Há um pêndulo infinito pairando no silêncio
e seu eco a desenhar os limites do bosque
com suas árvores arvorando-se sobre a rosa
e seu nome cravejado de vermelho e preto.
Há também uma obra aberta sobre a mesa
a desafiar o olho de quem enxerga o fundo
escuro do letra perdida em um café em que
se traça a via rosa com a angústia de quem
não se deixa arrefecer por algum som fundo
de um gramofone rouco perdido na idade
média do saber a iluminar nossos templos
com a luz rosácea bebendo águas e sinas.
Há ainda uma fábula a aguardar um leitor
perdido entre a estrutura ausente, presente
no x que se coloca no meio da letra para
tecer labirintos e pirâmides que desdenham
o hieróglifo e se senta sobre a areia deserta
à espera de alguém que a queira decifrar
a pirâmide com seus círculos de sete pontas
desafiando o deserto e suas areias movediças.
Por isso, alguém rasga o silêncio das pedras
e pendura o pêndulo no meu silêncio e pede
a palavra hermenêutica presa na biblioteca
do abade Foucault que insiste em desfazer
a angústia que trago nos lábios com sua tinta
escorrendo pelos meus cem anos de solidão.
8-7-2013
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