TRATA-SE DE UMA DAS FORMAS MAIS ANTIGAS DE EXPRESSÃO LITERÁRIA E QUE JÁ GEROU INÚMERAS CONTROVÉRSIAS A RESPEITO DE SUA DEFINIÇÃO. PARA MÁRIO DE ANDRADE, SERÁ TUDO AQUILO QUE O AUTOR CHAMAR DE CONTO, JÁ PARA MACHADO DE ASSIS, O CONTO SE REVESTE EM PROBLEMÁTICAS DE ESTÉTICA LITERÁRIA: "É GÊNERO DIFÍCIL, A DESPEITO DE SUA APARENTE FACILIDADE." PARA MACHADO DE ASSIS, É JUSTAMENTE ESSA DIFICULDADE QUE AFASTA MUITOS ESCRITORES DO CONTO, ENQUANTO QUE ESTA FACILIDADE AFASTA OS LEITORES DO CONTO.
O CONTO, POR CONTA DA AGITAÇÃO DA VIDA MODERNA QUE NÃO NOS PERMITE FICARMOS DIANTE DE UM EXTENSO ROMANCE OU NOVELA POR MUITAS HORAS, TEM ASSUMIDO UM LUGAR DE DESTAQUE ENTRE OS GÊNEROS LITERÁRIOS. ISSO VAI DE ENCONTRO ÀS TEORIAS DE EDGAR ALLAN POE SOBRE O CONTO. PARA ELE, UMA DAS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO CONTO É A BREVIDADE: O CONTO DEVE SER LIDO DE UM FÔLEGO SÓ, OU SEJA, SEM INTERRUPÇÕES.
ISSO GRAÇAS AO CONTO SER UMA FORMA LITERÁRIA QUE BUSCA, CONFORME POE, CAUSAR UM EFEITO SOBRE O LEITOR QUE SÓ É ALCANÇADO NUMA LEITURA INTEGRAL DA OBRA. LOGO, CABE AO ESCRITOR UTILIZAR O MATERIAL VERBAL DE MODO QUE O EFEITO PRETENDIDO: MEDO, SUSPENSE, HUMOR ETC. POSSA PRODUZIR EFEITO SOBRE QUEM O LÊ.
PODEMOS DIZER, ENTÃO, QUE O CONTO É UM RECORTE DA REALIDADE, HAJA VISTA, NÃO PREOCUPAR-SE COM PROGRESSÃO TEMPORAL LONGA, MAS SIM COM O INSTANTE, SENDO ESTE DECISIVO, IMPACTANTE, UM INSTANTE ÚNICO. DIANTE DESSA CARACTERÍSTICA QUE TENDE PARA A BREVIDADE, NO CONTO HÁ UMA CONDENSAÇÃO DE SEUS ELEMENTOS - PERSONAGENS, TEMPO, ESPAÇO FÍSICO E DEMAIS ELEMENTOS NARRATIVOS.
TEORIA DO CONTO - NÁDIA BATTELLA GOTLIBE, SÉRIE PRINCÍPIOS
0 comentários:
Postar um comentário