Um arcebispo e seus vários assessores estão fazendo uma viagem de navio. Quando é avistada uma pequena ilha no horizonte, um pescador conta a outros passageiros sobre três velhos eremitas que ali vivem. Segundo o pescador, os eremitas são santos, servos abençoados por Deus com miraculosos poderes. Interessado, o arcebispo pede mais informações ao pescador, que descreve como é peculiar a aparência dos três anciãos, com suas longas barbas e cabelos brancos. O arcebispo pergunta ao capitão do navio sobre a existência dos tais “santos” e o capitão afirma que não passam de três “imbecis que não entendem nada e são mudos como os peixes do mar”. Ainda assim, curioso para conhecê-los, o arcebispo pede que desembarquem na pequena ilha. O capitão tenta fazer o arcebispo mudar de ideia, mas, em troca de dinheiro, modifica o curso do navio. Em pouco tempo, o navio é ancorado nas proximidades da ilha. Um barco a remo é baixado ao mar e o arcebispo e levado à praia por alguns remadores. Lá, com o auxílio de um pequeno telescópio, o arcebispo avista os três velhos sobre uma grande rocha. O arcebispo vai até os eremitas e pede que eles lhe contem como é que demonstram sua devoção, de que forma oram a Deus. O mais velho deles informa que eles apenas repetem uma simples prece: “Vós sois três. Nós somos três. Tenha piedade de nós.” O arcebispo acha engraçada a prece tão simples dos eremitas. Citando a Sagrada Escritura, ele se esforça para ensinar aos três o “Pai Nosso”. Diversas vezes, os velhos repetem a oração e, com dificuldade, acabam por aprendê-la. Ao anoitecer, o arcebispo despede-se dos velhos e volta para o navio. Ele está muito orgulhoso de si mesmo, agradecendo a Deus por ter tido a chance de ensinar àqueles homens tão simples a maneira certa de rezar. Quando a ilha já está bem distante no horizonte, o arcebispo repara numa luz que vem se aproximando do navio. O arcebispo fica confuso, sem saber do que se trata. Finalmente, o capitão consegue enxergar. São os três eremitas que estão correndo sobre as águas do mar em direção ao barco. Toda a tripulação pára para ver o evento milagroso. Quando os três velhos chegam perto do barco, um deles explica que esqueceram parte da prece que o arcebispo tinha ensinado e queriam recordá-la. O arcebispo fica maravilhado com o que está vendo e diz ao mais velho dos eremitas que a prece que costumavam dizer já estava perfeita para Deus. Felizes, os três santos retornam para sua ilha, caminhando despreocupados sobre as águas.
SUGESTÃO DE LEITURA PARA QUEM GOSTA DE EXCELENTE LITERATURA - SINOPSE - TOLSTÓI - OS TRÊS ANCIÃOS
Leon Tolstói (Os Três Eremitas)
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