ESGUEIRAM-SE POR
ENTRE A JANELA ABERTA,
FIAPOS INDISCRETOS DE NOITE QUE ESPIAM,
DESENHADOS EM SOMBRAS
BRUXULEANTES, TODOS OS CANTOS
EM ÂNGULOS ESQUISITOS APESAR DO LUAR PLANO.
FAZER O QUÊ? SOBRAM OS RECÔNDITOS DO QUARTO
QUE INSISTENTE DA PENUMBRA, BUSCA O REPOUSO
ESQUIVO DA BELEZA NOTURNA DO FULGOR DE
ESTRELAS
QUE EM DELICADÍSSIMOS ARABESCOS BORDAM O INFINITO.
O SOM ESTRIDENTE DOS GRILOS, O PIO LAMURIENTO DA CORUJA,
O LATIDO IRRITANTE DO CÃO MALHADO... NADA!
PROVOCA O VOSSO RECUO, OH! INDISCRETOS FIAPOS DE NOITE,
QUE DESCARADAMENTE MIRRAM,
ESPARRAMAM-SE
E COBREM TEU NU,
ADORMECIDO,
INSENSÍVEL A
VOLÚPIA DE TUAS SUAVES
LAMBIDAS,
SONHA...
SABE-SE LÁ COM O QUÊ.
AO TOQUE DE DELICADA BRISA, AGITA-SE DE LEVE A FINA CORTINA,
EM SUTIS CONVULSÕES, LEVITA
AGRADECIDA, PELO REGALO DE PERCEBER-TE EM DIFERENTES PERFIS,
SONHANDO. SONHANDO... SABE-SE LÁ COM QUÊ.
ODENILDE MARTINS
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