FIÓDOR DOSTOIÉVSK

ME E CASTIGO (1866)

A VIDA
Fiódor Dostoiévski (1821-1881) é considerado um dos maiores romancistas da literatura mundial e um dos mais proeminentes autores da Rússia no século XIX. Segundo de sete filhos, perdeu a mãe, vítima de tuberculose, quando ainda era muito jovem. Alguns biógrafos acreditam que seu pai, médico, pode ter sido assassinado pelos próprios servos, que o consideravam autoritário. Junto com o sucesso, vieram também as dívidas e uma doença neurológica considerada epilepsia por alguns médicos, que nunca chegaram a um acordo. A enfermidade atinge também vários de seus personagens. Casou-se com Maria Dmitriévna Issáieva, que já tinha um filho do primeiro casamento. Mais tarde, casou-se com a estenógrafa Anna Grigórievna Snítkina. Morreu em 1881, de uma hemorragia pulmonar associada com enfisema e ataque epiléptico.
O INÍCIO DA CARREIRA
Antes de se tornar escritor, Dostoiévski estudou engenharia numa escola militar e tornou-se tenente em São Petersburgo. Ali também conheceu a obra de Shakespeare, Pascal e Victor Hugo. Após fazer traduções de Balzac e George Sand, decidiu dedicar-se exclusivamente à literatura. Dostoiévski se tornou uma celebridade literária aos 24 anos, com "Gente pobre", seu romance de estreia. Criou duas revistas literárias e ainda colaborou nos principais órgãos da imprensa russa.
EXÍLIO NA SIBÉRIA
Dostoiévski foi preso e condenado à morte por fuzilamento, acusado de participar de um grupo intelectual revolucionário que conspirava contra o czar Nicolau I da Rússia. Mas o próprio czar ordenou que a pena fosse revertida em prisão, com trabalhos forçados e exílio. O escritor descreveu a experiência no livro "Recordações da Casa dos Mortos" e em "Memórias do Subsolo". A obra "Memórias da Casa dos Mortos" foi baseada em suas experiências como prisioneiro.
LEGADO
O autor influenciou o modernismo literário e diversas escolas da teologia e psicologia. Sigmund Freud considerava "Os Irmãos Karamazov" o melhor romance já escrito. Com a publicação de "Crime e Castigo" em 1866, Dostoiévski tornou-se um dos mais importantes autores da Rússia no século XIX, tido como um dos precursores do existencialismo.
ESTILO
Dostoiévski explorava temas como a autodestruição, humilhação, assassinato, suicídio, loucura, orgulho ferido, destruição dos valores familiares e o renascimento espiritual.
CRIME E CASTIGO (1866)
O jovem estudante Rodion Românovitch Raskólnikov vive em extrema miséria em São Petersburgo, na Rússia, e assassina uma senhora, acreditando ter o direito de violar leis, desde que seja por uma boa causa. Angustiado com sua teoria, assume o crime para uma prostituta.
OS IRMÃOS KARAMAZOV (1879)
Fiódor Pavlovitch Karamázov sobe na vida principalmente devido aos dotes de suas duas mulheres, mortas de forma precoce. Viúvo mulherengo, Fiódor entra em conflitos com seus filhos Ivan, Aliêksei e Dmitri. A disputa por uma mulher acaba em assassinato
O IDIOTA (1869)
O romance narra o destino do príncipe Michkin, que retorna a Petesburgo, após residir por vários anos em um sanatório na Suíça e que acaba sendo visto como um inadaptado, numa sociedade corrompida. O enredo revela a dúvida entre o bem e o mal, discute o desejo e a renúncia e o apego profundo de si. A obra foi inspirada em Dom Quixote, de Cervantes.
OS DEMÔNIOS (1872)
O professor aposentado Stiepan Trofímovitch tem uma estranha relação de amizade com Varvara Pietrovna, uma viúva rica. Com a chegada de Piotr Stiepanovitch, uma cidade do interior da Rússia é tomada por estranhos acontecimentos conspiratórios, projetados por uma organização niilista e terrorista. Stiepan tenta ser um revolucionário e um intelectual, mas acaba sendo visto como um tolo. A obra aborda o pensamento político, social, filosófico e religioso de seu tempo.
Fiodor Dostoievski
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