A PESTE - ALBERTO CAMUS

     O livro é dividido em cinco partes, cada uma das quais trata sobre um período diferente da epidemia de peste que tomou conta de Oran, o porto do norte da Argélia onde a história se passa. A primeira parte, descreve Oran como era antes da peste e logo depois que a doença se instala. Em uma manhã comum, Bernard Rieux, o médico da cidade, nota um rato morto no corredor do seu edifício; depois disso, nada mais é normal na vida dos habitantes da cidade. Milhares de ratos da cidade morrem, depois cães e gatos, e finalmente a doença começa a infectar as pessoas. Jean Tarrou, um visitante retido em Oran, mantém um diário sobre o efeito da peste no povo de Oran, incluindo histórias sobre personagens como Joseph Grand, um operário insignificante, e Cottard, um homem que misteriosamente se mostra feliz com a propagação da peste. O povo de Oran é forçado a concluir que o seu aborrecido cotidiano pode nunca mais ser o mesmo. Os portões da cidade são trancados, e Oran é agora uma prisão, de onde ninguém pode entrar ou sair.
     Na segunda parte do livro conta o que acontece quando a peste se torna a preocupação de todos na cidade. São mostradas as lutas das pessoas contra a peste e o sofrimento e a separação que elas são obrigadas a enfrentar. Surgem personagens como Raymond Rambert, que inicia negociações com contrabandistas, tentando imaginar maneiras de escapar da cidade e encontrar novamente seus entes queridos. O vigário da cidade, Padre Paneloux, prega um duro sermão na igreja, onde ele afirma que Deus mandou a doença sobre o povo de Oran como um castigo pelos seus pecados. Tarrou forma esquadrões sanitários na cidade, e muitas pessoas, inclusive Grand e Rambert, se apresentam como voluntários para ajudar no combate à doença.
    Na terceira parte, é mostrado o pior período da doença. Durante os quentes meses de verão, a peste mata tantas pessoas que não há mais espaço para enterrá-las. O crematório da cidade está queimando corpos no limite da sua capacidade e todos na cidade sofrem terrivelmente com a dor e o abandono.
    Na quarta parte, é dada mais atenção às emoções de alguns dos principais personagens. Cottard estranhamente ainda se sente feliz com a chegada da peste. Os planos de fuga de Rambert estão prestes a se realizar, mas o jornalista muda de ideia no último momento e decide permanecer em Oran para combater a doença. Muitos dos personagens principais, incluindo Dr. Rieux, Joseph Grand, Jean Tarrou e o padre Paneloux, são afetados profundamente quando eles testemunham a morte de uma criança pequena. Depois dessa experiência, Paneloux dá um segundo sermão, onde mostra muito mais simpatia e compaixão pelo povo sofrido de Oran. Uma noite, Tarrou explica ao Dr. Rieux sua filosofia de vida, centrada em uma veemente oposição à pena de morte. Grand cai doente e parece certo que irá morrer da peste, mas consegue uma repentina e milagrosa recuperação. A mesma "ressurreição" acontece a uma mulher na cidade, e pouco depois, os ratos começam a reaparecer nas ruas da cidade.
    Na última parte, a peste desaparece tão repentinamente quanto tinha surgido. Depois de uma anúncio público que a epidemia parece ter terminado, é dada uma grande festa nas ruas. Os portões são abertos, e as famílias e amantes são reunidos, inclusive Rambert e sua esposa. Cottard, notando que a peste se foi, deixando-o solitário com seu sofrimento como antes, tem um acesso de fúria e começa a atirar a esmo, terminando sendo preso e arrastado pelas ruas pela polícia. Neste ponto, o Dr. Rieux revela que ele é o narrador da história. Embora ele tenha sofrido muito, e agora tenha descoberto que sua esposa está morta, ele diz que espera reescrever o livro sem se colocar no papel principal. Ele deseja contar a história do ponto de vista das vítimas, compartilhando com elas os sentimentos de amor, abandono e sofrimento que todos sentiram durante o tempo da peste. O livro termina com a sombria observação que, embora o bacilo da peste possa se esconder por anos a fio, ele nunca morre nem desaparece de todo.


0 comentários:

Postar um comentário