Estrutura da
resenha
A resenha deve seguir esta estrutura:
Referência bibliográfica da obra no
topo da página: São os dados técnicos, como o título, autor, editora, local de
publicação. Veja os exemplos:
ASSIS, Machado de. A causa secreta. In:
Machado de Assis - Obra completa v.II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.
Título da resenha
Esse título deve ser criado por
você, resenhista. É importante ressaltar que o livro resenhado é uma obra e sua
resenha é outra, por isso cada uma deve ter seu título.
Nome do autor
Insira seu nome.
Início do texto/ Um ou dois parágrafos:
Breve descrição do livro e do autor
Inicie o texto fazendo uma apresentação
da obra.
Cite a data de publicação, a editora.
Explique como se dá a divisão dos
tópicos, se é em capítulos, partes, dentre outras divisões.
Exponha a temática.
Fale brevemente do autor, e somente o
que é relevante. Não é preciso citar detalhes da vida particular, a não ser que
façam diferença no entendimento da obra.
Nos próximos parágrafos (2 ou 3), é
chegada a hora de expor o enredo do livro, de maneira sintetizada, resumida, e
seu posicionamento crítico. O ideal é, ao contar a história ( ou as histórias),
avaliar criticamente o que está sendo relatado. Desse modo, é mais fácil
atingir o objetivo do texto: mostrar que leu e que sabe se posicionar diante
daquele tema.
Indicação da obra
Indique a obra a quem você achar que
a leitura dela será relevante.
Processo de
produção/ Dicas
Durante a leitura do livro:
faça anotações;
pesquise dados relevantes;
escreva, pois assim você grava,
reforça o que já está em sua mente.
Antes da resenha:
Apesar de a maioria dos livros
trazerem dados sobre o autor, é interessante pesquisar sobre ele.
Modelo de
resenha
ASSIS, Machado de. A causa secreta.
In: Machado de Assis - Obra completa v.II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.
O que é
secreto para mim é para os outros?
André
Gazolla
Resenha adaptada de
http://www.lendo.org/wp-content/uploads/2007/06/a-causa-secreta-resenha.pdf
O conto A causa
secreta, de Machado de Assis, aborda um tema oculto da alma de todo ser humano:
a crueldade. O autor cria um cenário onde o recém-formado médico Garcia conhece
o espirituoso Fortunato, dono de uma misteriosa compaixão pelos doentes e
feridos, apesar de ser muito frio, até mesmo com sua própria esposa.
Joaquim Maria Machado de Assis é considerado
um dos maiores escritores brasileiros e entre seus livros encontram-se as
coletâneas de contos Histórias da meia-noite e Contos fluminenses.
Através de uma linguagem bastante acessível, que não
encontramos em muitas obras de Assis, o texto mescla momentos de narração - que
é feita em terceira pessoa – com momentos de diálogos diretos, que dão maior
realidade à história.
Uma característica marcante é a tensão
permanente que ambienta cada episódio. Desde as primeiras vezes em que Garcia
vê Fortunato - na Santa Casa, no teatro e quando o segue na volta para casa, no
mesmo dia - percebemos o ar de mistério que o envolve.
Da mesma forma, quando ambos se conhecem
devido ao caso do ferido que Fortunato ajuda, a simpatia que Garcia adquire é
exatamente por causa de seu estranho comportamento, velando por dias um pobre
coitado que sequer conhece.
A história transcorre com Garcia e Fortunato
tornando-se amigos, a apresentação de Maria Luiza, esposa de Fortunato e ainda
com a abertura de uma casa de saúde em sociedade.
O clímax então acontece quando Maria Luiza e
Garcia flagram Fortunato torturando um pequeno rato, cortando-lhe pata por pata
com uma tesoura e levando-lhe ao fogo, sem deixar que morresse. É assim que
percebe-se a causa secreta dos atos daquele homem: o sofrimento alheio lhe é
prazeroso. Isso ocorre ainda quando sua esposa morre por uma doença aguda e
quando vê Garcia beijando o cadáver daquela que amava secretamente. Fortunato
aprecia até mesmo seu próprio sofrimento.
Este conto é um expoente máximo da técnica de
Machado de Assis, deixando o leitor impressionado com um desfecho inesperado,
mas que demonstra – de forma exponencial, é verdade - a natureza cruel do ser
humano. É interessante notar como o autor deslinda aqui um comportamento
doentio que norteia ações que aos olhos da sociedade podem parecer da mais
completa bondade e dedicação ao próximo.
A ideia de que a aparência opõe-se
radicalmente à essência é uma temática muito comum em Machado. O texto é
excelente para os que gostam de Assis, mas acham cansativa a linguagem
rebuscada usada em algumas de suas obras.Sem dúvidas, A causa secreta é um
convite a todos que os que vivem em sociedade e que necessitam de enxergar o
outro e não só vê-lo.
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