Arrebatamento
No arrebatamento de meus sentidos,
Ouvi alto, de minha carne, o
clamor
Glorioso, insano, amor incontido,
De segredos fiz renunciamento,
Tamanho era em seus olhos o fulgor.
Olhou-me com tanta quentura,
Abrasou-me, me pôs desassossego,
Que se medos eu os tivesse porventura,
Esqueci-os, foram-se!
E para fazer-lhes companhia,
Foi-se também, a compostura.
ODENILDE N. MARTINS
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