AMORES VIAJANTES / NILZA HELENA DA SILVA VILHENA


Segui lentamente.
Arrastei-me na verdade.
Não havia vontade, não havia ânimo.
Tudo passou num instante.
Ainda vejo teu braço no ar lançando um beijo.
Teu sorriso provocador, consolador, apaziguador...
Último, derradeiro...
A solidão assusta,
A distância entristece.
Pus-me em letargia, autodefesa, imagino...
Respiro e prossigo, espero e prossigo.
Caminhos que se unem e se afastam.
Distância, tempo, velocidade...
Fórmula complicada que no amor,
Só tem um resultado: dor.
O tempo passou, sempre passa.
Estou eufórica, não sossego:
Canto, assovio, rio frouxo.
Já vejo o auto que se aproxima,
O braço em riste anuncia: cheguei!
Teu sorriso me alcança,
Desafiador, tentador, predador...
Primeiro, arruaceiro...
Chega com o longo abraço e o beijo restaurador.
Acabou distância, tempo e velocidade.
Nada de fórmulas ou mistérios.
Apenas viver o momento,
Dedicar-se a ele como se apresenta.
Esquecendo que o alarme tocará,
A letargia voltará e a equação Amor,
Trará novamente como resultado dor,
Nesse círculo de amores viajantes.

Nilza Helena da Silva Vilhena
Jaraguá do Sul, 20/08/2012
Publicado no Livro Tramas. Antologia organizada por Inácio Carreira, publicado pela Moleskine Editora em 2012.

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