Ó Paz, divina Paz, música ouvida nos absconsos
silêncios, longe dos olhos dos deuses e dos homens,
que confundes amor e ódio, temperas a guerra com as chamas
da mentira e sufocas a verdade no interior das frias pedras
dos pólos, esconjuro-te pela poderosa Necessidade,
pela inexorável flecha de Eros e pela lira de Hermes,
incendeie os sistemas límbicos de homens e deuses,
para que eles, revigorados pela flecha do grande
arqueiro possam derreter-se em amor uns para os outros
e celebrar as palavras de paulos e pedros nos montes
e nas oliveiras restaurados pelas bem-aventuranças!
Ó Paz, que consomes os sonhos de cristos e maomés,
que desejas silenciar o tiritir, o zinir e o sibilar de balas,
raios, coriscos, baionetas e bombardas de mísseis,
levanta-te e vede por todos os lugares e ponde sobre
o trágico viver dos infelizes humanos que se digladiam,
a fuga dos ventos maus que esfuziam canhões e bombas
e, como uma chama acesa, como um relâmpago,
enfraqueça-os, debilite-os e os torne incapazes
de qualquer atividade que contrarie Aquele
que é Logos, Palavra, Amor, Ahavá, Szerelem.
Ó Sabaot, Adonai, Eloim, Pagourê, Zagourê!
13-8-2005.
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