diamantes para substituir o colar que havia lhe pedido
emprestado e o perdera na noite da festa no ministério.
A amiga, muito surpresa e comovida, pegou-lhe nas mãos
e disse:
___ Pobre Matilde! O adereço era falso... Aí de quinhentos francos, quando muito.
___ Pobre Matilde! O adereço era falso... Aí de quinhentos francos, quando muito.
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