TECIDOS
Um fio desprende-se
Inadvertido o puxo
E como que por impulso
Continuo puxando
E toda a peça se desfaz
O que era um belo pano
Fez-se nuvem disforme
Um enorme monte
Embaralhado e confuso
Sem uso, sem destino...
Então revi meu conceito
Que não há vida desfiada
Não faria sentido algum
Tudo está contido
Na forma que somos tecidos
E fazemos nosso destino
A princípio somos um fio
Em dias nos vamos fiando
Com cuidados bordamos
Maturos somos uma trama
Dos laços que fizemos
E, enfim, trabalho pronto
E você minha amada
É um tecido de seda
Macia, suave e perfeita
Feita de doçura e delicadeza
E eu sou o forro, grosso e rude
Do leito de meus deleites
Sobre o qual você se deita...
Tecidos – raa
BH1606-14
(Ronaldo Antônio Alves)
Dedicado à delicadeza feminina...
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