UM POEMA PARA CONSAGRAR O DOMINGO, DIA DO SENHOR, COM O VERBO QUE É ELE E DELE:
POESIA
Há poesia em minha dor de mundo
como a há poesia em minha alegria
de compor esse poema, pois a palavra
me conforta e mistura alegria e dor
que nada sabem a vinho e cerveja.
A poesia que em mim dói ou alegra,
trata-me pelo meu nome que a tudo
acrescenta um pouco de ousadia
saída do verbo que me conjuga
desde dentro até a minha casca.
Por isso, há mistérios dentro de mim
que desconheço, mas de que desconfio
porque presos ao fundo da substância
que me designa e me mostra ao outro
que pode ser eu mesmo, travestido
em palavras sempre agridoces.
É por isso que há em mim um aceno
de partida e de chegada e um credo
de dores e alegrias a dizer-me que tenho
de a tudo suportar nesse delírio de ser
harmonia e conflito em palavra convertido.
Esse estado de ser uno e duplo leva- me
a alimentar-me da escritura que é una
e dupla, porque traz, no fundo, a palavra
divina e humana que me alimenta de pão
e de vinho que entram pela minha boca
e transubstanciam-se em poema com efeito.
18-12-13 José Fernandes
0 comentários:
Postar um comentário