Linguagem e persuasão


Você pode até não perceber, mas quando nos comunicamos, seja oralmente, seja na modalidade escrita, nosso discurso está permeado por uma função da linguagem específica, responsável por denotar nossas verdadeiras intenções. Quem sabe exatamente aonde quer chegar com um determinado tipo de discurso também conhece o funcionamento adequado dos elementos da comunicação.

São vários os discursos aos quais somos expostos diariamente, entre eles, o eficiente discurso empregado pela publicidade. Quando sentamos em frente à televisão, já estamos, mesmo que inconscientemente, expostos aos diversos anúncios e suas sofisticadas técnicas de persuasão. Disso vive a publicidade, e esta é sua principal função: convencer o consumidor de que determinado produto é indispensável, ainda que sem ele possamos viver muito bem. Somos, o tempo todo, convencidos e persuadidos não só pela publicidade, mas também pelos discursos políticos, religiosos e outros tipos de textos que interferem diretamente em nossas vontades. Nem sempre tomamos decisões sozinhos, muitas vezes fatores externos são importantes para uma palavra final sobre algum assunto.

É importante observar que a linguagem e a persuasão são elementos que podem estabelecer uma conexão indissociável. Quando somos persuadidos por um tipo de discurso, não estamos sendo apenas convencidos sobre alguma coisa, estamos transformando e substituindo valores extremamente subjetivos. A persuasão extrapola a ideia de convencimento, pois é um ato associado a um discurso ideológico, subjetivo e temporal. São argumentos capazes de modificar nossos pensamentos e ações, e não apenas um artifício criado para nos fazer comprar algo ou alguma ideia.
Não pense que a construção da linguagem persuasiva ocorre ao acaso. Existem alguns recursos que contribuem para a eficácia na emissão da mensagem, tais como:

Emprego de figuras de linguagem como comparações, analogias, hipérboles e eufemismos;

Uso do modo imperativo nos verbos;

Alusão ao mundo conhecido do público-alvo em uma tentativa de aproximar a linguagem ao destinatário da mensagem;

Emprego de trocadilhos e jogos de palavras.

A
s campanhas institucionais de vacinação são exemplos de emprego da linguagem persuasiva.

A persuasão está comumente associada aos chamados “argumentos de força” (tipo de argumento que não permite o diálogo com o interlocutor), mas em algumas situações, usar as técnicas de persuasão pode ter uma finalidade nobre: é o que acontece com a publicidade institucional, aquela que não tem por objetivo aumentar os lucros de uma empresa, mas sim divulgar uma mensagem de cunho social, cultural ou cívico que estimule uma atitude mais reflexiva e responsável na população.

Fique atento: linguagem e persuasão podem ser uma dupla dinâmica, interferindo diretamente em suas escolhas. Por isso, é fundamental que saibamos o poder das palavras e dos diversos discursos que acessamos e ouvimos em nosso cotidiano.
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