Ronaldo Antônio Alves - Publicado no grupo "Tecendo Textos"

Divagando

Não busques, ó linda flor
As belezas nas mãos do jardineiro
Que ele decerto acaricia a terra
Mas em seu coração carrega dor

Feito palma amarga e disforme
Fiz meu mundo de sobrevida agreste
E se agridem o vento meus espinhos
Meu íntimo ainda hidratado dorme

Aproximam-se os meninos azuis
Também chamados crianças cristal
Que trarão uma nova ordem astral
E nos ajudarão a alcançar a luz

Tomara. É triste não entender a dor
Pior são as que fogem à toda lógica
Quem sabe seremos mais amenos
E tenhamos menos sede de amor...

Creio que o amor não seja esta sede
Necessidade de sermos compreendidos
Sem medir pelo compreender que temos
Buscando a luz e espalhando inverdade...

Por isso tornei-me robusta cidadela
De sentimentos contidos, mas sinceros
Defendo-me de quem agride por pouco
Deixando os maus sentidos fora dela...

Um dia, se quiseres andar pelas ruelas
A sinceridade e suavidade são exigidas
Pois, palavras vazias e rudes não ouço
Minhas desconfianças são sentinelas...

Menos ainda as vozes dos bastidores
Dos que difamam e criam adversidades
Então é covardia, não tem voz aberta
Sem saber fabricam casa de horrores

Julgam as virtudes que não proclamei
Nunca disse ser melhor que alguém
tampouco busquei elogios ou amores
Que os amores nascem, como não sei...

Sei que tão pouco sei quanto qualquer
E isto me credencia a ser bem amado
E o amor dado é o que sempre espero
Nas palavras dos amigos que convier...

O pior inimigo é que se finge amigo
Usa palavra sorrateira nas encruzilhadas
E busca dissuadir quem me tem afeto
A sair do caminho que estava comigo...

São poluídas as mentes que observam
E acham que não há amizade verdadeira
Entre gêneros casualmente diferentes
Já misturam desejos que os perturbam...

Farei meus versos despreocupado
Sejam longos, pobres, descompassados
Faço-os por amor e pelos bons amigos
Pelos que estão sempre ao meu lado...

Resolvi que aceito o que Deus me der
E não haverei de chorar por ninguém
Amarei a todos com pureza no coração
Se houver ofensas, hei de me esquecer...

Divagando - Rono
BH1906-14
(Ronaldo Antônio Alves)

0 comentários:

Postar um comentário