SOLIDÃO URBANA
“...O som do ar-condicionado é o único som da sala.
Se ao menos tivesse o timbre de um suspiro, de um espirro, de uma tosse, de uma risada, coisas humanas. Ou até de um miado, de um latido, de um habitante qualquer que contivesse vida, alguma fragilidade, sei lá...
Não, não havia vida, havia apenas um compressor que tragava o ar lá de fora, roubava-o, para jogar sobre o meu ambiente um pouco mais de frio, além do que é implícito na minha alma.
Meu grito de horror, aqui, de nada valeria...”
-Nelson Bortoletto- (in “O grito íntimo / auto-retrato”)
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