Durante sua vida, Leonardo era valorizado como um engenheiro. Em uma carta a Ludovico, il Moro, afirmou ser capaz de criar todos os tipos de máquinas, tanto para a proteção de uma cidade, quanto para o cerco. Quando ele fugiu para Veneza em 1499, encontrou emprego como engenheiro e arquiteto militar e concebeu um sistema de barricadas móveis para proteger a cidade de um ataque naval. Ele também tinha um esquema para desviar o fluxo do rio Arno, um projeto no qual também trabalhou Nicolau Maquiavel. Os cadernos de Leonardo incluem um vasto número de invenções, alguns de possível construção, outros impossíveis. Eles incluem instrumentos musicais, bombas hidráulicas, canhões, entre outros.
Em 1502 Leonardo da Vinci produziu um desenho de uma ponte como parte de um projeto de engenharia civil para Sultão Bayezid II de Istambul. Nunca foi construída, mas a visão de Leonardo foi ressuscitada em 2001 quando uma ponte menor, baseada no projeto dele, foi construída na Noruega. Em 17 de maio de 2006, o governo turco decidiu construir a ponte de Leonardo para medir o Corno de Ouro.
Por maior parte de sua vida, Leonardo foi fascinado pelo fenômeno de voo, produzindo muitos estudos detalhados do voo dos pássaros, incluindo o seu Codex sobre o Voo dos Pássaros de 1505, bem como planos para várias máquinas voadoras, tentou aplicar seus estudos para os protótipos que desenhou, o primeiro batizado de SWAN DI VOLO (Cisne voador), segundo especialistas é de 1510, inclusive um helicóptero movimentado por quatro homens, e um planador cuja viabilidade já foi provada.
Paraquedas
Muito antes da invenção do avião, Leonardo Da Vinci já pensava em maneiras de cair suavemente de grandes alturas. O equipamento é semelhante ao paraquedas atual, só que em formato de pirâmide. A ideia de Da Vinci foi aprimorada e ganhou grande utilidade séculos depois, principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial.
O modelo original foi testado 500 anos depois de ser criado, em 25 de junho de 2000, pelo britânico Adrian Nicholas. Desafiando as previsões de especialistas de que não iria funcionar, Nicholas construiu o paraquedas idêntico ao de Da Vinci e lançou-se ao ar sobre a África do Sul em uma bem-sucedida aventura.
'Leonardo percebeu que um objeto cônico como o paraquedas, dependendo da sua medida, poderia diminuir a velocidade da queda de um objeto. Isso porque o ar, mesmo intocável, oferece resistência. E se a superfície em questão fosse suficientemente grande, poderia frear a queda de um homem', explica Luca Paolo, historiador e curador da mostra As Máquinas de Leonardo da Vinci.
Tanque blindado
Com formato similar ao de um disco voador, o tanque de Da Vinci seria um veículo de guerra equipado com canhões carregados pela culatra e que atingiam um ângulo de 360°. Ele já tinha todas as manobras controladas de dentro do veículo.
A cobertura convexa destinava-se a desviar do fogo inimigo. O veículo tinha capacidade para até oito pessoas. Quatro séculos mais tarde, serviria de modelo para a criação do tanque blindado usado durante a Primeira Guerra Mundial.
'Mesmo sem ter sido construído, pode-se perceber que era uma máquina bélica de enorme poder de fogo, com cobertura para todos integrantes', completa o historiador Luca Paolo.
Aparelho para mergulho submarino
Uma das obsessões de Leonardo Da Vinci era o mar e, é claro, a submersão. Seus aparelhos para mergulho eram de couro, conectados a um snorkel feito de cana e um cinto que flutuava na superfície.
O traje era fácil de vestir e incluía um saco no qual o mergulhador poderia urinar. 'Trata-se de um sistema de mergulhador com dois canos feitos de pele animal pelos quais o ar desce e sobe através de uma bomba manobrada da terra firme. Seria utilizado para ataques surpresa debaixo d'água. Ele chegou também a desenhar um submarino acionado pela força humana e movido através de engrenagens', conta o historiador Luca Paolo.
Ponte giratória
Por meio de um complexo sistema de cordas e polias, essa ponte pode ser enrolada e recolhida facilmente, evitando assim a passagem de inimigos. Feita de materiais leves, mas fortes, como madeira, a ponte também seria de fácil instalação.
'Mais uma de tantas pontes que Leonardo chegou a desenhar e, certamente, uma de suas invenções mais utilizadas até hoje', relata o historiador Luca Paolo.
A famosa ponte sobre o rio Tyne, em Newcastle, no Reino Unido, e a Railroad Bridge, sobre o rio Mississipi, em Minnesota, Estados Unidos, são exemplos de pontes giratórias.
Asa-delta
Desde pequeno, Leonardo Da Vinci era obcecado por encontrar um jeito de voar. Chegou a desenhar várias máquinas voadoras, mas a asa-delta planadora é a mais famosa.
Bastante similar ao modelo que se conhece hoje, o artefato consiste em uma grande asa capaz de planar, na qual o piloto vai acoplado na parte de baixo, por meio de cordas e presilhas. Essa foi mais uma invenção testada posteriormente.
Campeão mundial de parapente, o britânico Robbie Whittall voou em novembro de 2002 com uma asa-delta semelhante à projetada pelo italiano.
Perfuradora de toras
Da Vinci desenvolveu uma série de invenções para escavação horizontal e vertical. Essa perfuradora foi idealizada com o foco em instalação de tubulações subterrâneas e foi aperfeiçoada ao longo dos anos, pois inicialmente era incapaz de romper raízes muito grossas.
'Durante boa parte de sua vida, Leonardo trabalhou em locais equivalentes às oficinas metalúrgicas ou mecânicas de hoje, fazendo dispositivos, como garras, grandes parafusos e roscas sem fim', afirma Gildo Magalhães, professor de História e Ciência da Universidade de São Paulo (USP).
O aparato seria acionado por um sistema de roldanas. Ao movimentar a corda lateral da perfuradora, a broca da parte inferior passaria a girar, perfurando o chão, troncos ou raízes. A invenção também era usada para fins militares. 'Ele inventou algumas máquinas de guerra. As furadeiras e perfuradoras serviam para auxiliar na elaboração desse maquinário - que, na época, era feito basicamente de madeira', destaca Magalhães.
Bicicleta
Não foi comprovada que essa invenção seja de Leonardo Da Vinci, já que, no esboço em que foi encontrada, havia a assinatura de seu pupilo Salai. A ausência de mais informações deixa no ar a pergunta sobre seu real autor.
Similar à que utilizamos atualmente, essa bicicleta tinha pedais, correntes e um guidão que permitia realizar curvas, dobrando até 90º.
'Não podemos creditar essa invenção a Leonardo, mas também não temos como inferir que seu pupilo a desenhou. Na restauração do Madri, um dos muitos códigos de Leonardo, foi encontrado este desenho no meio de duas páginas coladas. Os críticos concordam que seu aluno poderia ter copiado a bicicleta de um modelo visto na oficina de Leonardo, uma vez que ele não possuía habilidade para conceber tal criação', afirma o historiador Luca Paolo.
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