Mãos
Amo as mãos. Não todas.
Amo a generosidade da mão aberta
que, quando se fecha, destroços recolhe
na bondade incansável do gesto de oferta,
a ninguém renega, sempre acolhe.
Amo as mãos fecundas que espargem
na terra, a bendita semente
e na colheita esperam ver brotar
o fruto de sua coragem, tão somente.
Amo as mãos que constroem com sabedoria
e reconstroem.
Do deserto fazem paraísos,
de vendavais fazem calmaria.
Amo as mãos firmes que conduzem
ao delicioso mundo das letras,
por caminhos desconhecidos,
mãos pequeninas curiosas e canhestras.
Inda mais amo as mãos tremulantes,
que fracas da velhice padecem,
mudas de queixas, erguem-se vacilantes,
mostrando força, inda amor oferecem.
Benditas sois,Oh! Mãos maternas!
Que estendidas dão-se sempre,
Corajosas, carregam as dores suas,
Fortes, vivem os martírios de seus entes.
Pena, mãe querida, não sejam elas eternas!
(Odenilde Nogueira Martins)
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