ELEGIA PARA A ESPERANÇA - Nelson Bortoletto



Para a mulher mais desejada a elegia da esperança:

ELEGIA PARA A ESPERANÇA

Uma porta entreaberta
e a janela a meio batente,
com flores sobre o parapeito.

Um olhar de fora,
sem jeito,
se embrenhando pelas frestas,
fazendo curvas impossíveis
em busca de só um cantinho
ainda não exposto.

O suor correndo no rosto,
a boca seca, 
mordente,
o filme da vida da gente
dependendo de um minuto.

A busca dos seios fartos,
da boca de cereja
e antes que alguém nos veja,
um colo cheio de anseios.

Eu morreria ali, na hora,
se não competentes os meios.

E em paródia do ditado
afirmar, sem rodeios:

- O QUE OS OLHOS NÃO VEEM
O CORAÇÃO PRESSENTE!

-Nelson Bortoletto-

27/03/2015
Uma ode à solidão imposta, sem limites, exposta à minha amada. Ainda sou-lhe grato pelo reconhecimento de publicar as minhas bobagens. Ela, a própria, talvez nem compreenda o que eu quis dizer com isso, mas, amor é compromisso e vence a ignorância. Recorrer, minha professora, a que instância?
Desculpe-me pelo desabafo. Precisamos de professoras, sempre.

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