A Viola e o Cantadô
Tonico e Tinoco
A viola tá soluçando
Soluça mágua de dor
Por que sabe que o seu dono
Já não é mais cantadô
Não chore viola maguada
O poeta que falou
Enquanto existir viola
Existirá o cantadô
Enquanto o mundo for mundo
E tiver perfume a frô
Enquanto existir na mata
O canário dobradô
Enquanto existir o caboclo
Que escreve versos de amor
Enquanto existi viola
Existirá o cantadô
Já fui violero afamado
Já fui grande trovadô
Hoje estou véio cançado
Minha vóis desafinô
Vou guardar minha viola
Lembrança do que passô
Enquanto existi viola
Existirá o cantadô
Adeus Morena, Adeus (casa de Mané Pedro)
Na casa de Mané Preto
Fui numa festa de São João
Cantei moda de viola
Cateretê lá do meu sertão
Toada paraguaiana
De mexê no coração
Eu fiz as véia chorá
E as moça senti paixão
No terminá essa festa
Eu vim simbora e deixei alguém
Saí tocando viola
Pra estrada afora como ninguém
Quando cheguei na estação
Que eu ia pegar o trem
Ouvi uma voz me chamando
Que queria vim também
Menina tenha paciência
Vorte pra casa e vai com seu pai
Eu sigo pra muito longe
Eu pego o trem e vou pro Paraguai
Não levo você comigo
Porque isso não se faz
Adeus moreninha, adeus
Adeus para nunca mais
Adeus moreninha, adeus
Adeus para nunca mais
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