MADAME BOVARY - GUSTAV FLAUBERT - / ANA KARÊNINA - LEON TOLSTÓI - SUGESTÃO DE LEITURA: TODAS AS FAMÍLIAS FELIZES SÃO...


Madame Bovary - Gustave Flaubert

        Se vivesse no século XXI, Madame Bovary seria cliente assídua de um qualquer psiquiatra. Tomaria doses generosas de sedativos, barbitúricos e anti-depressivos. Mas no mundo fechado da sociedade pequeno-burguesa do século XIX francesa, Emma só encontra a fuga no amor. Num amor puramente carnal, talvez por isso o mais puro. Num amor furioso e desmedido, Madame Bovary, vítima de um marido estúpido e incapaz de  fazê-la feliz refugia-se no adultério, a partir do qual procura construir uma outra vida. Tudo isso a troco de uns laivos de felicidade que a normalidade, triste e monótona, lhe negava. Enclausurada num mundo em que ser mulher virtuosa significava a negação do ser individual, procura no adultério esse direito que a civilização lhe recusava: a liberdade e o direito de ser feliz. O casamento como convenção. O sexo como redenção. Charles, o marido, é um pobre diabo, vítima da sua própria estupidez, que o torna incapaz de compreender Emma. É neste ponto que Flaubert se torna implacável. Afinal de contas, que culpa tem alguém de ser estúpido? Mereceria Charles tão grande castigo? No entanto, Charles era feliz enquanto Emma alimentava o seu espírito com o ardor do amor proibido. E a felicidade de Charles fundava-se na mentira, na ignorância. Talvez a mentira seja justificada por essa espécie de felicidade.                  Numa outra perspectiva, a obra poderia ter tido um título como “O triunfo da Estupidez”. No final, o triunfo é desse ícone da estupidez, o farmacêutico Homais. Mas o que mais marca esta verdadeira obra prima da literatura francesa é, sem dúvida, o elogio da liberdade, a redenção da mulher infiel, o encômio de um amor proibido mas redentor que faz de Emma uma verdadeira heroína. Ao mesmo tempo é um poderoso ataque frontal ao conservadorismo da sociedade burguesa do início da época contemporânea.



Sinopse - Ana Karênina - Volume 1 - Leon Nikolaievitch Tolstó i”Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes o são cada uma a sua maneira”. É o início de “Ana Karênina”, obra de Tolstói, publicada entre 1873 e 1877.
O romance gira em torno do caso extra-conjugal da personagem que dá título a obra, uma aristocrata da Rússia, que aparentemente tem tudo, riqueza, beleza, popularidade e um filho amado, mas sente-se vazia até encontrar Vronski.
A sociedade russa do século XIX e a estrutura de relações que existiam entre as várias classes sociais, são caracterizadas pelas personagens da trama. Para fazer a análise social, Tolstói usa de dois eixos principais: o primeiro é o drama de Anna e o segundo a busca existencial de Levine. O humanismo dos personagens, o que possuem de bom e mau, como seres insondáveis, leva à ações comportamentais imprevisíveis, trazendo uma maior maturidade através de uma abertura dentro dos dogmas que já tinham adotado.
No final, o autor analisa em conjunto todas as perspectivas sobre as quais se pode debruçar a existência, como religião, a filosofia e a ciência.

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